LOVE-MALÉVOLA E DIAVAL

De RadijhaR

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LIVRO 2 DA SÉRIE MALÉVOLA E DIAVAL Malévola e Diaval descobriram o real amor entre si,e agora,podiam finalmen... Mais

Epígrafe
Apresentação e agradecimentos
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51 -FINAL

Capítulo 43

369 42 39
De RadijhaR

Malévola

Os preparativos para a festa de casamento estavam a todo vapor desde o anúncio.Cada fada e criatura mágica se dispôs a ajudar como podia e o dia da cerimônia se aproximava rapidamente. Eu ainda me perguntava se estava tomando a decisão correta ao apressar um evento como este, mas Diaval me assegurava que sim.

Meu noivo me dizia que nós já havíamos esperado por nosso casamento muito tempo e não estávamos errando de forma alguma ao decidir fazê-lo agora.

-Só me sinto meio culpada em estar preparando uma festa enquanto minha filha se encontra doente desse jeito! - repeti para ele,aflita.Tudo bem que eu decidira adiar as coisas justamente porque Sophie não tinha muito tempo conosco,mas era meio confuso para mim querer aceitar que ela realmente poderia me deixar, poderia partir. Aquilo acabava comigo –Estou preocupada com ela,entende? -finalizei.

O homem ave ao meu lado, que me ajudava a arrumar algumas decorações com flores brancas e negras na tenda que as fadinhas construíram onde íamos selar nossa união me olhou empático.

-Você está tomando a decisão certa,amor – disse carinhoso – Sei que está;saiba que isso tudo deixou a floresta inteira muito feliz,e eu principalmente – sua mão foi de encontro ao peito e ele sorriu.

-Se você diz – dei de ombros.

Nós voltamos com o trabalho e me vi na obrigação de transformá-lo em sua forma natural para que me ajudasse a levantar os véus no telhado da tenda. Em seu corpo de corvo,Diaval era mais ágil e habilidoso.

Conseguimos terminar pouco depois o trabalho naquele ambiente,e Lickspittle,o duende que resgatamos do palácio de Ingrith apareceu algum tempo depois perto de mim,pedindo-me para experimentar junto ao meu noivo as bebidas que ele mesmo havia feito para serem servidas na festa.

-Arrisquei três misturas diferentes dessa vez,Majestade – disse o homenzinho,curvando um pouco sua cabeça e apresentando a bandeja em suas mãos com três copos cheios de líquidos de diversas cores – O primeiro aqui é de abacaxi com limão,o segundo é amora com morango e o terceiro,minha mais nova obra prima,laranja com maracujá.

Não evitei fazer uma careta,por mais que tivesse tentado. Diaval,agora pousado em meu ombro cruniu alguma coisa;deduzi que também achara tudo aquilo bem bizarro.

Por educação, experimentei cada uma das "obras primas" de Lickspittle,que olhava para mim com um sorriso largo e esperançoso. Eu evitei encará-lo para não dar pistas que não havia gostado das bebidas,mas por incrível que parecesse, as três ficaram ótimas.

-Nossa,isso...é bom – me ouvi dizer, atônita -Você quer,Diaval? -questionei para o pássaro em meu ombro,e ele negou prontamente com a cabeça,certo de que eu estava fazendo alguma brincadeira de mal gosto –Pode servir as três,Lickspittle,eu adorei – me dirigi ao duende.Seus olhos quase se fecharam pelo esticar de seus lábios em felicidade.

-Agradeço,Majestade – respondeu se retirando, dando passinhos curtos para trás.Ao fazer isso,ele bateu nas pernas de Cris,que junto ao marido estava passando por ali e não notara a presença de Lickspittle. Talvez pela altura,ou porque estava distraída demais conversando com Leon –Oh,me desculpe! - o duende disparou após derramar todas as suas bebidas no chão e elas respingarem no vestido preto da fada trevosa.

Arregalei os olhos, sem saber como reagir aquele acontecimento. Diaval cruniu e mordiscou minha orelha,tentando avisar que talvez fosse educado eu ir lá ajudar.

Ele continuou fazendo isso até eu me dar por vencida.

-Já entendi,corvinho insolente – balbuciei para ele,me agachando para socorrer Lickspittle.

-Nossa,que bagunça - Cris riu sem humor ao passo que também ajudava a limpar tudo –Desculpe,eu estava desatenta e não lhe vi,senhor – ela falou ao duende,que por sua vez apenas disse que não precisava se preocupar com isso.

Leon também ajudava,mas ele tinha o olhar mais fixo em mim do que em qualquer outro objeto caído no chão que deveria ser apanhado. Me senti meio constrangida.

-Obrigado de verdade – falou por fim Lickspittle,antes de fazer uma boba reverência para mim e por alguma razão,também para Cris e Leon. O duende se retirou em seguida.

Cris continuava passando as mãos por seu vestido,como se isso fosse resolver as manchas que as bebidas causaram.Leon ainda me observava.

Diaval mordiscou minha orelha de novo.

-Ai,o que é? - reclamei para ele,sem entender a sua atitude.Eu já havia ajudado,o que raios devia fazer agora?

O corvo continuou beliscando a pele sensível do lado de minha cabeça,e fiquei por um tempo repensando a ideia de transformá-lo em outro animal que não pudesse fazer isso.

Um cachorro quem sabe...

-Ansiosa para a cerimônia,querida? - perguntou Cris,animada -Está tudo ficando muito lindo!

Mais um beliscão em minha orelha.

-Sim,é...claro -falei meio aérea,com Diaval a perturbar –Me dão licença por um minutinho? -pedi para o casal,que não negou,e me virei com meu noivo no ombro indo para uma distância curta dos dois.

O transformei em seguida.

-Para com isso,Diaval,minha orelha é sensível! -argumentei para ele,levando a minha mão até o local –O que você quer?

O homem ave me deu um sorriso amarelo e se encostou em uma das colunas da tenda.

-Você sabe o que eu quero – disse ele –Faz dias que estás intrigada com algo a respeito desse casal,por que não aproveita a chance pra falar com eles agora?

Sim,de fato.Eu comentara com Diaval que Leon e Cris estavam se comportando de maneira estranha,pois tinham falado para mim que possuíam um filho em Moors,mas desde que pisaram os pés na floresta,não fizeram a menor questão de ir atrás dele.

-E precisa ficar me machucando pra avisar isso? -contestei,apontando em direção a minha orelha,ainda formigando por culpa das bicadas do corvo.

-Claro,eu não tinha outra forma de falar! –replicou o homem de olhos negros,despreocupado –E do jeito que você é,ia acabar deixando esse assunto pra lá e continuar alimentando as minhoquinhas na sua cabeça.

Revirei os olhos.

-De nada por te lembrar, cabeça oca –prosseguiu ele, brincalhão.

-Idiota! –murmurei.

-Também te amo –Diaval piscou um de seus olhos para mim.Eu odiava aquele gesto humano imbecil –Agora vai lá,vai –ele remexeu sua mão,me convidando a voltar para conversar com Leon e Cris.

Mordi meu lábio,apreensiva. Eu gostaria demais de saber toda a verdade que aqueles dois ainda pareciam ocultar de mim. Alguma coisa na história deles não me batia de forma alguma. Tereza, pelo que descobri, era a irmã de Cris,então...por que elas não haviam ido atrás do filho e sobrinho perdido? Por que pareciam despreocupadas com isso?

Leon que chorara dentro da ilha dos exilados ao falar do filho,agora parecia tão feliz,completo.Eu não entendia o motivo deles...deles estarem assim.

Caminhei em direção a eles,Diaval me dando apoio por trás.

-Acho que preciso ter uma conversa com vocês dois –falei,tentando parecer indiferente.O casal não ficou com medo no olhar,nem ao menos se esquivou.

Apenas sorriram.

-Esperávamos que você fosse querer mesmo –disse Leon,relaxado –Quer saber quem é a "ela" que nós falamos que era você,não é?Até hoje ainda não tivemos tempo de...

-Não,não... -o interrompi,impaciente,tremendo os olhos -É isso também,eu fiquei bem confusa a respeito dessa "ela" que vocês me disseram,mas não é exatamente o que quero conversar.

As faces de ambos congelaram.Talvez já tivessem percebido que a situação era mais séria.

Quando fui iniciar o nosso assunto,Sophie apareceu. Dei uma breve olhada para Diaval atrás de mim e ele estava com a mão na cara, indignado.

-Mamãe,mamãe! -a menina correu em minha direção e abraçou minhas pernas,como de costume.Ela carregava algo nas mãos -Eu vou fazer uma coroa de flores pra você usar,que cor prefere,rosa ou azul? -a garotinha apresentou as plantinhas que segurava.

Remexi um pouco a boca e avaliei.Eu nunca me imaginei usando uma coroa de flores,sendo que tenho um par de chifres que não ajudariam em nada no processo.

-Pretas –foi o que respondi.Essas seriam bem difíceis de achar. Talvez minha caçula desistisse da ideia de me deixar mais delicada.

A criança bateu o pé no chão.

-Poxa,mãe,mas seu vestido já vai ser preto,será que você não pode usar outra cor pelo menos na cabeça não? -murmurou ela,exaltada.

-Justamente pelo vestido ser preto a coroa de flores tem de combinar,docinho – Cris resolveu intrometer-se na discussão,vendo que ela demoraria bastante se dependesse de minha caçula -Faça o seguinte,procure as flores pretas que sua mamãe pediu e escolha as mais lindas.Depois me apresente o que você fizer com elas –continuou –Se eu gostar,você pode fazer uma coroa pra mim também da cor que quiser.

Sophie ficou empolgada e acabou abraçando Cris.

-Obrigada,acho que pra você vou fazer uma coroa de flores brancas porque já fiz rosa pra minha irmã –disse a menina,parando um pouco para observar o rosto da fada trevosa a sua frente -Você parece com a mamãe -disparou,pegando no queixo de Cris.

A fada olhou para mim e riu nervosa.

-Ah,querida,somos da mesma espécie,claro que vamos nos parecer –replicou,sua voz meio falha.

Minha filha estalou a língua.

-Não é disso que estou falando,mas... -começou a garota.

-Sophie,vai fazer suas coisas,eu quero conversar com os seus tios,sim? -não a deixei terminar.

Irritada a menina bufou,mas me obedeceu e saiu,afirmando que ia começar o trabalho com as coroas.

-Depois dessa acho que vou encomendar uma coroa pra mim também -brincou Leon,os braços cruzados entre o peito.

Todos nós rimos.

-Ela é bem criativa... –me ouvi dizer.Balancei a cabeça relembrando que não era sobre Sophie que íamos conversar.Dei uma olhada para trás disfarçadamente e vi Diaval com uma expressão de tédio.

-Sobre o que queria falar afinal,querida? -Cris voltou ao nosso assunto,parecendo tranquila e pacífica.

Limpei a garganta.

-Bom,vou ser bem direta –comecei –Antes de sairmos da ilha,vocês dois me afirmaram que tinham um filho em Moors.

-De fato –confirmou Leon.

Eu parei para dar um suspiro e fixei os rostos do casal.Por algum motivo,minhas mãos gelavam.

-Pareciam muito preocupados sobre como estava esse filho de vocês e também ansiosos por conhecê-lo –fiz uma pausa –Mas agora que estão aqui,simplesmente colocaram uma pedra nessa história...Por quê?

Leon coçou o que deveria ser a barba imaginária de seu rosto e Cris permaneceu com a expressão de sempre.Eles se entreolharam e cochicharam algo entre si,que não fui capaz de escutar.

Passou-se um tempo relativamente curto e os dois pediram licença para conversar algo a sós.Eu permiti que o fizessem mas fiquei com os olhos fixos em ambos quando se afastaram um pouco,para que não fugissem.

Eu não imaginava que fossem fazer isso,mas enfim.

Esperei e os dois retornaram,me permitindo dar um suspiro de alívio.

-Malévola... - Cris sibilou meu nome por entre seus lábios fartos e avermelhados –Antes que nós te expliquemos o motivo de não termos ido atrás de nosso filho,posso te perguntar uma coisa?

Assenti com minha cabeça.

-Essa festa de casamento,por que você adiou? -as palavras dela foram suaves,porém claras.

O meu peito se apertou.Não por culpa da pergunta,pois eu tinha uma resposta na ponta da língua.Meu peito se apertou por conta da lembrança de que Sophie era a maior razão pela qual eu tinha tomado todas aquelas decisões.Meu peito se apertou porque eu no fundo sabia que estava prestes a perdê-la.

Por mais que a menina brincasse feliz,ajudasse em tudo nos preparativos e parecesse saudável,as noites me mostravam seu real estado.Ela gritava,chorava de dor,e já não conseguia dormir.

Depois que me recuperei da centelha,o que não demorou muito,fiquei a ajudando junto a Aurora,tentando fazer o possível para que ela se sentisse melhor.Absolutamente nada funcionava.Eu desejava tomar o lugar de Sophie,desejava que as dores dela fossem transferidas para mim se fosse o caso,tudo para vê-la parar de sofrer.

Tudo para ter a certeza de que iria vê-la crescer.

-Adiei a festa por conta de minha filha –foi o único que respondi.Não precisava me abrir ou entrar em detalhes,nem queria.Leon e Cris já sabiam que Sophie estava doente.Já tinham ouvido os seus gritos.

A fada trevosa ao lado do marido balançaram a cabeça,assentindo.

-Para proteger sua filhinha,Malévola,você faria qualquer coisa,não faria? -indagou Cris,seus olhos brilhavam.

Pelo combinado eu deveria responder apenas uma pergunta,não duas.

-Onde querem chegar? -rebati já nervosa.

-Faria tudo por Aurora e Sophie,não faria Malévola? -Leon repetiu a pergunta que a esposa me direcionara.

Bufei e resolvi responder,já que não tinha outra opção.

-Sim,faria. Faria qualquer coisa para protegê-las. - minha garganta se fechou -Mas o que querem dizer com isso?

-Mentiria para salvar a vida de suas filhas? -outra pergunta,vinda de Cris novamente.

Franzi o cenho.

-O quê? -semicerrei as sobrancelhas e remexi os braços.

-Apenas responda,você vai entender –replicou a trevosa,uma paz em sua face.Leon parecia mais apreensivo do que ela.

Olhei para baixo.

-Sim,eu mentiria.Se fosse para protegê-las faria qualquer coisa,já disse.

O casal deu mais algumas olhadas misteriosas entre si.Coloquei as mãos na cintura.

-Pois bem –enunciou Leon,as mãos detrás do corpo.Os dois se aproximaram mais de mim -Nós mentimos.

Sem entender,questionei:

-Vocês o quê?

-Nós mentimos pra você,Malévola -Cris seguiu com o raciocínio do marido.

Balancei a cabeça desacreditada e perdida.

-Mentiram? -perguntei,gesticulando minhas mãos -Do que estão falando?

Eles fizeram uma pausa.Um peso parecia assombrar seus olhares.

-Nós pedimos desculpas por isso,querida –disse a fada –Mentimos para você porque na verdade,não tivemos nenhum filho.





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