Capítulo 42

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Helô narrando

Sextou sem clima algum. Desde o problema do meu pai com a polícia no hospital essa semana minha mãe tem passado mal todos os dias, fica lançando uns papo de que se acontecer alguma coisa é pra mandar salvarem o Arthur ao invés dela.. Só lorota.
Eu e Thiago estamos na maior boa, sem brigas, pelo incrível que pareça, mas esse ciúme dele é pior que o meu, não aguento.. Ainda nem contei pra Mayra sobre tudo que rolou com ele, tive que mentir quando ela perguntou sobre o dia do teste de gravidez.
A campainha tocou, estranhei o João não ter anunciado que alguém ia subir, levantei do sofá e fui abri dando de cara com a Eduarda, ela parecia ter acabado de voltar da escola.

- O que você quer? -falei com tédio-
Duda: Você falou que nós íamos conversar e depois não deu mais as caras na escola.. -falou com um tom preocupado- A Mayra disse que a tia Bia não tem passado bem né?!
- Você e Mayra estão bem amiguinhas né?! -voltei pro sofá e ela me encarou ainda na porta- Entra cacete! -falei sem paciência-

Ela entrou, fechou a porta e veio até mim.

Duda: Ela entendou meu lado da história já você não quis nem me ouvir..

Respirei fundo pra não gritar e acordar minha mãe.

- Essa história não tem lado, meus irmãos tão até hoje sem se falar direito por causa de você. Acha mesmo que eu deveria te entender??
Duda: Acho! -falou convicta- Porque eu juro que não fiz por mal como você tá achando que foi, não quis ser piranha como você me disse diversas vezes, eu ainda gosto dos dois! -ri nervosa-
- Não tem como você gostar de duas pessoas, Eduarda!
Duda: Então tá, quem você ama mais? O Gustavo ou o Henrique? -mordi o lábio quieta- Hein? Me dá uma resposta!
- Eles são meus irmãos, não tem como eu amar um mais que o outro. -falei mais calma-
Duda: Tá vendo? Claro que dá pra amar duas pessoas, sendo irmão ou não!
- Se você tivesse que escolher ficar com um só, quem seria? -encarei ela-

Ela se permitiu pensar por alguns segundos, passou a mão no rosto parecendo não ter escolha.

Duda: Eu não sei! -os olhos dela marejaram- Eu amo os dois só que de formas diferentes, sabe?! O Henrique é um amor de pessoa, sabe como agradar alguém, gosta da maioria das coisas que eu gosto e eu amo isso tudo nele.

Ela falava com tanta ternura.

Duda: O Gustavo, já é mais fechado mas ele sabe escutar e aconselhar, faz eu me sentir única sabe?! É como se nós tivessemos a sincronia perfeita.

Suspirei. A resposta é Gustavo. Ela escolheria ele.
Eu temo pelo relacionamento dele e do Henrique, que já anda abalado, imagina se um dia tudo se consertar e ela e Gustavo ficarem juntos????? Será o fim.

Duda: Eu sei o que vc tá pensando? -encarei ela saindo dos meus devaneios- Eu não quero ser o motivo da briga deles dois, eles são tão unidos, eu me odiaria por estragar essa dupla. Fica tranquila.
- Eu senti tanto a sua falta! -abracei ela com os olhos marejando- Aconteceu tanta coi..
Bia: HELOÍSAAAAA -ouvi ela gritar do quarto-

Meu coração parecia ter parado de bater, eu já tava pensando o pior. Só sei que eu corri tanto, como se aquilo dependesse da minha vida, abri a porta do quarto e ela estava com as pernas abertas sentada na cama.
Olhei aquilo sem entender.

Bia: Minha bolsa estourou! -me encarou e apontou pra poça de água que tinha na frente dela-

Olhei pros lados em busca de sei lá o que, talvez uma lista de instrução de o que fazer em situações como essa.

- E o que eu faço? -me aproximei desesperada- Mds, vc tá sentindo dor? SOCORROO!!
Bia: Garota, para de gritar. -falou rindo- Calma
Duda: O que aconteceu? -chegou afobada-
- Cadê a bolsa, mãe?? Pelo amor de deus, me ajuda. -abri o armário-

Minha mãe me olhava incrédula, não pensei que eu fosse ficar tão nervosa como e tô, meu coração só falta sair pela boca.

Bia: Eduarda, pega o celular dessa garota e liga pra Letícia. Fala pra ela ir pro hospital que o L7 tá. -ela assentiu- E vc, Heloísa, vai no quarto dele e pega a bolsa. Sem afobação.
- Que sem afobação o que, mãe? E o carro? Vc não pode dirigir, o uber pode demorar.
Duda: Meu motorista tá ai, ele pode levar a gente!
- Então vamos logo.

Corri até o quarto e peguei a bolsa do Arthur, minha mãe já tava saindo do quarto em passos lentos com a ajuda da Duda que falava no celular, provavelmente com a tia Letícia.
Peguei a bolsa da minha mãe e corri pra abrir a porta, pegamos o elevador até o primeiro andar e seguimos pro carro da Duda.

Xx: O que tá acontecendo? -o motorista perguntou-
- Ela tá parindo, moço. Vamos logo! -joguei as bolsas no porta malas-

A Duda assentiu e ele só entrou no carro quieto sem entender nada, minha mãe passou o endereço do hospital e seguimos.

- Tem certeza que não tá com dor? -perguntei pela milésima vez-
Bia: Porra, vc é mais chata que teu pai hein! Ainda não tô com dor.
Duda: Incrível essa sua calma, tia Bia.
Bia: Depois de três filhos a gente acostuma -riu fraco-

Minha mãe tentava manter a respiração firme mas sei que ela tá nervosa, e pior, ela não falava nada. No máximo, fechava o olho com força e respirava fundo.

- Vai dar tudo certo tá? -sussurrei-

Ela só concordou com a cabeça. Chegamos no hospital em 20min, assim que eu abri a porta do carro minha mãe gritou de dor.
Uma contração.

- Ai mds, ALGUÉM AJUDA AQUI! -gritei-

Algumas pessoas em volta olhavam mas nem ligavam muito. Bando de burguês do caralho.

Duda: José, vai lá dentro pedir ajuda.

Ele saiu correndo até adentrar o hospital, ouvi um carro vim em alta velocidade entrando no estacionamento, reconheci o carro do Gustavo e sinalizei desesperada, logo ele mudou a rota e estacionou na vaga da frente.

Henri: Cadê? Cadê ela? Já tá lá dentro? -saiu do carro-
Gusta: De quem é a porra desse carro, Heloísa? -me ancarou-
- Ela tá aqui. O motorista foi pedir ajuda lá dentro!
Henri: Pedir ajuda é o caralho. Vamo pegar ela aqui, Gustavo! -abriu a outra porta do carro-

Assim que ele deu de cara com a Eduarda o mundo dele parecia ter parado por uns momentos, ela tava visivelmente sem graça com a situação, Gustavo encarou os dois e bufou.

Gustavo: Porra garota, saí daí. -puxou ela-
Bia: Tá maluco? -bateu nele- Não trata a garota assim.
Leti: Vamos logo, porra. -falou mais alto-

Gustavo e Henrique tiraram ela de dentro carro levando ela lá pra dentro, Eduarda me ajudou a pegar as bolsas e entramos as pressas no hospital.

Dr: Leva ela pro andar da maternidade -falou pro enfermeiro- Quem é o pai da criança? -encarou os meninos-
Gustavo: Tmlc po, somos filhos dela! -falou estressado- Quem vai acompanhar ela é minha tia.
Dr: Só duas pessoas podem entrar no quarto pra ajudar ela!
Leti: Eu e Helô, nós vamos! -assenti-
Duda: Não me deixa aqui sozinha, por favor. -sussurrou-
- Relaxa, eles não vão fazer nada. A Mayra já tá chegando

Peguei a bolsa com ela e seguimos o Dr até o andar da maternidade, assim que entramos no quarto ela já estava tendo outra contração.
Aquela gritaria me deixava nervosa, ela suava frio segurando na barra da cama.

Dr: O vestido hospitalar está ali, daqui a pouco eu retorno pra fazer o toque. -saiu-

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Será que vaiccorrer tudo bem???😥😥😥😥

Do Asfalto ao Morro 2 Where stories live. Discover now