Plano de voo (Versão em PT) - Shawmila

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Alerta: eu tive que parar de escrever esse capítulo no meio porque comecei a entrar em pânico. Fiquem atentos. Caso seja necessário, NÃO LEIA.

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Uma semana depois, eu me encontrava em um bar esperando por Hannah. Shawn não me mandou mensagem ou vice versa. Eu sabia que se eu tivesse uma chance de salvar isso, eu tinha que falar com alguém, e Hannah era tudo o que eu tinha.

Eu ouvi a conversa de outras comissárias que eu reconheci trabalharem na Delta.

- Oh, meu Deus...você fodeu com o Mendes? - uma delas disse.

- Shhhh...não tão alto...- a outra falou.

Eu me senti mal. Corri para o banheiro e no caminho encontrei Hannah.

- Camila? O que foi...?

Olhei para ela com lágrimas nos olhos e apenas balancei a cabeça.

- Vamos sair daqui.

Eu estava na cama de Hannah, com as mãos no rosto enquanto contava o que tinha ouvido.

- Shawn...eu ouvi aquelas garotas falando, e uma delas...disse que fodeu com Mendes...acabou Hannah. Eu não sou especial, nunca fui. Eu fui a sua primeira...eu pensei que isso significava algo...

- Talvez fosse outro Shawn...

- Ela disse "Mendes", Hannah..

- Porra...você...dormiu com alguém desde...?

- Não...- eu disse - Como eu posso?

- Sinto muito, Camila...não sei o que dizer a você...

- Me diga que eu estraguei tudo...diga que acabou...diga que ele seguiu em frente...-disse triste.

- Eu...não sei, Camila...- Hannah me puxou para um abraço.

Eu não fiquei orgulhosa da próxima coisa que fiz. Me afastei do abraço e conectei meus lábios ao dela. Nossas bocas se esmagaram e eu rapidamente estava em cima dela, beijando o seu pescoço.

Senti Hannah por as mãos nos meus ombros e desconectar nossas bocas.

- Camila...para....você não quer isso...

- Hannah...- se Shawn podia ficar com outra, eu também podia.

- Isso não é justo comigo. Você está triste e não está pensando direito...apenas ligue para ele, conserte isso.

Eu sabia que ela estava certa. Me levantei, ajeitei a blusa e passei as mãos no cabelo.

- Eu não posso consertar isso, Hannah, não entende? Acabou. Me desculpa...eu não devia ter feito isso...- deixei o quarto dela e fui para o meu. Gritei contra o travesseiro e quebrei pela centésima vez nas últimas 3 semanas.

Eu não sei o que é pior...alguém terminar com você, ou você terminar.

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Na manhã seguinte, meus olhos estavam inchados e meio vermelhos.

A porta do elevador abriu e lá estava a garota do bar. Ela me ignorou e falou com a sua amiga.

- Honestamente, talvez ele seja gay...ele nem me tocou e surtou quando tentei tocá-lo. Ele tem problemas...

Meu sangue ferveu.

- Você...está falando do Shawn Mendes? - senti minha voz tremer.

Ela me olhou com espanto.

- Sim...você o conhece?

- Sim...melhor do que você. - meus olhos estavam cheios de raiva - Fique longe dele! - essa vaca não o conhecia. Não sabia o que ele tinha passado. Eu de repente me senti culpada que eu pensei que Shawn tivesse dormido com alguém tão de cara, e mais culpada quando eu percebi que poderia ser capaz de fazer a mesma coisa.

Estava prestes a embarcar em um voo para Dallas e minha mente estava muito confusa.

Afastei os pensamentos e entrei no avião. Estoquei as bebidas e ajudei a colocar as bagagens nos compartimentos de cima. Fizemos os procedimentos de segurança e fizemos uma checagem para ver se todos usavam o cinto.

Eu estava surpresa que a nossa piloto era uma mulher. Não era comum.

Já voei com ela antes. Durante a pausa, olhei para o meu bracelete, que ainda usava, e pensei em dar 3 toques, mas não fiz. Quando eu pousasse, eu ligaria para ele. Eu devia um puta pedido de desculpas.

Quando já estávamos voando, a piloto liberou o uso do cinto, e eu soltei o meu para começar os serviços. Fiz o caminho do corredor com o carrinho. Não andei muito porque uma alta explosão atingiu o avião e eu fui jogada pro chão com o carrinho.

Eu senti uma dor aguda na perna quando as bagagens do maleiro começaram a cair. Me protegi das malas que caíam até que um passageiro estendeu a mão e me puxou para um local vazio.

As máscaras de oxigênio começaram a cair. O avião sacudiu e começou a cair depressa. Eu estava colada ao chão, mas sabia que precisava por a máscara de oxigênio se eu quisesse ajudar os passageiros. Me sentei em uma poltrona e abaixei a máscara. Os passageiros continuavam a gritar e chorar.

Não mais do que 3 segundos, eu ouvi o som de vidro quebrando, na janela a minha diagonal. Desviei dos cacos e me joguei de novo no chão. O avião perdia altura muito depressa. Meu ombro doía e eu senti sangue escorrer ao meu lado enquanto ainda estava caída e malmente conseguindo andar.

Eu estava próxima a uma mulher que estava sendo parcialmente sugada para fora do avião. A sua parte de baixo do corpo estava sendo segurada pelo cinto e por dois homens. Eles a puxaram de volta e ela caiu no chão. Me estiquei, ainda no chão, para sentir a pulsação dela. Estava fraca.

Um dos homens tinha um corte na mão, e um dos comissários o puxou para uma área mais longe para enfaixar a mão do passageiro. O outro homem me ajudou a puxar a mulher inconsciente para o corredor, e eu comecei a fazer compressões peitorais nela. Depois de muitas compressões, senti o avião sacudir e fui jogada para o lado. O homem estendeu a mão, mas eu disse para ele continuar as compressões.

Tonta por causa do pouco oxigênio e talvez por causa da queda. Estava no chão no meio de passageiros gritando e chorando enquanto o avião continuava descendo. Toquei no bracelete. 3 toques. Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. Fiquei tocando até senti o meu corpo dormente, e a última coisa que eu ouvi foi a capitã anunciando para se preparar para o impacto.

Wow, isso não é a vida? Claro que você morreria em uma queda de avião, Camila. Sua idiota, você é uma comissária de bordo. Talvez seja carma. Porra.

Fechei meus olhos e estremeci quando senti o avião sacudir de novo. Pensei no Shawn e como eu nunca o beijaria ou o seguraria de novo. Nunca casaria com ele. Nunca compraríamos uma casa ou iríamos para Islândia ou Havaí ou qualquer lugar.

Eu odiava que a última memória dele de mim era eu o decepcionando. Apertei os olhos e esperei que eu morresse antes do impacto. Eu não queria sentir. Imaginei que fosse doer, como o pensamento de nunca mais vê-lo. Imaginei que iria queimar, como a minha garganta quando eu escondo os medos e segredos para ele. Iria doer, como o meu coração doía quando não estava com ele. Tudo ficou preto e eu me deixei afundar dentro de um abismo escuro.

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Vejo vocês amanhã!