Anne With An E - Sec XXI (Concluída)

Quarenta e cinco

Aprendendo com os erros.

E lá estávamos nós, Billy, Benjamin e Gilbert, sentados na sala da diretora. Eu, na verdade estava como intrusa, pois existia um caminhão de curiosidade em volta de minha mente me obrigando a perguntar o que tinha acontecido dentro do vestiário.

O tempo passava rápido, e logo o colégio estaria com os corredores cheios de pessoas de um lado para ao outro.

— O que houve? — pergunto para Gilbert que está com gelo na bochecha já arroxeada.

— Não acho viável falar sobre isso agora, Anne.

Sinto um nó se formar na boca do estômago, pois, apesar de não ser especificado o motivo real de toda aquela briga eu sabia indiretamente que o motivo era eu.

Meu celular vibra em meu bolso e o puxo encarando a tela.

Fofocas de Springdale College acaba de publicar.

Me assusto com o conteúdo, era claro que o motivo estava coorelacionado a mim.

"Gilbert descobriu que Anne não passava de uma aposta"

— Merda — eu sussurro.

Gilbert se inclina para ver o que estou vendo e em segundos tapa a tela ofuscante.

— Eu não acho bom você ver isso Anne.

Insistente, coloco os fones no ouvido.

— Eu não acredito que você apostou a Anne com esse canalha.

A voz de Gilbert em meio a sua indignação me deixou em choque.

Então, tudo que eu havia vivido ao lado de Benjamin não passava de uma mera aposta INESCRUPULOSA?

Segundos depois Gilbert escutou o vídeo.

— Que aposta? — encaro ele e logo percebo os olhos de Benjamin direcionados para mim com arrependimento.

— Por favor Anne. — Gilbert suspira com força como se fosse muito pior.

— Anne — Diana aparece na porta da diretoria — você pode sair?

— Posso — falo encarando-a — eu só estou acompanhando os garotos.

— Anne venha comigo, agora — ela pede.

Pego minha bolsa que a pouco estava no chão e antes de sair Benjamin segura minha mão. Me viro, encarando-o, com uma imensa vontade de esbofeteá-lo, mesmo não sabendo o contexto completo.

— Me perdoa — ele diz.

Durou segundos para que Gilbert separasse nossas mãos.

— Vá logo antes que eu torne a esbofetear esse desgraçado por ele tentar se aproximar de você.

Saio com Diana me puxando.

O corredor já estava com aquela aglomeração de pessoas, contudo, ao invés de estarem concentrados em suas vidas medíocres e falsas, eles me encaravam com pena, e alguns sorriem como se estivessem debochando.

— O que está acontecendo Diana?

Ela me empurra no banheiro e tranca a porta se certificando que ninguém vá entrar. Ruby e Tillie já estavam a minha espera.

— Por favor, estou ficando agoniada com tudo que está acontecendo.

— Sentimos muito por tudo Anne — Ruby fala com sua voz doce cheia de ternura — sentimos mesmo.

— Eu não entendo... Que aposta é essa?

— Alguém explica por favor — Diana diz alterada — pois se eu falar mais uma vez sobre isso sou capaz de espremer as vísceras daquele filho da mãe com minhas próprias mãos.

— Eu falo — diz Tillie arfando com ímpeto como se criasse coragem — Gilbert descobriu que Benjamin apostou sua virgindade com Billy.

— Benjamin o que? — repito em meio as pausas devido ao grande choque de realidade.

— Ele disse que você dormiria com Billy — Diana diz com raiva — ele te vendeu para ele e eu sinto muito por você descobrir isso assim.

— Ele a vendeu como uma cachorra de rua — Josie entra no banheiro — a cachorra de rua que você é, órfã, ridícula e uma tremenda vadia. Au au.

— Você não trancou a porta Diana?

— Eu tenho a chave sua cadela — ela diz para Ruby que agora está com as bochechas vermelhas.

— Eu não posso simplesmente ficar aqui escutando isso — Diana segura os cabelos de Josie — eu sempre tive vontade de sentar a mão na cara dessa vaca.

— Não — seguro Diana — não faça isso, por favor.

Ela solta Josie que nos encara com aqueles olhos de peixe morto.

— Não vê que não precisamos nos rebaixar ao nível deles para sairmos por cima? — digo — olha o grau de Infelicidade que eles vivem, é tamanha, que chegam a apostar a felicidade de outras pessoas para encherem momentaneamente o coração oco que está dentro do peito.

Josie Pye faz como se não sentisse culpa, e eu a encaro afim de intimidá-la fazendo com que as palavras, penetra-se o cérebro atrofiado e compelido por toda sua maldade.

— Onde você consegue achar isso justo Josie? Poderia ser você! Isso se não é... Billy a ama tanto que aposta outra garota para que ele se sinta satisfeito?  — falo com ênfase e naquele momento, percebo seus olhos marejados — não seja tão injusta consigo mesma a ponto de se sentir bem com a desgraça dos outros, eu olho para você, sendo a marionete perfeita de Billy Andrews.

Ela encara o teto como se aquilo evita-se as lágrimas caírem, enquanto se apoia na perna esquerda, com os braços cruzados.

— Abra os olhos Josie, enquanto estiver satisfeita com a dor do outro, você nunca será feliz.

A garota sai do banheiro rapidamente. E apesar de na frente dela eu estar sendo conduzida por minha sanidade e espírito de justiça, quando ela sai a única coisa que consigo fazer é chorar. Mas sinto imediatamente três pares de braços envolvendo-me com amor.

— Não importa o que aconteça Anne — a voz de Diana soa como consolo — sempre estaremos aqui para você.

. . .

Eu tô amando a amizade que elas formaram, e estou amando saber que a Anne finalmente está caindo em si!

Obrigada, estou muito feliz por saber que chegamos a 23K.

Vocês são maravilhosas ♥️