Trinta e sete

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Love Story

Apesar de tudo, eu ainda acredito em amores eternos, Gilbert.

Quando estamos a beira de um abismo, até mesmo o sopro do vento pode nos fazer cair. E lá estava eu, prestes a cair.

— Anne — Ruby me puxou — o que aconteceu, onde você estava? Eu te procurei em todos os lugares possíveis.

— Ruby — a abraço.

Depois de tentar conter minhas lágrimas dentro do banheiro, e lavar mais ou menos vinte e quatro vezes meu rosto para disfarçar a vermelhidão e amenizar a temperatura, fui encontrada do pior jeito possível.

— O que foi Anne? — Ruby diz preocupada — o que aconteceu, o que aquele patife do Benjamin fez? Eu vou matá-lo!

— Não, por favor — digo — não foi ele. Acabo de receber uma ligação de Mary.

— A governanta dos Blythe?

Assinto.

— Gilbert sofreu um acidente na tarde de ontem — digo — e ele ainda não acordou Ruby — despenco em lágrimas — e se ele não voltar?

— Ei — ela seca minhas lágrimas — ele vai voltar Anne, por você.

— Me desculpe Ruby, eu tenho sido uma péssima amiga para você e você sempre que pode me trás palavras de consolo.

— Anne? — Tillie entra no banheiro — você está bem?

— Não, eu não estou nada bem.

— Calma, assim que a aula acabar nós vamos para o hospital, vou avisar Jerry e ligar para os meus pais.

— Faltam só mais duas aulas para sermos dispensados, não vai demorar.

— Calma Anne, nós vamos conseguir, só seja forte.

. . .

(Narração Diana)

Sem fome, sem vontade alguma de fazer minhas necessidades, e o pior de tudo era sem sono. A sala branca não tinha ao meu ponto de vista um propósito específico, na verdade, ela era torturadora, pois inevitavelmente nos obrigava a pensar.

Ficar presa em um lugar assim com nossos próprios pensamentos era a maneira mais cruel que poderia ser feito. Encontro no castigo que era para me torturar fisicamente, uma tortura psicológica, era duro demais enfrentar a mim mesma, questionar a mim mesma e responder às minhas próprias decisões e vontades.

"Coragem Diana" - penso.

É tudo que preciso para enfrentar esse lugar.

— Diana Barry — a porta se abre — pode sair.

Saio com passos apreensivos porém com o queixo erguido. Queria deixar bem claro que aquele tempo de castigo era fácil de enfrentar.

— Pegue o esfregão e se junte com as outras garotas.

— O que? — encaro a supervisora — pensei que isso fosse uma escola para garotas, não um treinamento de faxina.

Anne With An E - Sec XXI (Concluída)Where stories live. Discover now