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SHANE

Passo o dedo pela gravata pela milésima vez, já me sentindo exausto de estar no coquetel.

É quinta-feira, eu deveria ter ido fazer o exame com Rae, ao invés disso estou nesse coquetel de angariação de fundos e patrocínios para os times e clubes de Duke. Desde clube de astronomia até o time de basquete.

Treinador Irvine só tinha que trazer cinco jogadores e ele me trouxe, Josh também, Carter conseguiu ser dispensado porque tinha que trabalhar. Eu não podia simplesmente dizer não a ele porque ele não sabe que não temos certeza se o filho é meu.

— Sorria, Smith. — O treinador me dá um tapinha no ombro.

Ele ainda está pegando no meu pé com alguma frequência, mas pelo menos Rae disse que ele voltou ao normal com ela e está se tornando o avô babão.

— Vá conversar. — Ele me despacha. — E não suma.

— Certo.

Já apertei a mão de um monte de homens ricos e engatei uma conversa sobre futebol, e fui muito gentil com várias mulheres, algumas falaram sobre futebol, outras flertaram comigo. Por incrível que pareça eu preferi as que conversaram sobre futebol porque é para isso que estou aqui, não para conseguir alguém que precisa ter sua cama esquentada.

Uma garota da torcida acena para mim quando começo a andar, eu só sorrio sem empolgação e vou em direção ao bar. Preciso de apenas uma bebida, não mais do que isso porque estou de moto.

— Um Manhattan. — Peço ao barman e me sento num banco suspirando alto.

— Esse foi um suspiro alto amigo. — O cara ao lado diz. — Tão ruim estar aqui?

Me viro para ele, noto que ele está tomando apenas água com gás. Ele também está enfurnado em um terno, e tem os mesmos cabelos escuros que o meu. O rosto dele parece familiar.

— Devon Brown. — Ele estica uma mão para mim. — Ala do time de basquete.

Bom agora eu me lembro dele em quadra, já fui a quatro ou cinco jogos do time de basquete, os Blue Devils. Na verdade o nome é mais deles do que nosso, normalmente só nos chamam de "time de futebol de Duke".

Movo minha mão para o aperto do cara.

— Shane Smith, centro do time de futebol. — Me apresento também.

— É, eu sei. — Ele põe a garrafa vazia sobre o balcão enquanto pego meu drink que o barman entrega. — Acho que você não se ofereceu para vir.

Ele se ofereceu? Quem faz isso? Nós ficamos no vestiário rezando para não sermos escolhidos.

— Ainda estou pensando se fui escolhido porque sou ótimo para representar o time ou por castigo. — Deixo meus pensamentos saírem.

Duas mulheres com aparência de alguma idade entre vinte e cinco e trinta anos passam por nós e nos encaram, eu sorrio para elas, mas Devon parece nem notá-las.

— Castigo? — Ele pergunta.

— Cara nunca se meta com o treinador, sério, nunca se meta na vida pessoal dele. — Dou um gole longo na bebida. — Muito menos engravide a filha dele.

Recebo um olhar que parece dizer "porra, você é imbecil?". E eu devo ser, todo mundo sabe que devemos respeitar a família do treinador.

Não que eu não esteja gostando da ideia de ser pai, eu tô animado para caralho, mas sei que não devia ter feito isso.

— Acho que a filha do nosso treinador ainda é uma criança. — Devon fala. — Então você namora a filha dele e ele pega no seu pé?

A palavra namora me faz dar uma risada depois que termino meu Manhattan.

Criando nosso futuro (Astros de Duke #5)Where stories live. Discover now