Cinco

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Um laço de amizade

A cena seguia presente em minha memória, impedindo-me de esquecer. Gilbert Blythe não parecia ser agressivo, egocêntrico sim, dono do mundo também, na minha visão... Pois as garotas o veneravam, e sempre que podiam exaltavam sua "essência" perfeita. Depois que voltamos das compras, eu Jerry e Diana, pois Ruby não pôde ir, perguntei a Diana se ela sabia onde Gilbert morava. Ela disse sim, e cá estamos nós três... Eu, ela e Jerry.

Parados na frente do grande jardim.

— O que viemos fazer aqui mesmo? — Diana me encara.

— Anne precisa saber se Gilbert está bem — Jerry disse.

— Na verdade, eu não me importo. Devíamos ir embora. Olha só para essa casa, parece mais um palácio. Eles não vão me atender, pareço uma garota tosca pedindo esmolas.

— Bom, diga a ele que trouxe a matéria que ele perdeu. — Diana ergueu os ombros — se ele suspeitar da sua visita íntima.

— Não é uma visita íntima Diana — digo exaltada — é uma visita.

— Particular então? — ela ergue os ombros — ah, não sei.

Jerry sorri para ela, e ela timidamente sorri de volta.

— Certo... — respiro fundo — vamos nós três.

— Não — Diana disse por impulso — quero observar com calma esse lindo jardim.

— Acompanharei Diana — Jerry diz — tenho certeza que Gilbert não irá se importar em darmos um passeio por seu jardim.

Encho os pulmões de ar, caminho seriamente até o portão da casa.

— Olá, meu nome é Anne — digo ao porteiro — gostaria de ver Gilbert Blythe.

— E essas pessoas? — ele aponta para Jerry e Diana.

— Também, somos amigos e eu sou dupla dele no colégio. Trouxe algumas matérias para ele.

— Certo. Farei uma ligação para ver se tenho autorização de liberá-los.

— Ah não — digo — por favor, eu gostaria que ele não soubesse que sou eu.

— Mas preciso de autorização menina — ele diz com doçura — só direi que são amigos do colégio está bem?

— Sem problemas.

Assim que o portão se abre, Diana e Jerry se perdem no enorme jardim. E eu sigo rumo a grande porta de entrada da casa luxuosa, a princesa Cordelia (fruto da minha fértil imaginação quando criança), teria sido muito feliz nesse lugar.

Bato na porta, e ela se abre vagarosamente, permitindo que eu veja o lindo cômodo de entrada, com um lindo tapete azul e dourado e um lustre divino que terminava no meio da escada no canto do cômodo.

— Anne? — entonação surpresa.

Olho para o garoto com o olhar dócil e cenho franzido encarando-me curiosamente. Imagino o que se passa em sua mente "o que essa garota idiota faz na porta de minha casa?".

— Oi — tento sorrir mas sinto meu músculo facial enrijecido.

— O que faz aqui? — ele sai da casa — e por que seu namorado está no meu jardim caminhando com sua amiga?

— Meu namorado? — indago — quem? O Jerry? Não por favor! Ele é meu primo que veio da França fazer intercâmbio aqui.

— Não é o que essa página diz — ele me mostra o smartphone aberto em um "Instagram" que dizia:

"Namorado da novata".

Uma foto minha segurando Jerry na entrada do colégio? Com certeza na hora em que o puxei para entrar pois ele estava tão perdido quanto uma ovelha cega longe de seu pastor

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Uma foto minha segurando Jerry na entrada do colégio? Com certeza na hora em que o puxei para entrar pois ele estava tão perdido quanto uma ovelha cega longe de seu pastor.

— Isso é hilário e errado — falo — você não pode acreditar nisso.

— Eu não acredito. — ele guarda o celular — e então o que faz aqui?

— Eu.. eu.. e..

— Você está bem?

Seu maxilar contrai e eu sinto meu coração acelerando, seus lábios se torcem em um sorriso tímido e acalento e eu tento com todas as minhas forças fazer com que eu não pense nele depois disso. Pisco repetidas vezes, e tento procurar palavras em minha mente para dizer que, vim saber se ele estava bem. Meu Deus, que queixo perfeito!

— Anne? — sua mão pousa em meu ombro e eu volto para a realidade.

— Trouxe minha apostila para você fazer as atividades... Teremos que apresentar uma casa de pássaros na aula de marcenaria.

— Gilbert — a voz longínqua o chama com dificuldade.

— Anne eu preciso ir agora — ele diz — obrigado por... Trazer isso.

Ele fecha a porta antes que eu pergunte se ele frequentará a aula. Mas não. Ele só entra para sua casa e eu, fico de frente com a porta enfeitada sem perguntar a única coisa que eu queria saber, se ele estava bem.

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Capítulo revisado e alterado.

Anne With An E - Sec XXI (Concluída)Where stories live. Discover now