Capítulo 116

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Gustavo narrando

Acordei desnorteado de tanta ressaca, o baile ontem tinha sido na melhor forma então saiu geral na mão do palhaço. Vi que tava no quarto da Helô e lembrei que cedi o quarto todinho pro meu querido irmão pois não queria ser platéia de sexo. Estranhei ao ver que não tinha nenhuma mensagem, que dizer, até tinha mas não era da pessoa que eu queria.

Levantei da cama, tomei um banho demorado e desci pra procurar um remédio e comer alguma coisa.

L7: Caralho, até quem fim alguém acordou. -falou entrando-
- Fala baixo, pai. -coloquei as mãos no ouvido- Pelo amor de Deus.
L7: Encher o cu de cachaça vcs sabem agora fazer uma comida que é bom nada, né?! Puta que pariu.

Entramos na cozinha juntos, tomei um remédio pra dor e abri o armário.

- Não tem nem um pão?
L7: Vc comprou? -ele me olhou- Pois é, nem eu! -bufei- Liga pra pensão e pede quentinha pra mim, pra tu e pro teu irmão.
- E pra Luana, né?! -meu pai me olhou rindo surpreso-
L7: Ela tá aí? -falou baixo e eu assenti- Esse moleque não larga o erro, né?!
- Acho que eles voltaram... -falei sem tirar a atenção do celular- Tinha que ver como os dois estavam ontem, Luana quase caiu no pau com a Joyce por causa dele. -rimos-
Lua: Já acabaram de falar de mim? -apareceu ali-
L7: Bom tarde, queridinha.. -falou rindo- Ou devo dizer, norinha?! -gargalhei-

Ela passou por nós revirando os olhos e abriu a geladeira.

Lua: Tem nada pra comer nessa casa, não? -fez uma careta-
- Vou pedir quentinha, vai querer?
Lua: Eu não! Não mereço ficar aturando vcs o tempo todo. -amarrou o cabelo- Vou pra minha casa.
- Aturar o bofe loirinho lá em cima tu gosta, né?! -debochei rindo-

Ela bateu no meu braço e eu ri mais ainda.

Lua: É por isso que vc tá solteiro, ridículo.
L7: Ué, Henrique não tá solteiro, não? -encarou ela-

Dava pra ver o quanto o rosto dela tava ficando quente de tão vermelho, começamos a rir e ela estalou a língua saindo da cozinha.

- Vai com Deus, cunhadinha. -falei alto-

Depois do almoço, subi pra trocar de roupa, coloquei uma bermuda tactel e joguei a camisa no ombro, coloquei as correntes e me perfumei antes de sair do quarto pegando minhas coisas.

Montei na moto indo pra boca ver como tava tudo por ali, cumprimentei os moleques e entrei pro escritório, fiz uns pedidos que a boca tava precisando e mandei entregarem pro Vt, fiz as anotações das vendas do primeiro turno e depois meti o pé.

Domingo era sempre um dia tranquilo na boca, mais tarde, que deve ter pagode, que fica mais agitado.

Montei na moto e fui pro beco me juntar a uns manos pra distrair a mente, parei a moto e fiquei de braços cruzados conversando com eles enquanto fumava um baseado, só papo engraçado tinha que ver. Alícia chegou com uma amigas e começou a jogar uns papo de maluco, dei nem ideia mas continuei ali com geral.

Alícia: Tá acanhado, Guto? -encostou no tanque da minha moto-
- Que nada, tenho motivo pra estar? -ela riu cínica-
Alícia: Não me manda mensagem já tem um tempo... -alisou meu braço- Pensei que tinha me esquecido.
- Muita coisa acontecendo, acabei esquecendo mesmo! -ela fez bico-
Alícia: É assim? -dei os ombros- Tu podia me levar pra dar um rolê, né?! -falou manhosa-

Quando eu ia responder avistei o Fj subir de moto com alguém na garupa, quando forcei a vista pra ver quem tava atrás a imagem da Duda se formou bem nitidamente. Assim que nossos olhares se cruzaram pareceu até que ficou tudo em câmera lenta mas no exato momento que caímos na real nossas expressões mudaram totalmente.

Meu rosto ferveu só de ver ela na garupa do Fj.

Alícia: Tem como vc prestar atenção em mim? -pegou no meu rosto-
- Foda-se, Alícia. -tirei a mão dela do meu rosto- Não quero mais vc, filhona, não tá nítido?

Ela murchou na hora, ainda mais que a rapaziada tava olhando, mas quem disse que ela saiu do meu lado? Essas piranha daqui se tu não fizer elas rolarem morro abaixo elas não saem do pé.

(16:37) Guto: Vai me contar o que tu tava fazendo com ele ou vou ter que ir atrás de tu?

Ela apenas visualizou e não respondeu. Minha mente foi a loucura, pensei logo merda. E sim, a gente tá ficando, tem uns meses já mas não contamos pra ninguém... Pelo menos eu não contei, até pq não é nada sério. Ainda.

(16:40) Guto: Então é assim????
(16:40) Dudinha: É assim o que, Gustavo?
(16:40) Dudinha: Vim passar o dia com a Mayra e subi de moto com o Fj
(16:41) Dudinha: É proibido?
(16:41) Guto: Não pô, e não me avisou que vinha pq?
(16:42) Dudinha: Não sabia que tu era meu pai.

Preferi nem bater cabeça, sei que o motivo dessa ignorância é por ela ter visto a Alicia encostada no tanque da minha moto e grudada em mim mas eu não fiz nadinha de errado então minha consciência tá limpa além de conturbada.

(16:50) Paulinho: Brota, tamo aqui no campinho soltando pipa.
(16:51) Guto: Já já tô piando.

Passei o baseado pra um dos moleques me despedindo da rapaziada, por mais que a ressaca tivesse acabando comigo, soltar pipa me deixa relaxadão então é a melhor forma.

Alícia: Tem como tu me deixar lá na biqueira perto da tua casa não? -fez cara de pidona-
- Tô com cara de moto táxi por acaso? -falei ligando a moto-
Alícia: O que te custa, hein? -cruzou os braços-

Suspirei sem paciência mandando ela subir na moto logo, a piranha ficou toda feliz se empinando toda, logo acelerei subindo o morro. Alícia não parava de falar besteira no meu ouvido e fazia questão de me agarrar toda hora, eu estava ao ponto de jogar ela da moto na próxima curva que passasse.

Assim que entrei em uma das ruas principais dei de cara com a Duda com um açaí em mãos junto com a Mayra e o Bruno descendo o morro, ela olhou pra Alícia na minha garupa e apenas me olhou por alguns breves segundos.

Tô nem aí pra porra nenhuma, se ela pode pegar carona eu também posso dar.

Deixei a Alícia na biqueira, passei em casa pra pegar meu carretel de linha e fui na rua de baixo comprar umas pipas antes de partir pro campinho.

Votem no capítulo e comentem, logo menos solto outro.

Do Asfalto ao Morro 2 Där berättelser lever. Upptäck nu