Criando nosso futuro (Astros de Duke #5)

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RAE

Março/2021

Eu ainda estou aprendendo a lidar com os choros de Nyla depois de duas semanas e meia do seu nascimento, no geral ela é um amor, mas ela também tem seus momentos querendo atenção.

Acho que ela puxou o pai dela.

— Quer ajuda? — Krista surge quando estou andando pelo quarto tentando acalmar minha filha.

Faço sinal para ela entrar e ela vem até mim esticando os braços para eu lhe dar Nyla que continua a chorar.

— Vamos a embrulhar, pegue algo quentinho e que estique. — Ela me orienta.

Faço o que ela pede e abro o pano sobre a cama, Krista a coloca sobre ele e dobra o pano em seu corpinho pequeno com tanta facilidade, sabendo exatamente o que fazer.

— A coloque contra seu peito e faça "shhh".

Faço isso e Nyla começa a diminuir o choro aos poucos. Santa Krista!

— Como sabia disso? — Eu sussurro a pergunta.

Ela sorri um sorriso que chega aos seus olhos levemente puxados, fazendo-os parecer menor.

— Eu tinha sete anos quando Jerome nasceu, eu me lembro de como minha mãe cuidava dele. De como ela sorria o olhando. Caramba, ele já vai fazer quatorze anos no final do mês. — Ela suspira e me olha. — Depois que soube de Adam essas lembranças da minha mãe ficaram um pouco nubladas. Minha tia diz que ela não tinha certeza se era do meu pai ou de Adam, e nunca o procurou, mas eu fico buscando sinais na minha memória. Sinais se ela era feliz, sinais de que quando ela olhava para Jerome ela não estava vendo Adam.

Krista passa a mão devagar pelas costas de Nyla, ela está quietinha, mas seus lindos olhos azuis estão bem abertos olhando sua titia.

— Krista, não deve ter sido fácil para ela também, não ter certeza quem era o pai de Jerome, mas se ela não procurou Adam, talvez isso queira dizer que ela tinha reencontrado a felicidade com vocês, que ela já tinha o pai do filho dela. Não valia a pena olhar para trás. — Tento me colocar no lugar da mãe dela.

— Você acha? — Krista pergunta.

Olho para Nyla por um instante, ela tem cabelo loiro escuro como meu pai, ou como a mãe de Shane, e ela tem meus olhos e o da mamãe. Ela não tem a pele pálida como a minha. Mas isso não é algo que eu costumo pensar, porque eu sou feliz, eu tenho o pai da minha filha comigo. Só estou pensando agora porque até esse momento não pensei sobre a mãe de Krista e a paternidade de Jerome.

— Eu sei. — Afirmo com convicção. —  Ela devia confiar no seu pai o suficiente para ele ser o pai de Jerome também, tanto que nunca precisou de uma prova. É como Nyla, ela é filha do Shane, eu não preciso de uma prova disso. Não mais.

Seguro Nyla só em um braço e ergo minha mão passando os dados por seu cabelo.

— Você precisa a perdoar. O pai dp Beaumont disse que ela quis ficar com seu pai, não foi? Talvez ela demorou a perceber o que estava bem na frente dela. E quanto a Jerome e você, ela provavelmente sempre fez o que acreditava ser melhor para vocês. — Digo a ela. — Pense nisso, ok?

Ela assente devagar e sorri. — Você agora fala como uma mãe, Rae.

Dou uma risada breve. Acho que é automático.

Nyla continua acordada como se estivesse prestando atenção a conversa, pelo menos por alguns segundos, então ela volta a chorar.

Krista ri e eu volto a andar fazendo "shhh".