❎ - - - - - - CAPÍTULO UM - - - - - - ❎

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— Filho, já colocou roupa de inverno? Sabe que lá faz muito frio

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— Filho, já colocou roupa de inverno? Sabe que lá faz muito frio. — Sorri, fechando o porta-malas do carro, abraçando minha mãe fortemente.

— Já coloquei tudo mãe, até mais do que devia. — Ela sorriu, enxugando as lágrimas e beijando meu rosto. Ai, ela era tão dramática! Eu amava essa chorona.

— Vai ser bom para você sair daqui depois do que aqueles dois canalhas te fizeram. Mas, filho... não se recluse por conta disso. Tenho certeza que tem homens que vão te dá o devido valor. — Suspiro, assentindo.

— No dia de São Nunca. — Falo, sorrindo falsamente. Ela bufou, me olhando repreensiva.

— Tudo tem seu momento para acontecer. Você é jovem, meu amor. Só tem 20 aninhos. Ainda pode amar muito. — Assenti, a abraçando novamente.

— Eu já amo muito você. É mais que suficiente para mim. — Falo, beijando seu rosto e entrando no carro. — Tchau, mãe! Eu te amo.

— Tchau, meu amor. Se cuida. E não vai perder o papel com o endereço do lugar que eu paguei para você ficar. — Assenti, girando a chave na ignição e dando partida, abandonando aquela cidade que só me trouxe lembranças e momentos ruins. Eu precisava sair dali ou iria enlouquecer de vez com minhas lamúrias sobre meus relacionamentos falhos.

Sem contar que ver Lucas e Brian andando juntos todos os dias na rua em frente a minha casa não estava sendo nenhum pouco saudável para meu psicológico. Então falei com minha mãe e organizei tudo em poucos meses para sair dali, sem ninguém saber onde eu estava. Só minha mãe tinha meu endereço e eu deixei claro que ela não poderia contar para ninguém. Eu queria sumir de vez dali.

Respiro fundo, finalmente chegando ao meu suposto destino

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Respiro fundo, finalmente chegando ao meu suposto destino. Uma nova jornada.

Winchester, Nevada.

Aspiro o novo ar ainda estranho aos meus pulmões. Pessoas diferentes, lugares diferentes, tudo diferente. Era disso que eu precisava. Procuro o papel que minha mãe me deu no bolso da minha camisa, logo o encontrando e lendo o endereço, confirmando pela placa de rua que eu estava no local certo até então.

Caminho um pouco, olhando em volta. Era um bairro nobre, com condomínios luxuosos. É, minha mãe sempre foi um pouco exagerada...

Leio o número da casa que eu ficaria. 269. Olho para frente, tendo meu queixo caído ao ver aquele condomínio enorme e de incontáveis andares. Ok, ela realmente exagerou dessa vez.

Pego meu celular, ligando para minha mãe, me encostando em meu carro.

— Oi, filho. Já chegou? — Minha mãe questionou assim que me atendeu.

— Mãe, que lugar é esse? É enorme! Tem certeza que me deu o endereço certo?

— Arthur, eu ganhei um desconto com um amigo no aluguel. Eu não ia te colocar em qualquer lugar. Além disso, você não vai morar sozinho.

— Como não? — Questiono, não sabendo desse “pequeno” detalhe.

— O filho desse meu amigo vai morar com você. Eu não quero que você se isole. Eu bem conheço o filho que tenho e não vou permitir que você fique sozinho infurnado dentro de uma casa. Ao menos que tenha companhia. — Suspiro, passando uns dez segundos em silêncio.

— Mãe... eu sei o que você está fazendo, e não estou gostando nenhum pouco. Eu acabei de sair de um relacionamento e você já quer me arranjar outro?!

— Estou! A fila não andou para ele? Para você nem andou, meu filho, correu! — Reviro os olhos ao ouví-la. — E nem discorde de mim, porque eu já fiz muito em não sair daqui e ir dá uns tapas naquele desgraçado.

— Isso não vai adiantar em nada. Tudo bem, mãe. Que seja. Com ou sem alguém morando comigo não vai mudar nada. Eu prefiro ficar sozinho. E pelo uma única vez eu espero que respeitem minha decisão. Beijo. — Encerro a ligação, soltando um longo suspiro. Estou com alergia a relacionamentos. Se não fosse pela Física, viraria padre, só para fugir desse assunto de sexo e relacionamento.

Resolvo subir logo para o condomínio, passando pelo segurança que me deixou passar ao ouvir meu nome. Talvez já tenha sido avisado.

Décimo andar.

Puta merda! Só imagino a visão lá de cima. Sorri, um pouco mais calmo ao pensar nisso, e entro no elevador, vendo um homem dentro, todo descabelado e usando apenas uma bermuda de praia. Havia batom espalhado pelo seu corpo e seu cheiro não estava nada agradável.

— Que andar? — O homem questionou, com um tom preguiçoso.

— Décimo. — Murmuro, vendo ele me olhar pela primeira vez, me avaliando da cabeça aos pés. E então sorriu, assentindo e apertando o botão.

— Ele não perde tempo mesmo... — O homem murmurou, me deixando confuso.

— “Ele”? Quem? — O homem riu, negando.

— Você vai descobrir. Tenha um bom dia. — Ditou, indicando o meu andar que havia finalmente chegado. Mesmo estranhando, pego minhas malas e abandono o elevador, seguindo até o apartamento que eu ficaria. A porta não estava trancada, então entrei, estranhando o fato de que a porta não abria completamente. Mas ela não parecia quebrada.

Empurro de novo, colocando a cabeça para dentro da casa e vendo um amontoado de tênis e roupas atrás da porta, impedindo que ela abrisse.

Mas que...!!!!

Respiro fundo umas três vezes, e me abaixo, puxando aquelas roupas dali e as jogando para longe da porta, finalmente conseguindo abri-la. Agora eu sei porque não estava trancada. Não precisa!

Entro no apartamento, quase tendo um surto ao ver a bagunça daquele lugar. Havia restos de pizza sob a mesinha de centro, copos com cerveja estragada e roupas e sapatos por todos os lados.

— QUE BAGUNÇA É ESSA??!! — Exclamo, alto, sentindo meu corpo coçar de tanta agonia que eu estava ao ver o ninho de rato que estava aquele lugar. Eu tinha sim mania de limpeza e só de ver aquele lugar eu estava morrendo por dentro.

— Que gritaria é essa?! — Um homem saiu de não sei onde e nem quero saber. Ele usava apenas uma cueca e estava comendo um hambúrguer mega gorduroso. Eu vim até aqui para morrer? É isso?!

— Você... você foi assaltado. Ou passou um furacão aqui... Essa bagunça... Eu estou tendo um surto... — Murmuro, com falta de ar. Ele me olhou confuso.

— O que você tem a ver com isso?! Espera... Ah! Você é o garoto que vai morar aqui, não é? Seja bem vindo. Ah, e não liga não. É só uma baguncinha. Depois a gente chama uma diarista. Só não hoje, eu vou sair e não quero ficar dentro de casa. — Ditou, se aproximando de mim e estendendo aquela mão cheia de gordura do hambúrguer. — Prazer, querido. Me chamo Diogo. — Ditou, usando um tom de voz extremamente sensual. Mas eu estava tão chocado, que fiquei com mais raiva ainda.

— Nao está sendo prazer nenhum! Olha essa maldita bagunça! Como consegue receber alguém aqui?! Você vai me ajudar a limpar isso agora mesmo! — Ele gargalhou, me olhando debochado.

— Vá sonhando. Eu vou dormir que ganho muito mais. Sinta-se à vontade. A regra da casa é justamente não ter regras, paixão. — Ele me virou às costas, entrando em seu quarto.

Respiro fundo mais umas dez vezes, buscando não surtar de vez.

Eu não vou viver nesse chiqueiro! Não mesmo!

NO QUARTO AO LADO - (ROMANCE GAY) Where stories live. Discover now