❎ - - - - - - CAPÍTULO TRINTA E NOVE - - - - - - ❎

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— Amor, os ovos acabaram? — Questiono, procurando na geladeira e caçando uma mistura para poder fazer meu café da manhã

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— Amor, os ovos acabaram? — Questiono, procurando na geladeira e caçando uma mistura para poder fazer meu café da manhã. Como hoje Arthur não tinha aula, ele estava em casa pela manhã, mas mesmo assim, já estava pegado nos livros e em seu notebook, tomando o espaço da mesa que agora se tornou o local oficial de estudos dele. E eu amava sentar no branquinho alto da bancada e ficar observando ele concentrado em seus estudos. Era estranhamente bom e satisfatório.

— Acho que comemos os últimos ontem... — Arthur murmurou, mantendo seu olhar na tela do notebook. Suspiro, realmente desejando comer ovos mexidos e de quebra um pãozinho da padaria...

— Eu vou comprar então. — Falo e Arthur assente.

— Já que vai no supermercado, pode trazer mais algumas coisas? — Assenti, vendo ele me entregar um bloco de notas já com uma lista de compras pronta. — Eu ia amanhã, mas já que você vai sair... — Sorri, indo até ele e o beijando.

— Te amo. Volto logo.

— Diogo, a camisa! — Arthur exclamou, pelo fato de que eu só estava com um short jeans rasgado. Calço meus tênis, sorrindo.

— Está calor. E acho que o velhinho do supermercado não vai me assediar. — Brinco e Arthur revira os olhos, me ignorando e voltando a atenção para os seus estudos. Saio de casa, seguindo para o supermercado que não era longe, o que era bom, pois eu vez ou outra tinha vontade de comer uma besteira ou outra e esse mercado sempre me salvou.

— Bom dia, Zé! — Exclamo, risonho, ao entrar no supermercado e ver o bom velhinho sentado em sua cadeira atrás do caixa. Os poucos cabelos brancos denunciavam sua idade, assim como as ruguinhas no canto dos olhos. Ele sempre estava com seus pequenos óculos de grau inseparáveis e a camisa de botão amarela, que já estava bem desbotada. Sempre tratou muito bem as pessoas do bairro e ele eu conheço desde que vim morar aqui. É um homem bondoso e de muita experiência.

— Bom dia, filho. O que deseja hoje? — Questionou, com seu sorriso simples de sempre.

— Vim fazer umas comprinhas. — Falo, risonho, já pegando o carrinho de compras e seguindo pelo local, olhando tudo que havia nas prateleiras e o que Arthur havia colocado na lista. Ele ia me matar, mas coloquei muita besteiras para mim. Não sou perfeito, gosto de comer porcaria quase sempre.

— Olha só se não é o destino! — Olho para o lado, vendo aquele mesmo garoto de antes aparecer. Brian, se não me engano. Não fui com a cara dele, assim como Thomaz também não. Ele era uma das pessoas que tanto machucou meu namorado. E se fez mal ao Arthur, consequentemente essa pessoa ganhou todo o meu desprezo.

Resolvo ignorá-lo e continuar minhas compras, escolhendo algumas frutas, mas nunca sei dizer quais são as boas ou não. Geralmente, Arthur que fica com a parte de comprar os alimentos saudáveis e eu as guloseimas.

— É falta de educação não responder, sabia? — Brian insistiu, entrando em minha frente. Me afasto, suspirando impaciente.

— Foi com essa insistência que traiu o Arthur? — Questiono e ele sorri, balançando a cabeça.

— Não pode me julgar. Ninguém é perfeito. E a culpa foi do Arthur por não ter satisfeito o namorado... Aliás... ele satisfaz você? — Questionou, se aproximando de mim, me secando da cabeça aos pés com o olhar. Ele ergueu as mãos, na tentativa de me tocar, mas agarro seus pulsos, o impedindo, vendo ele me encarar surpreso.

— Mais do que qualquer um! Sinto muito se seu feitiche é pegar gente comprometida, mas comigo não vai rolar. Volta para a tua terra e fica longe do meu namorado. Você não é nada perto do que Arthur é para mim! — Declaro, em um tom sério.

— Você é um idiota! — Exclamou, saindo espumando de raiva.

Um idiota comprometido.

Balanço a cabeça, terminando minhas compras e seguindo para o caixa.

— Então é verdade? Você está namorando, filho? — Zé questionou, enquanto somava tudo.

— Sim. Se não fosse ele, não tinha frutas nas minhas compras. — Brinco, rindo. Ele sorriu, me olhando.

— É notável. Seu olhar brilha ao falar dele. O amor jovem é o mais bonito que existe. E fez o certo em não deixar que outras pessoas estraguem isso. — Insinuou, pelo o show que Brian havia dado há pouco tempo.

— Obrigado... eu o amo muito. Achei que isso nunca seria possível... — Balbucio, suspirando de alívio e felicidade. — Estamos planejando uma vida juntos. Até voltei a abrir meu curso por ele. Ele é muito estudioso e já é até formado... Eu não quero ficar para trás, sabe? — Zé sorriu, assentindo.

— Entendo. Qualquer dia traga ele para eu conhecer. Me deixou curioso. Ou vocês só vão juntos em supermercados chiques? — Brincou, o que me fez ri.

— Jamais, seu Zé! Seu estabelecimento é o melhor! Na próxima eu trago ele sim. — Falo, animado, entregando o cartão de crédito, finalizando minha compra e me despedindo dele, retornando para casa.

— Hey, me diz que trouxe café. Aqui acabou. — Arthur falou, assim que entro em casa.

— Sim, trouxe sim. — Falo, deixando as sacolas de compras sob a bancada, me sentando de frente para Arthur, que me encarou.

— O que foi?

— Brian deu em cima de mim e eu o cortei. — Falo diretamente, vendo ele me encarar com espanto.

— O quê?

— No mercado. Ele apareceu, tentou me seduzir e eu por pouco não xinguei a mãe dele. Não quero esconder nada e nem quero que saiba pela boca dos outros em uma versão distorcida. Ele deu em cima de mim, mas eu deixei claro que você era perfeito e eu não precisava de mais ninguém. Eu amo você e ponto final. — Falo de uma vez. Arthur piscou os olhos, processando tudo, e então se levantou, dando a volta na mesa e se sentando em meu colo.

— Eu acredito em você. Eu te amo... — Declarou, me deixando mais surpreso ainda. Apenas sorri, abraçando sua cintura e o puxando para um beijo, o erguendo em meus braços. — Amor... meu trabalho... — Arthur tentou argumentar, enquanto eu tirava sua camisa.

— Ele pode esperar. — Falo, o carregando até a cama. Ele apenas riu, me olhando malicioso, e tão excitado quando eu.

Ainda não entendo como alguém é capaz de trair esse ser tão perfeito... Não entra na minha cabeça.

Estando com ele, eu entendi que não preciso de mais ninguém para ser feliz e completamente realizado.

NO QUARTO AO LADO - (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora