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Se necessário, releia o primeiro capítulo. 

Boa leitura.

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Flashback

Tirei minha gravata e meu casaco, e nem me preocupei em trocar para algo mais confortável. Passei as últimas 3 horas preocupado com Linda. Recebi uma ligação da filha dela que disse que ela tinha caído. Amy disse que ela me ligaria e me diria como ela estava. Estávamos prestes a decolar, então coloquei meu celular em modo avião.

Linda era tudo para mim. Eu amava o jeito que ela amou minha mãe, e o pensamento de algo acontecendo com ela me preocupava. Quando eu pousei, imediatamente tirei meu celular do modo avião e ouvi a mensagem de voz. Era Amy, e me disse que a mãe estava bem. Eu soltei um grande suspiro de alívio, mas a ansiedade já tinha me consumido, então fui para o bar.

Estive em Chicago muitas vezes e, normalmente, eu sairia para explorar a cidade, mas hoje, decidi ir beber.

Me sentei e pedi ao bartender uma bebida. Tomei um gole, mas honestamente, eu queria era virar o copo inteiro, então eu fiz. Passei as mãos pelo cabelo, já sentindo os efeitos do álcool. Podia sentir a ansiedade se esvaindo.

O bartender colocou outra bebida.

- Oh, me desculpe...não pedi isso... - eu falei, mas ele apenas mexeu com os ombros para uma morena do outro lado da bancada.

- É dela. - ele falou, voltando ao trabalho.

Encontrei com os olhos dela de novo, ela ergueu o copo e eu fiz o mesmo. Ela era linda, e eu tentei não encará-la, mas era impossível. Tudo naquele bar parecia derreter.

Alguns minutos se passaram e eu tomei minha bebida. Ela se levantou e veio até mim. A primeira coisa que eu notei quando ela sentou foi seu colar de borboleta. Levantei meu olhar para o dela, não querendo que ela pense que eu estava encarando os seios dela. Os olhos dela eram castanhos e os meus foram para os seus lábios rosados. Ela lambeu o beiço e falou.

- Dia longo? - ela perguntou, erguendo as sobrancelhas.

- O mais longo. E você? - as palavras saíram da minha boca, e eu estranhamente me senti tranquilo e nervoso ao mesmo tempo.

- Igualmente. - ela falou.

- Sou Shawn. - estendi a mão e ela pegou.

- Camila.

- Você é daqui, Camila? - perguntei.

- Não exatamente. Sou de Miami. - o som da voz dela soava calmo e reconfortante.

- Miami, huh? O que te traz até a incrível cidade de Chicago? - eu estava genuinamente curioso.

- Trabalho. - a resposta era vaga, mas não quis pressioná-la.

Dessa vez, eu paguei uma bebida para ela.

- Gostei do seu colar, é lindo.

Ela olhou para o peito e pegou o pingente.

- Obrigada, eu...eu gosto de borboletas.. - ela falou. Ela parecia insanamente confiante e sedutora.

- Sempre quis ter uma tatuagem de borboleta. - admiti.

- Você tem outras além desta? - ela perguntou, apontando para a tatuagem de pássaro na minha mão.

- Algumas. - eu não iria conseguir mostrar a que tinha nas minhas costas, mas arregacei as mangas e mostrei a de violão no meu braço.

- Essa é incrível...doeu? - ela tocou no meu braço, e o contato repentino me mandou arrepios pelo corpo, mas a sensação dos dedos dela me trouxe conforto. Eu raramente deixava as pessoas me tocarem.

Plano de voo (Versão em PT) - ShawmilaWhere stories live. Discover now