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RAE

Me olho no espelho encarando a minha forma, com o vestido solto não parece que tem uma barriga de grávida ali.

Passo a mão por cima da barriga e sorrio. Eu estou bem com a existência dela, mas não tão bem por estar indo contar sobre aos meus pais.

— Ei mãe ei pai eu transei sem camisinha com dois caras diferentes e engravidei, não sei qual é o pai, um deles nem quer falar nisso e o outro é louco e quer assumir sem nem fazer um exame de DNA.

Falo tentando ser engraçada, mas é tão patético. O almoço vai ser um desastre.

— Roger sempre diz que Shane tem um bom coração, que quer ajudar e fazer o máximo para todos que acha que precisam. — Lili fala encostada na porta.

Eu achei que ela fosse querer matar ele ou algo assim, mas ela está mesmo impressionada com a atitude dele.

Posso sentir o cheiro do almoço que Krista está fazendo, o que significa que está tarde e preciso dirigir até Raleigh logo.

— Mas eu não preciso da ajuda dele. — Me viro para Lili. — Não quero ninguém fazendo um favor como esse para mim.

— Ele está sendo mais legal do que a maioria dos caras seriam, você sabe disso. Digo por experiência própria.

A história da Lili é horrível, tudo com os pais e o ex namorado e a família toda. Sou muito grata por não ser mais adolescente e tomar minhas decisões e mesmo se não fosse acho que meus pais nunca fariam isso comigo. Pelo menos agora os dela estão tentando ser pais melhores. Antes tarde do que nunca.

— Mas Smith não tem que ser legal, ele assumir responsabilidades se ela forem dele é o bastante. — Digo e pego a minha bolsa. — Me deseje sorte.

Lili se levanta e segura minhas mãos.

— Boa sorte e não fique nervosa, não faz bem para o bebê.

Esse bebê e eu temos tanta sorte por ter Lili, eu não sei se ela faz ideia da mulher incrível que é.

Olho para ela apertando nossas mão.— Amo você, Lili.

Ela apenas sorri e eu entendo, ela não tem facilidade de dizer o que sente. Mas ela sente.

Por mais que eu esteja atrasada eu dirijo devagar, não porque sou precavida, mas porque estou me preparando e estou emotiva. Sei que vou frustrar meus pais, eu tinha um plano de vida e agora escapei um pouco dele. Mas vai ficar tudo bem, eu espero que sim.

É quase uma da tarde quando estaciono em frente a nossa casa em Raleigh. Eu podia morar aqui e ir todos os dias daqui para a faculdade, mas qual seria a graça assim?

Respiro fundo uma vez enquanto coloco a chave na fechadura, e quando a viro posso ouvir o riso dos meus pais lá dentro. Empurro a porta sorrindo apesar de tudo dentro de mim estar revirando.

— Já estava começando a ficar preocupada. — Mamãe vem da cozinha e me abraça forte e eu retribuo. — Você está bem?

Ela segura meu rosto me dando uma boa olhada e eu sorrio. Ainda não é a hora de contar.

— Estou bem, mas faminta. — Digo indo para a cozinha. — O que você cozinhou?

— Batata assada e frango frito.

Mamãe entra na cozinha antes de mim, seu cabelo ruivo preso em um coque. Nós temos descendência escocesa, e tanto eu quanto ela temos esses traços nítidos em nós.

Vovó sempre gosta de contar que nossos antepassados lutaram na batalha de Culloden, e outros depois dele vieram há muito tempo para a Carolina do Norte viver nas colônias. Era como uma história de dormir que nunca soube se é mesmo verdade.

Criando nosso futuro (Astros de Duke #5)Where stories live. Discover now