❎ - - - - - - CAPÍTULO DOIS - - - - - - ❎

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Coloco as luvas de limpeza e meus inseparáveis fones de ouvido, iniciando uma longa Playlist, já que eu iria demorar o dia inteiro para limpar aquela bagunça

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Coloco as luvas de limpeza e meus inseparáveis fones de ouvido, iniciando uma longa Playlist, já que eu iria demorar o dia inteiro para limpar aquela bagunça. Procuro por produtos de limpeza, o que me fez bufar de raiva ao ver que não tinha nada ali. Bem, não me admira.

Como era o nome dele mesmo...? Ah, Diogo! Vou até o quarto dele, batendo na porta, mas ele não me respondeu.

— Diogo? Precisamos falar sobre algumas coisas! — Eu já ia bater de novo ao não obter resposta, mas a porta logo se abriu, revelando um rapaz e uma moça, que saiam do quarto ainda se vestindo. O que...?

— Ele está no banho. Não vai te ouvir. — A moça falou, terminando de beber uma latinha de cerveja e jogando a lata no chão, saindo do apartamento. Mas que gente porca!

— A casa não é lata de lixo! E você não vai chegar aos 30 se continuar bebendo essa porcaria numa hora dessas! — Exclamo, ouvindo os dois rirem, já fora do apartamento. Respiro fundo, entrando no quarto de Diogo e vendo a bagunça duplicada ali. Sério... Como ele está vivo?

Quase vomitei ao ver camisinhas usadas jogadas pelo chão e até na cômoda.

Eu não vou surtar...
Eu não vou surtar...
Eu não vou surtar...

— ABRE ESSA MALDITA PORTA, DIOGO!!! — Grito, socando a porta do banheiro, bufando de raiva. Depois de alguns minutos, ele abriu a porta, vestido em um roupão de banho.

— Céus, ninguém me avisou o quão estressado você era. Isso é falta de sexo. Se quiser eu te ajudo nisso... — Insinuou, o que me fez bufar só de ouvir essa maldita palavra de quatro letras.

— Você vai me ajudar é nesse lixo! Que espécie de ser humano é você? Ouça bem, Diogo. Você não vai mais viver sozinho. Precisa ter consideração. Eu odeio bagunça e você vai ter que aprender a mudar seus hábitos. — Ele sorriu, pegando um restante de hambúrguer em cima da cama e o comendo, o que me fez querer vomitar.

— E se eu não quiser...?

— Te faço engasgar com esse hambúrguer. Pode ter certeza. — Ele revirou os olhos, abandonando o hamburguer e cruzando os braços.

— O que quer desse humilde servo? — Questionou, com a boca cheia.

— Você vai... Não, nós vamos, fazer compras no supermercado. — Aviso e ele me encara com o cenho franzido.

— E o que é que está faltando? Tem comida na geladeira. — Fecho os olhos, respirando fundo.

— Eu tenho até medo de saber o que tem lá dentro. E está faltando muita higiene! Eu te mandaria sozinho, mas não confio em você para comprar o que realmente precisa. — Ele revirou os olhos, assentindo.

— Tudo bem, paixão. Vou só me vestir. Se quiser, pode ficar olhando, eu não me importo. — Ele ameaçou desamarrar o nó do roupão, o que me fez enrijecer o corpo.

— Não, não! Eu já estou saindo. Se apresse, por favor. — Abandono o quarto rapidamente, indo até minha bolsa, pegando o cartão de crédito e meu celular, abrindo um aplicativo de notas e anotando tudo que precisava comprar. E não era pouca coisa. Vou até a geladeira, respirando fundo antes de abri-la.

Como esperado, não havia nada de futuro. Apenas bebidas alcoólicas, refrigerantes, leite estragado e um resto de pizza. Assenti, suspirando, sabendo que teria uma longa jornada de organização pela frente.

Digito os alimentos que precisava comprar e que eu me lembrava no momento. Mal cheguei de viagem e nem vou conseguir descansar agora. Bem, eu não iria conseguir dormir sabendo que esse lixo está dominando a casa.

— Estou pronto! — Diogo apareceu, sorrindo descaradamente.

— Certo. Vamos. — Chamo, saindo daquele apartamento e finalmente respirando ar puro. Diogo trancou a porta, me acompanhando até o elevador. Haviam duas mulheres no elevador, e logo me encararam, da mesma forma que aquele homem estranho do elevador, da cabeça aos pés e rindo entre elas. Mas depois do que presenciei, acho que já sei o motivo. E odiei terminantemente por isso.

Assim que chegamos no supermercado, peguei um carrinho de compras, e fiz Diogo pegar outro.

— Para que dois carrinhos? Vai comprar o mercado inteiro? — Diogo reclamou, me seguindo pelas sessões no mercado.

— Cala a boca e me ajuda. Vai lendo essa lista. — Falo, entregando o meu celular. Ele suspirou, o pegando.

— Desinfetantes e limpa móveis. — Diogo falou, com extrema preguiça. Pego quatro desinfetantes de diferentes aromas, colocando no carrinho dele e cinco limpa móveis. Eu não iria economizar nos produtos de limpeza. — Alface?! Ah, não! Nem pensar. — Diogo reclamou novamente, lendo a lista e reclamando a cada coisa.

Apenas o ignoro, colocando os alimentos e especialmente frutas e legumes em meu carrinho. Diogo ainda reclamou pelo fato de eu não ter deixado ele comprar bebida, mas no fim ele aceitou e me deixou no comando.

Passo pela sessão de móveis e eletros, olhando o que poderia me auxiliar naquela bagunça. Sorri, pegando uma lavadora compacta de operação a pé e aspirador de pó.

— Céus, isso nem cabe no carrinho. Como vamos levar isso?! — Diogo reclamou. Eu apenas revirei os olhos, repensando se foi uma boa ideia trazê-lo aqui. Pego vários panos de chão e de louça. Esponjas de lavar pratos e detergentes, jogando tudo no carrinho de Diogo, que já estava cheio, não cabendo mais nada. Compro mais alguns alimentos, como carne, arroz, feijão, farinha e azeite, terminando de encher meu carrinho, o que acabou ficando extremamente pesado, já que no meu havia incontáveis quilos de alimentos e de frutas.

— Diogo... — Chamo, tentando empurrar o carrinho, enquanto Diogo já estava no caixa, passando os produtos. Ele me olhou, rindo da situação e vindo até mim, me ajudando a empurrar o carrinho. — Ah!! Quase me esqueci. — Exclamo, pegando rodos e esfregões, vendo Diogo revirar os olhos, seguindo rapidamente para o caixa.

Tudo custou uma boa grana. E depois de muito discutirmos na frente da vendedora, decidimos por rachar a conta e dividir meio a meio, centavo por centavo. Quando já estava quase terminando de passar as coisas, Diogo foi até a sessão de frios, pegando dois hambúrgueres congelados. Eu já ia reclamar e provavelmente iniciar outra briga, mas ele me impediu.

— Nem vem. Você comprou o que você queria. Deixe eu pelo menos me satisfazer com duas coisinhas simples. — Se explicou, o que me fez bufar.

— Isso faz mal e você já deve ter diminuído metade da sua vida comendo essas porcarias. — Resmungo, vendo ele revirar os olhos.

— Antes morrer cedo e ter aproveitado a vida do que viver longamente e não ter feito absolutamente nada. — Rebateu, me olhando com prepotência. Crispo os lábios, demonstrando meu desgosto nítido e passando aqueles malditos hambúrgueres.

— Obrigado e voltem sempre! Vocês formam um belo casal. — A moça do caixa falou, sorrindo para nós.

— Ah, não... não somos um... — Tentei me explicar, mas Diogo puxou meu braço, me levando com pressa para fora do supermercado.

— Anda, gênio! Como vamos levar tudo isso?! — Diogo exclamou. Revirei os olhos, me virando para um dos trabalhadores do supermercado.

— Moço, tem como empacotar essas compras? — O homem me olhou sorrindo, assentindo e pegando algumas caixas, começando a pôr os alimentos em umas e os produtos de limpeza em outras.

Coloco as máquinas de limpeza no porta-malas do carro, cabendo direitinho e as caixas foram colocadas no banco detrás. Agradeço ao moço, fechando a porta detrás do carro e olhando presunçosamente para Diogo.

— Assim, gênio. Se você arruma as coisas, elas vão caber. — Rebato, sorrindo falsamente e entrando no banco do motorista, esperando ele entrar e retornando para casa, pronto para fazer uma faxina e tanta naquele lugar.

Aquele lixo iria se tornar uma casa novamente!

NO QUARTO AO LADO - (ROMANCE GAY) Where stories live. Discover now