Capítulo 67

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Helô narrando

Essa semana foi uma loucura com toda essa história do Gustavo, mas aos pouco nós estamos nos acertando. Família é assim mesmo, quando há amor nada separa!

Hoje é dia de baile e o Mc Poze vai vim, o morro todo tá animado, o morro tá uma loucura. Tô bem animada pra ir tem um tempinho que não vem atração aqui.. Nem preciso dizer que a Lua tá doida né? Aquela ali não sossega nunca KKKK

L7: Tô gostando de ver hein! -falou ao me ver fazendo um trabalho da escola- Nem parece aquela garota irresponsável de antes.
- Tenho que correr atrás do preju né?!

Ele mexeu na carteira, tirou umas notas de 50 e me entregou.

- Pra que isso?
L7: O famoso incentivo. -piscou- Só não conta pra tua mãe!

Gargalhei e levantei pra abraçar ele, logo ele saiu do quarto, terminei de fazer o trabalho e peguei o celular.

[11/09 14:59] Helô: Vamos no shopping?
[11/09 14:59] Helô: Papi vai patrocinar umas peças novas
[11/09 14:59] Duda: Vamoss, tô precisando de uns look também!
[11/09 15:00] Helô: Passa aqui pra me buscar, beijo
[11/09 15:00] Duda: Abusadona mané KKKKK

Bloqueei o celular, tirei do armário uma calça jeans de lavagem clara e uma blusinha preta que vinha até meu umbigo com uns dizeres na frente, tomei um banho rápido e me arrumei.

Bia: Hmm.. Vai pra aonde? -apareceu na porta do quarto-
- No shopping com a Duda. Preciso de umas roupas novas! -falei terminando de pentear meu cabelo-
Bia: O que vc mais tem é roupa nesse armário, garota!
- Um certo passarinho me disse que roupa nunca é demais! -ela riu-
Bia: Toma cuidado, não quero vc dando mole pelo asfalto. -concordei-

Assim que terminei de me arrumar, vi a mensagem da Duda avisando que já estava chegando, peguei celular e dinheiro e desci.

- Mãe, tô saindo!! -gritei da sala-
Gusta: Aonde? -entrou em casa-

Fui até ele e me aproximei de seu ouvido.

- Comer cu de curioso. -falei e saí rápido rindo-

Cheguei na entrada do morro rapidinho, Rf me ofereceu uma carona de moto e eu logo aceitei né, pq eu não sou boba.

Desci da moto e já fui entrando no carro da família da Duda.

2t: Teu pai sabe que tu tá descendo? -me encarou-
- Pra que eu vou avisar se vcs já fazem isso por mim? -forcei um riso e entrei no carro-
Duda: Tu tá a cara do deboche hj hein -ri-

Fomos o caminho inteiro fofocando, como de costume, chegamos no shopping e já fomos direto rodar nas lojas. Tinha muito tempo que eu não fazia isso, depois de mensagem ameaçadora que mandaram pro meu pai eu não descia muito do morro, principalmente "sozinha".

Fizemos umas boas compras, comprei um vestidinho verde neon que eu estava apaixonada, ainda dei uma passadinha na melissa p pegar uma sandália da coleção nova pra não perder o costume, e logo depois fomos lanchar.

- E vc e o Gustavo? -morri meu lanche observando ela-
Duda: O que tem a gente?
- Ah não vem com essa, tá rolando oq? Pode me falar.
Duda: Não tá rolando nada, estamos só nos dando bem.
- Vcs ficaram quase a última semana toda juntos e só "se deram bem"? -ri- Conta outra.
Duda: Não quero cair de cabeça nisso de novo, seu irmão é complicado. -ela disse séria-
- Mas ele gosta de vc, isso é fato.
Duda: Gostar eu também gosto do Henrique.. Quero mais que isso!

Ficamos algum tempo em silêncio. Acho que eu ainda não digeri essa ideia dos meus irmãos gostarem da mesma mina.. Complicado!

- Vai pro baile hoje?
Duda: Nem se eu quisesse muito. -bebeu o retro- Vai ter um jantar importante lá em casa. -revirou os olhos-
- Ossada. Hoje o homem vai estar presente -ri e ela fez uma careta- Mc Poze!
Duda: K.o? -gargalhou- Não queria perder essa.

Ficamos ainda um tempo por lá conversando e depois decidimos ir, ficamos na porta do shopping esperando o motorista dela, assim que ele chegou entramos no carro e ele seguiu caminho.

Papo vai papo vem notei uma movimentação estranha dos carros na rua.

- Vcs agora estão andando com seguranças? -olhei pra trás-
Duda: Claro que não, nunca precisamos disso.
- Pois então acho que tem um carro seguindo a gente!
Xx: Notei isso mas achei que fosse só impressão -o motorista dela falou-

Eduarda logo entrou em desespero, e eu também, minhas mãos tremiam tanto que eu não conseguia digitar o número de ninguém.

- Pisa fundo, corre pro morro e não para em nenhum sinal!
Xx: Eu vou ser multado.
- NÓS PODEMOS SER MORTOS -gritei com medo- AGORA VAI!

Ele acelerou o carro mais foi totalmente em vão, alguns metrôs depois três carros pretos nos cercaram numa rua menos movimentava, três homens encapuzados saíram de um dos carros e vieram em minha direção. Eduarda já chorava horrores e eu mal estava conseguindo respirar, pela primeira vez na vida tive medo de morrer.

Assim que os homens se aproximaram do carro, um deles tirou a pistola da cintura e bateu no vidro ao lado do motorista pra ele abrir.

Xx: Destrava a porta de trás agora antes que eu dê um tiro na tua cara! -o homem falou-

Segundos depois escutei as portas serem destravadas e as portas de trás se abrirem, vi a Eduarda ser tirada do carro a força e logo depois recebi um puxão no cabelo me fazendo sair do carro.

- Deixa ela ir, a única pessoa que vcs querem sou eu! -implorei-

Eles ficaram em silêncio por um tempo e logo depois saiu um outro cara de um dos carros.

Xx: Trás só a filha do fdp porra, vamos embora! -gritou-

Eles jogaram a Eduarda de volta pro carro e me arrastaram pelo braço até um dos carros e me jogaram lá também. Nenhum deles dentro do carro estavam encapuzados mas eu não conhecia nenhum deles. Um deles amarrou minhas mãos.

Xx: Eai dondoca, tá pronta pra uma aventura? -fiquei quieta- Além de tudo é abusada.. agora tu vê G13 -eles riram-
G13: Essa marra acaba daqui a pouquinho. -riu-

O medo tomou conta de mim, eu só conseguia pensar de tantas formas possíveis eles poderiam me matar ai mesmo que a vontade de chorar só aumentou. Eu queria gritar pelo meu pai desesperadamente.

A viagem demorou tanto que eu achei que eles fossem me tirar do país, já estava impaciente, não conseguia parar de tremer e meu coração já estava ficando cansado do bater tão rápido.

- Pra onde vcs estão me levando? -falei fazendo eles ficarem em silêncio-
G13: Já chegamos princesa. -o carro parou-

Olhei pela janela e não sabia muito bem descrever o lugar, tinha muito mato e a poucos metrôs um rio.

Eles saíram do carro e me puxaram junto.

Xx: Sem fazer graça pra eu ter que te matar antes do tempo.
- Eu vou morrer? -minha voz estremeceu e ele riu-

Foi naquele exato momento que é me desabei em lágrimas, não fazia ideia pq eu estaria ali, tem muito tempo que o morro tá em paz e eles não invadiram lugar nenhum.

Olhei pra trás de relance e vi que só tinha mais um carro além do que eu estava, mais quatro homens saíram do tal carro e foram se aproximando e quando eu dei por mim, não acreditei no que eu estava vendo.

Do Asfalto ao Morro 2 Kde žijí příběhy. Začni objevovat