❎ - - - - - - CAPÍTULO TRINTA E UM - - - - - - ❎

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Respiro fundo, vendo Diogo sentado no penúltimo degrau, na entrada do condomínio

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Respiro fundo, vendo Diogo sentado no penúltimo degrau, na entrada do condomínio. Eu sinceramente já não estava mais aguentando essa situação, então precisava resolver isso logo.

Me sento ao lado dele, chamando sua atenção.

— O que você quer?! — Questionou, irritado.

— Quero entender o porquê você me odeia tanto. — Falo e ele me encara, desacreditado.

— Você está querendo dá um golpe no meu pai! — Reviro os olhos, impaciente.

— Por que diabos eu ia dá um golpe no seu pai?!

— Por dinheiro, claro! Todos o conhecem. Sabem muito bem que ele faz parte do exército, ou fazia, mas se tornou um dos nomes mais renomados do país. Você só é mais um interesseiro que quer se aproveitar dele. — Eu ri, chamando sua atenção.

— Certo. Me diz, novamente, por que eu iria dá um golpe no seu pai? Eu estudo em uma das faculdades mais caras do país. Toda a minha vida eu estudei em escolar particular. Meu pai é cientista e matemático. Minha mãe é cirurgiã plástica, trabalhando em um hospital muito requisitado e que pertence a ela. Por que diabos eu iria querer tirar dinheiro do seu pai se eu já tenho sobrando?! — Diogo me encarou, surpreso.

— Ok, então o que um garoto de 23 anos vê em um homem de 40?! Meu pai não é mais nenhum adolescente.

— E não deixa de ser atraente por isso. — Rebato, suspirando. — Diogo, eu entendo que você esteja preocupado com o seu pai, mas eu não quero fazer mal a ninguém, muito menos a ele. Eu sempre me envolvi com pessoa da minha idade, mas nunca amei de verdade. Pode ser meio babaca, mas... eu namorava os rapazes de 20... 18 anos... e ficava admirado pelos pais deles. Não é por maldade, é o tipo que eu me atraio. Eu só não sabia disso. Eu nunca amei jovem algum. Sempre... sofri por caras mais velhos, mas... como agora, eu sempre amo sozinho.

— O que quer dizer?

— É difícil um cara mais velho olhar para um jovem como eu com desejo. Geralmente é mais um instinto protetor, coisa de pai, sabe? Seu pai... parece ser do mesmo jeito. Mesmo que eu o queira, isso não garante que seja recíproco. Digamos que eu estou acostumado a... amar de longe, sozinho. Entende? — Diogo engoliu em seco, desviando o olhar.

— E por que o meu pai? — Questionou, em um tom baixo. Suspiro, sorrindo levemente.

— Bom, ele é bonito, educado, gentil... Tem lindos olhos e eu o considero um homem de verdade por, mesmo sendo tão jovem, ele assumiu a responsabilidade de cuidar de um filho. — Falo e Diogo me olha. — sei que foi fácil para ele, e também não deve ter sido para você. Eu não quero separar ninguém, não quero arranjar briga com ninguém. Eu só quero amar, e... com um pouco de sorte, ser amado também. Mas se você se incomoda tanto com isso, tudo bem... eu me afasto, como já estava tentando fazer. — Falo, me levantando e fazendo menção de ir embora. Não tinha mais o que fazer aqui, me humilhando.

— Espera! — Diogo exclamou, vindo atrás de mim. Suspiro, me virando de frente para ele.

— O que foi? Vai me xingar de quê, agora? De farsante... mentiroso, ou o quê? — Questiono, fardo daquela situação. Diogo respirou fundo, me encarando seriamente.

— Se... o meu pai quiser... Tudo bem. — Falou, me deixando confuso.

— O quê? — Ele suspirou, passando a mão no rosto nervosamente.

— Olha... eu disse que se o meu pai quiser, vocês podem... enfim, você sabe. Mas se mentir para ele, ou magoá-lo, eu te caço até no inferno e acabo com tua raça. Ouviu bem?! — Eu ri, desacreditado.

— Está falando sério?! — Ele assentiu, cruzando os braços. — Não vou te decepcionar... enteado. — Brinco e ele me empurra.

— Não começa! Não te dei intimidade para isso! — Eu ri, o acompanhando de volta para dentro da casa dele.

Assim que entramos, nos assustamos ao ver Carlos e Arthur devorando uma tigela enorme de sorvete caseiro.

— Ah, oi meninos... — Carlos murmurou, limpando a boca com um guardanapo de papel.

— Vocês não deixaram nem um pouco para a gente?!! — Diogo questionou, horrorizado.

— Oh... no calor do momento achei que não fossem querer mais... — Arthur comentou, com um olhar inocente.

— Não acredito que fiquei sem sorvete... — Balbucio, fazendo bico. Carlos riu, se levantando.

— Vou fazer mais para vocês dois. Aliás... ambos estão ilesos... não rolou nenhuma briga física...? — Questionou, curioso. Diogo e eu nos entreolhamos, sorrindo.

— Digamos que podemos nos aturar. — Diogo falou, e Carlos sorriu, orgulhoso.

— Finalmente! Não aguentava mais essa briga de vocês! — Carlos falou, seguindo para a cozinha.

— Amor? Você está bem? — Diogo questionou, vendo Arthur jogado no sofá.

— Acho que eu vou explodir... Eu não estou passando muito bem... — Arthur grunhiu, com a mão na barriga. Diogo logo foi até ele, o abraçando e cuidando dele. Eu é que não ia ficar de vela, então segui até a cozinha, me sentando no banco alto e vendo Carlos preparando a sobremesa.

— Posso ajudar? — Questiono. Ele me olha, com um lindo sorriso.

— Toda ajuda é bem vinda. — Ditou, o que me fez sorri, um tanto quanto nervoso por estar tão perto dele.

— Mas você vai me tratar como uma criança boba ou... como um jovem adulto que sabe o que quer? — Questiono e Carlos me olha, sorrindo em silêncio por alguns segundos.

Acontece que eu não estou vendo nenhuma criança aqui.

NO QUARTO AO LADO - (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora