Capítulo 45

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Henrique narrando

Ouvir aquilo me deixou realmente baquiado, só pelas palavras dele dava pra ver o quanto ele é gamado na Duda e eu nunca que vou ficar no caminho do meu irmão filho, vou é tirar o meu time de campo.

Saí do corredor assim que eu ouvi o rádio do Guto apitar.

Não que eu seja desses de ficar escutando atrás da porta, acho feião, mas eu tava indo pro meu quarto quando peguei uma parte da conversa e acabei ficando pra escutar o resto.

Voltei pro meu quarto puto, não sei pq, mas eu tava puto pra caralho, peguei meu celular e desbloqueei a filha da puta do whatsapp.

[30/05 00:19] HR: Ei? Tá acordada?
[30/05 00:19] HR: Preciso trocar uma ideia contigo urgente?

Larguei o celular na cama, peguei um baseado que tava na minha gaveta e acendi, eu preciso tirar esse acúmulo de stresse.

Porra mano, eu gosto desse filha da puta, até demais, sei que tem aquela parada de "se vc quer alguém, lute por ela" e bah mas eu não consigo! Amo meu irmão mais que qualquer mulher do mundo -exceto minha mãe- e vou fazer de tudo pra ver esse carrasco feliz, mesmo que eu tenha que colocar a felicidade dele acima da minha.

Quando eu estava quase no final do baseado meu celular apitou algumas vezes, me joguei na cama pra alcançar o mesmo.

[30/05 00:50] Duda: Quem é?

[30/05 00:50] Duda: Aah, oi

[30/05 00:50] Duda: Aconteceu alguma coisa?

[30/05 00:51] HR: Aconteceu!! Vou brotar aí na porta do condomínio pra falar uma parada ctg.

[30/05 00:52] Duda: Precisa ser hj?

[30/05 00:52] Duda: Amanhã acordo cedo.

[30/05 00:52] HR: Eu também! Mas se eu não falar ctg hj vou explodir.

[30/05 00:53] HR: Por favor..

[30/05 00:53] Duda: Vc tá me assustando, Henrique.

[30/05 00:53] Duda: Vem logo pelo amor de deus.
[30/05 00:53] Duda: Quando chegar me avisa pra eu sair.

Bloqueei o celular com a mão trêmula, nem sei se é isso mesmo o que eu quero!
Coloquei a arma dentro da gaveta, peguei a chave da moto e saí do quarto indo pra rua, não aguentava mais aquela sufocação.

Helô: Onde vc vai? -apareceu na porta da cozinha- Tá tarde.
- Vou resolver uma parada, daqui a pouco tô de volta.
Helô: Não vai fazer besteira né? -mordeu o lábio apreensiva-
- Tá perguntando isso pq? -encarei ela-

Ela apontou pro baseado que tava na minha mão, esqueci de apagar essa porra.

Helô: Vc só fuma no quarto ou na rua, nunca pela casa. O que aconteceu?
- Problema meu Heloísa, fica suave. Vou fazer o que eu já deveria ter feito a muito tempo!
Helô: Assim vc vai me deixar preocupada.. Me conta o que é.

Me virei pra encarar ela e suspirei.

- Eu não vou matar, não vou roubar e nem ir pra cadeia, muito menos morrer.. -segurei os ombros dela rindo amargamente- Eu gosto dela mas amo ele e isso nunca vai mudar!
Helô: Eu te amo, cara. Vc é incrível! -me abraçou-
- Disso vc tem razão, eu sou incrível. -ela riu- E eu também te amo, loira azeda. Agora vê se dorme que amanhã vc tem aula. -beijei a testa dela e saí-.

Do Asfalto ao Morro 2 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora