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SHANE

Abril/2021

Depois de um adiamento de um mês chegou o grande dia, é vinte e nove de Abril, o primeiro dia de draft.

Eu preciso levar Nyla para a mãe de Rae, ela vai ficar com ela por duas ou três horas enquanto estaremos no draft. Preciso de Rae lá no estádio torcendo por mim.

Por isso estou quase correndo pelo hotel com Nyla em um braço, sua bolsa em outra, vestindo terno e indo em direção ao quarto do treinador e sua esposa, enquanto Rae está no banho. Nyla já está com mais de dois meses, o tempo está voando.

— Deixou cair.

Estou tão apressado que não consigo perceber quem disse isso, até que me viro e encontro Kersey com a manta de Nyla esticada para mim.

Pego a manta da mão dele. — Valeu.

O que ele está fazendo em Cleveland? Ele nem vai participar do draft, ele tem mais um ano de pré-direito e depois vai para a faculdade de direito e parar de jogar.

— Ela é uma graça. — Ele está olhando para Nyla. — Tem os olhos de Rae.

Por que ele está olhando minha filha? E por que mencionou minha namorada?

— Não faça isso. Não tente fingir que é legal comigo. — Digo a ele. — Por três meses você esteve com Rae, foram os três piores meses da vida dela. Você feriu sua mente, seus sentimentos, e até seu corpo. E eu sei que no fundo ela pensa que permitiu que isso acontecesse, mas não foi culpa dela. Foi apenas você.

— Vocês vão se lembrar disso para sempre? E se eu fosse o pai dela? Iam ficar lembrando disso? Rae ia dizer coisas ruins sobre o pai da filha?

Ele perdeu uma bela oportunidade de admitir seus erros, mas esse é Joe, ele nunca vai admitir.

— Para sorte das duas ela não é sua, então não pense nisso, ela tem um pai.

Dou as costas para ele e sigo meu caminho. Estou segurando Nyla mais forte que o normal e mentalmente fico me repetindo "ela não é dele".

Entrego Nyla para a mãe de Rae no quarto a enchendo de conselhos, o que a faz rir e dizer que ela sabe como cuidar de um bebê.

O treinador deixa o quarto comigo, os jogadores que vão para o draft vão em uma van. Joshua vai para o estádio com as meninas em um carro alugado. Meus pais também estão na cidade, mas em outro hotel, vão direto de lá para o estádio.

— Preparado? — Treinador dá um tapinha em minhas costas enquanto andamos lado a lado.

— Não. Eu estou tremendo de medo. — Eu admito a ele. — E se eu não for escolhido por ninguém?

— Ainda tem a terceira e quarta rodada amanhã e a quinta e sexta depois de amanhã. — Ele lembra.

Não é isso que eu quero dizer. Eu paro de andar e respiro fundo.

— E se ainda assim eu não for escolhido?

Está na hora de eu encarar isso. É o plano de uma vida toda, e se ele não se concretizar é como se uma parte de mim fosse morrer. É assustador.

— Então novos planos virão, filho. Você vai terminar sua faculdade e ai vamos ver o que acontece. Tudo bem?

Assinto e nós descemos. Carter parece tão nervoso quanto eu ajeitando o terno a cada segundo.

O estádio está lotado quando chegamos, há um palco elegante montado nele e uma tenda para jogadores e convidados.

— Procurem seus agentes, fiquem perto de seus convidados e boa sorte a todos. — O treinador diz ao descermos da van. — Eu tenho muito orgulho de vocês, agora vão lá, sejam escolhidos e depois vamos voltar e sermos campeões da costa atlântica.

Criando nosso futuro (Astros de Duke #5)Where stories live. Discover now