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SHANE

Maio/2021

— Você tem visto Rae?

Josh assente enquanto dirige, ele está me levando para a universidade já que eu não consigo pilotar uma moto com a tipóia que imobiliza não só meu braço como meu tronco também.

Não fiquei tão ruim quanto pareceu a princípio. Eu tive uma fratura no braço, fiz uma cirurgia no triceps, também levei alguns pontos na cabeça e tive um problema com um ligamento do joelho o que deixou meu joelho imobilizado. Os médicos dizem que dei sorte de não ter batido a cabeça com mais força ou não ter tido uma fratura muito grave.

— Como ela está? — Insisto na conversa sobre Rae.

Eu preciso ver Rae, preciso ver minha filha, nós precisamos muito conversar porque honestamente não entendo o que está acontecendo.

Quando acordei no hospital ela não estava lá, e ela também não estava no hotel, e não atendeu meus telefonemas. Então eu fui para Jacksonville por insistência dos meus pais, e Carter me disse que Rae tinha levado todas suas coisas embora para a casa dos pais.

Já faz três semanas e ela ainda não falou comigo. Eu cheguei ontem de Jacksonville, para fazer as provas finais durante a semana, e então pude ver por mim mesmo que todas as coisas dela se foram.

— Depois das provas de hoje vou tentar falar com ela. — Falo quando Josh estaciona o carro.

— Cara, eu não sei o que está acontecendo, nem as garotas sabem, mas não acho que ela queira falar com você. — Josh desce do carro e abre a porta para mim me entregando a muleta.

Eu estou quebrado do lado direito, o braço e o joelho, então tenho que me virar com uma unica muleta apoiada em baixo do braço esquerdo. Joshua me ajuda me dando apoio a direita.

— Eu não vou desistir delas, sabe disso, é minha filha, e é a mulher que amo. —  Falo para finalizar o assunto.

Algumas pessoas passam por nós no caminho até o prédio, e param para dizer que esperam que eu melhore logo ou que sentem muito por eu perder os últimos jogos.

Depois de amanhã é o último jogo, nós só precisamos de uma vitória para sermos campeões da costa atlântica, e não estarei em campo. Graças ao treinador Kersey também não. Pelo que meus amigos me contaram ele foi expulso do time.

Evans está no meu lugar e isso me deixa mais tranquilo, não muito.

Joshua me leva até a sala e coloca minha mochila em uma carteira na frente. Depois me ajuda a afrouxar a tipóia para conseguir mover meus dedos e escrever.

— Venho te buscar, me mande uma mensagem. — Ele se prontifica.

— Eu consigo pedir ajuda para ir até a a saída e chamar um Uber, mas valeu.

Eu sei o que ele fez por mim aquela tarde, ele caiu numa briga com Kersey quando viu o que houve. Ele não teve receios de fazer isso porque ele não tinha nada a perder quanto ao futebol e ele defenderia um amigo até o fim.

Faço três provas seguidas, meu braço dói de tanto escrever ou desenhar as imagens.

No fim da terceira prova peço ajuda a um colega de classe, eu mas ao invés de chamar um Uber eu caminho me apoiando na muleta única até o prédio de artes e design.

É claro que isso dói, toda vez que tento firmar a perna com o joelho ruim no chão sinto uma dor se espalhar. A cada dois passos que dou tenho que parar e descansar.

Criando nosso futuro (Astros de Duke #5)Where stories live. Discover now