Anne With An E - Sec XXI (Concluída)

Trinta e dois

Histórias tristes, porém marcantes.

— E então eu fui parar em Green Gables com Matthew e Marilla — termino de contar minha história enquanto saboreio o chocolate quente.

— Nossa — diz Ben como se estivesse surpreso — você realmente tem uma história e tanto, sabe, poderíamos fazer uma peça baseada em sua vida.

— Uma peça? — solto uma risada um tanto tímida — isso seria muito engraçado.

— Seria fantástico! Muitas pessoas se sentiriam maravilhadas com sua história, e também poderíamos fazer algo mais retrógrado — ele ergue os ombros — imagine só... "Anne com E" — ele movimenta as mãos atônito — seria incrível.

— Uma peça de época? — questiono — baseada em qual época?

— Século dezenove — ele sorri com perspicácia.

— Não seria mais bonito, Anne With an E? — sugiro.

— Perfeito! — ele aplaude silenciosamente — viu, formamos um belo time.

— Ah Benjamin, você tem uma imaginação tão avassaladora quanto a minha.

— Espero que isso seja um bom sinal.

— Vamos falar sobre você agora — falo — suponho que não se importe em contar sua história já que eu contei a minha vida toda para você.

— Acredite — ele sorri — não é um problema.

— Então... Comece.

— Eu cresci aqui em Springdale, te contei isso aquele dia quando estávamos presos na casa de Josie, minha mãe morreu quando eu era muito jovem e meu pai se casou com outra mulher, agora ele tem duas filhas e eu sou apenas o filho da esposa morta.

— Sinto muito por isso Benjamin — seguro em sua mão.

E suas bochechas ficam coradas instantaneamente.

— Tudo bem — ele entorta os lábios — desde novo eu tenho muitas habilidades artísticas, eu toco guitarra, desenho, fiz vários comerciais e consegui desenvolver rapidamente o meu instinto de escritor.

— Você gosta de escrever? — fico encantada em saber que talvez eu pudesse ter alguém que me entendesse e escrevesse comigo.

— É tudo que eu tenho — ele oscila a voz — escrever me liberta do meu profundo desconsolo.

— É como se você fosse um poço vazio e ao escrever, você começa a se encher a ponto de transbordar — digo enquanto lembro das minhas sensações — isso é mais do que só escrever.

— Exato — ele contorna os nós de meus dedos.

Os nossos celulares vibram.

Eu pego o meu que pisca e ele pega o dele que está ao lado do meu.

Fofocas Springdale College
Marcou você em uma publicação.

Encaro a tela do celular e tem uma foto minha segurando a mão de Benjamin enquanto nos encaramos.

— Não é possível — ele diz enquanto procura o suposto paparazzi — me marcaram nessa foto também.