Capítulo 17

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(Maratona 1/7)

Helô narrando

Depois que acabei de pranchar meu cabelo, fui tomar banho e me arrumar, coloquei um short cós alto branco e uma blusinha de pano mole colada no corpo, coloquei meus acessórios, me perfumei e calcei meu tênis da Nike.

May: Gente, como é que é? Vamos logo. -chegou no quarto-
- Vão descendo que eu vou passar no quarto do meu pai pra pedir uma grana.

Saí do quarto e andei até o quarto do meus pais, como a porta tava com uma brecha aberta deu pra ver ele conversando no celular, sem querer acabei escutando.

L7: Ah Fabíola, caralho, me esquece cara... Pensei que fosse a Bia, porra. Acha mesmo que eu ia te chamar de amor? -riu- Se manca garota...

Algo que ela falou fez ele suspirar. Um suspiro tentador.

L7: Pra Heloísa te dar um pau dnv... Tu não é nem doida de mexer com a minha filha, te quebro inteira e ainda te expulso do morro... Vou ver, vou ver. Quando eu puder te dou uma ligada jae? -desligou-

É isso mesmo que eu escutei?? Ele ficou de se encontrar com aquela vagabunda hoje mesmo tendo prometido que não veria mais ela??
Minha mente já estava cheia de ódio, que nojo que eu tenho da cara deles.. Mas essa palhaçada vai acabar hj!
Entrei no quarto perguntando com quem ele falava no celular e é óbvio que ele mentiu né, o que só me deixou com mais raiva...
Desci e encontrei as meninas na sala conversando, saímos de casa subindo o morro em direção a divisa. O baile tava lotado demais, muita gente diferente. Já fui na barraca mais próxima pra comprar meu bom drink.

H2: O Guto mandou o papo que é pra vcs encontrarem ele lá na barraca perto da equipe de som. -falou me parando-
- Jae, vlw.
H2: Quero saber quando eu vou poder ficar com a tua amiga dnv.. -ele falou no meu ouvido e eu ri-
- Vou falar com ela!

Fomos num trenzinho até o lugar que o H2 falou pra encontrar os meninos, lá parecia um lugar privilegiado, sabe?! Pros gerentes e subs das bocas, soldados respeitados e, é claro, pro dono do complexo.

Gusta: Demorou hein. -falou sério-
- Tu subiu de moto, lindeza, eu subi a pé!

As meninas pegaram um balde de cerveja na barraca e começaram a beber e dançar.

[...]

Mal tava conseguindo me divertir direito, minha atenção tava toda no meu pai pq se ele fosse encontrar com aquela piranha hj eu ia acabar com a graça dos dois.
Foi só eu pensar na desgraçada que ela passou na nossa frente com o bondezinho de piranha, meu pai nem atenção deu... assim que eu gosto. Fui dar um rolê com as meninas pq elas ficaram me aloprando, a Duda tinha ido encontrar o H2, passei na frente do bonde de Fj e ele puxou meu cabelo querendo atenção, nem liguei pq hj eu não tava de bom humor, as meninas tavam curtindo e dançando com uma rapaziada aqui do morro. Deixei elas lá no meio da muvuca e fui pro início da divisa respirar um pouco. Avistei Fj descendo.

- Não larga o osso né?! -falei rindo assim que ele se aproximou-
Fj: Vim saber se tu tava de boa, imprestável.. -ri- Tá com essa cara de cu desde que chegou!
- Não tô no clima, minha mente tá a mil.
Fj: Resolvo teu problema em dois tempos.. -bati no braço dele rindo-

Ele ficou ali me aloprando durante um tempo, até consegui me distrair, apesar de tudo eu considerava ele um bom amigo. Quando eu pensei em voltar pro baile vi meu pai descer a mil de moto, aquilo me deixou pilhada.

Fj: Que foi que tá com essa cara dnv?? -me olhou sério-
- Me ajuda com uma coisa?
Fj: Hm, fala..
- Passa um rádio pro meu pai e pergunta onde ele tá?!
Fj: Pra que?
- Só faz o que eu tô pedindo..

Ele me olhou desconfiado e bufou ligando a freqüência do rádio.

Fj: Patrão? Tá por onde? -falou no rádio-
L7: Tô aqui no barraco da 27 resolvendo uma parada. Qual foi? -retrucou-
Fj: Tá ocupado?
L7: Claro que tô Fj, fala o que tu quer caralho?!
- Não fala que eu tô procurando ele!
Fj: Deixa que eu resolvo, fica sussa. -desligou-
- Ele só pode tá com aquela piranha da Fabíola! -pensei alto-
Fj: Ah coe Heloísa, era pra isso? Tá querendo me matar cr? Se tu for lá em vai saber que fui eu que falei!
- Eu já te coloquei em algum b.o??? -ele negou- Fica suave, não vou deixar dar merda pra tu.
Fj: Se pá ela nem tá lá cr, deve ser bgl do morro que ele tá resolvendo...
- Vê se eu tenho cara de otária?? -ele ficou quieto- Não, né. É claro que ela tá lá e vai ser hj que eu vou quebrar ela toda.

Saí dali antes que ele começasse a totear minha mente e eu me irritasse, desci o morro cortando caminho pelos becos pra chegar na 27 logo.
Minhas paranóias gritavam na minha mente me fazendo ter flashes imaginários dos dois juntos naquele barraco nojento, isso me dava um embrulho horrível no estômago. Eu tinha medo demais de chegar lá e ver os dois, nem sei o que eu sou capaz de fazer..
Cheguei na 27, tava sem movimento nenhum, avistei de longe aquele barraco horrível onde vira e mexe os soldados faziam de motel.

- Meu pai tá aí? -perguntei pro segurança que tava na porta-
Xx: Ele tá ocupado.
- Fds, eu não te perguntei isso! -tentei entrar e ele me impediu- Tá de sacanagem? Eu quero entrar nessa porra! -falei irritada-
Xx: Ele tá ocupado. -falou ríspido-

Todos os seguranças do meu pai eram assim, sérios e frios, mal falavam com as pessoas, apenas o necessário.

- Então eu vou ficar aqui, uma hora ele vai ter que sair com quem quer que esteja -cruzei os braços-
Xx: Menina, depois eu aviso pro chefe que vc tá procurando ele, se adianta..

Não movi um dedo nem falei nada, continuei encarando ele ali e dali eu só sairia quando o meu pai cruzasse aquela porta.

[...]

Eu tô aqui plantada à 40 min e nada do meu pai são dessa merda, eu escutei uns gemidos abafados sairem lá de dentro e eu fui a loucura e surtei por dentro mas mantive a postura.
Depois de um tempo ouço a porta ser destrancada e a pessoa que eu menos queria ver naquele momento sair com um sorriso satisfeito no rosto.

Fabíola: Perdeu o caminho de casa, princesa?
- Eu vou te mostrar o caminho do inferno, vagabunda.

Empurrei ela pra dentro e dei um tapa nela fazendo um estalo estrondoso.

L7: Heloísa, vc tá maluca?? -levantou do sofá-

Eu nunca tinha entrado ali, aquele lugar cheirava a droga e sexo, era abafado, com pouca luz, poucos móveis mas aquilo era o que menos me importava agora.

- MALUCA?? -gritei já com os olhos marejando- VC PROMETEU...
L7: Não é desse jeito que vc tá pensando..
- Para de ser mentiroso, eu ouvi os gemidos lá de fora, ouvi a ligação de hj mais cedo -falei calma-  vc mentiu falando que era a tia Letícia e agora eu te encontro aqui, com ela.
Fabíola: Tá na hora de vc crescer, boneca. Sua mãe nunca foi única na vida dele.. -dei um tapa na cara dela-
- Vc lava a boca pra falarda minha mãe, ridícula. Eu vou fazer tu pagar por isso, talarica do caralho!

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Semana inteira de capítulos pra vcs, meus amores, maratona tá rolando, votem e comentem bastante que eu faço mais algumas durante o livro. Bjão

Do Asfalto ao Morro 2 Where stories live. Discover now