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Eu estava na cama do hospital quando minha mãe me enviou uma foto de Shawn, sem camisa, segurando Diego. Contato pele à pele era considerado benéficos para os bebês, e nosso pequeno Diego crescia mais forte a cada dia. Ele era o menor dos trigêmeos, mas era um guerreiro. A foto era seguida de um vídeo. Shawn estava balançando-o enquanto cantarolava para ele. Eu queria chorar. A imagem do Shawn segurando nosso filho era a coisa mais linda que eu já vi. Eu sabia que eles seriam protegidos para sempre.

Meu leite ainda não tinha saído, mas não deveria demorar muito. Eu sabia que amamentar os três seria difícil, mas valeria à pena.

- Sua vez. - Adam me trouxe de volta à realidade. Estávamos brincando de damas. Mexi uma peça e pensei se ele conseguiria pegá-la, e conseguiu. Ele era um garoto inteligente.

Shawn e eu ainda iríamos decidir o que fazer com a educação dele, mas uma coisa era certeira, ele não voltaria para aquela escola.

No dia seguinte, eu estava liberada para andar com a cadeira de rodas até a unidade pré-natal. A enfermeira colocou Diego nos meus braços, e segurá-lo pela primeira vez me fez sentir completa. Eu segurei e beijei Alice e Dylan, mas a última vez que vi Diego, eu estava na sala de cirurgia. Shawn sorriu para nós.

- Você deve ser Camila. - uma mulher falou. Ela também segurava um bebê. - Shawn nos disse sobre os trigêmeos, sou Ana. Meu marido, Alex, está com nossa filha agora em casa. Tivemos gêmeos.

- É um prazer conhecê-la, como eles estão? Os gêmeos..

- Estão bem. Felizmente poderemos levá-los para casa logo.

- Espero... - voltei minha atenção ao meu filho.

Meu tempo com ele era curto, mas eu curti conversar com Ana. A filha dela tinha a idade de Adam. Quando eu estava prestes a sair, Alex, o marido dela, veio e se apresentou. Ele era um professor de Psicologia.

Quando voltei ao quarto, a enfermeira checou meus sinais vitais e eu percebi que eu sentia uma leve dor no peito. Perguntei à enfermeira se era normal, e ela me assegurou que sim, significava que o leite havia descido. Ela me ajudou a colocar Alice e Dylan em cada lado. Shawn me ajudou também. Os bebês pesavam quase nada, mas era bom tê-los perto de mim.

Quando estavam satisfeitos, rapidamente caíram no sono, cheios e felizes.

- Eu poderia olhá-lo para sempre, eu juro. - Shawn disse.

- Eu também.

POV SHAWN

Fui para a sala de espera e vi Adam brincando com Lego. Ele estava brincando com uma garota. Eu imediatamente a reconheci sendo a filha de Ana e Alex. Fiquei vendo-os por um momento, não querendo atrapalhar, mas também feliz que meu filho tinha achado uma amiga.

- Adam, temos que ir.

- Ok. Te vejo depois, Sadie.

A menina sorriu.

- Te vejo depois.

Enquanto levava Adam para casa, ele estava feliz, e isso me fez feliz. O deixei na casa de Aali e Chris, mas a pessoa mais animada em vê-lo era Lexi. Os dois se adoravam, e Adam era sempre um doce e atencioso com ela. Ele imediatamente a abraçou e os dois foram brincar em algum lugar.

- Como está a Camila? - Aali perguntou.

- Está bem, os bebês também. Eu tenho algumas fotos. - peguei meu celular.

Tínhamos que minimizar o número de visitas, mas eu estava morrendo para mostrar os bebês para minha família.

- São tão pequenos...meu Deus, Shawn, não acredito. Estou tão feliz por vocês. Sei que as coisas ficaram mais ocupadas nos próximos meses, mas saiba que Adam é bem vindo aqui a qualquer hora...e falando nele, os papéis da adoção chegaram. - ela me deu uma bateria de papéis.

- Tudo o que você tem que fazer é assinar, aí você vai ao tribunal para oficializar. - ambos olhamos para Adam. - Certeza que quer fazer isso?

- Mais do que certeza. Ele é meu filho. Eu sinto.

- Também sinto. - Aali disse, beijando minha bochecha. Abracei Chris e mostrei as fotos dos bebês.

- Fez um ótimo trabalho, Shawn. Você e Camila. Paternidade é...especial. Você vai ver. - ele riu.

- Estou indo, cara, vejo você amanhã, ok? - gritei e em segundo, Adam estava ao meu lado, me abraçando.

- Ok, nos vemos amanhã. Te amo, pai.

- Também te amo. - falei, sorrindo e bagunçando o cabelo dele. Ele precisava de um corte.

Demorou um tempo para ele retribuir os "eu te amo" e para nos chamar de "pai" e "mãe", mas quando disse, me deixou muito orgulhoso do progresso que ele fazia. Eu sabia, ao menos eu pensava, que ele teve um pouco de ansiedade por causa dos trigêmeos. Ele os amava e sabia que estávamos o adotando, mas eu acho que parte dele achava que poderíamos mudar de ideia.

Voltei para o hospital e ficamos vendo qualquer coisa na TV. Segurei a mão de Camila até ela dormir. Acordei e percebi que Sinu estava parada na minha frente.

- Estou indo, mas vejo vocês amanhã. Quer que eu pegue Adam?

- Claro, na verdade, seria ótimo. - falei, sorrindo para ela. Minha sogra era a mais doce e eu tenho que admitir, minha primeira impressão dela fui completamente diferente, mas agora, enquanto eu a via beijar a bochecha de Camila e a minha, eu sabia que éramos sortudos.

Mandei fotos dos bebês para Rosa, que estava ansiosa para vê-los. Ela prometeu que estaria dispostas a tomar conta dele, e apesar de nunca se conhecerem, ela e Sinu se falavam frequentemente. Elas tinham muito em comum e me deixou feliz ver que ela tem uma amiga.

Olhei para minha bela adormecida e ainda estava abobalhado pelo quão incrível ela foi por carregar nossos três bebês. A vi dormir até que eu dormisse. Me deitei próximo a ela, me sentindo grato por ela estar viva.

Plano de voo (Versão em PT) - ShawmilaOnde histórias criam vida. Descubra agora