Trinta e quatro

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Doce destino repleto de incertezas.


Assim que o padre encerrou a missa, me levantei e corri para ao banheiro, cada palavra era como se uma hora tivesse passado e minha bexiga estava prestes a explodir. Era óbvio que, não só a minha pequena e ajeitada bexiga estava assim, uma grávida também sentiria essa vontade imensa de ir ao banheiro, principalmente depois de horas sentada.

— Anne — Winnie me encara com um sorriso mais falso que tic tac quando fingiamos ser remédio — que bom vê-la.

Eu seria incapaz de destratar uma pessoa, mas se eu fosse capaz, lhe diria poucas e suficientes palavras para que ela se colocasse em seu devido lugar. Mas não,eu não conseguia em momento algum de minha existência, dizer coisas tão cruéis a cerca do que penso. Nesse momento, invejo um pouquinho Diana, que é corajosa o suficiente em não só falar mas também lhe dar uma bela bofetada.

Não respondo, mesmo sendo incapaz de deferir palavras de ofensa, também não sou capaz de mentir a ponto de dizer que era BOM, vê-la.

Por mim você pegaria um avião para o quinto dos infernos, Winifred — pensei.

Assinto para não ignorá-la por completo.

— E então, como você está? — ela prossegue.

— Bem, obrigada — digo avidamente a fim de demonstrar que não estou feliz com a situação.

Os dois sanitários estão ocupados, o que nos deixa a espera. Ótimo momento para isso... Apesar de uma enorme vontade de ir embora, eu não podia esquecer a imensurável dor que cumprimia minha bexiga.

— Estamos bem também — ela sorri — eu, o bebê e Gilbert.

Já não era surpresa saber que ele estava feliz, o tempo toda havia mentido para mim e isso já não era uma novidade.

— Que ótimo, Winifred — falo ironicamente — é bom saber que você não precisou implorar de joelhos para que Gilbert assumisse o filho — a encaro — é bom saber que você não saiu decepcionada com isso, e ao mesmo tempo é um alívio saber que isso pouco me importa.

A porta do banheiro abre e ela me olha.

— Vá na frente querida — digo — afinal, você é mais velha e ainda gestante.

Ela sai com passos rápidos e cheios de ímpeto.

— Então foi isso que aconteceu? — Josie sai da outra porta em meio a gargalhadas — Gilbert te trocou pela garota do navio?

— Me poupe Josie — entro às pressas no banheiro — é uma surpresa vê-la na igreja, pensei que pessoas como você e Billy Andrews, evita-se locais sagrados, principalmente sendo tão ruins de coração — fecho a porta.

Arghescuto ela grunhir de raiva.

Quem sabe deixar as palavras saírem deliberadamente, pode ser uma forma de descarregar tudo aquilo que me faz mal?

. . .

— Anne? — sinto alguém cutucar meu ombro.

— Ben — viro-me sorrindo — o que faz aqui?

— Acho que o mesmo que você — ele da uma risadinha cínica — já que a missa acabou, você gostaria de ir lá no Coffe and books?

Anne With An E - Sec XXI (Concluída)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora