❎ - - - - - - CAPÍTULO QUATRO - - - - - - ❎

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Acordo ouvindo barulhos vindo de fora do meu quarto

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Acordo ouvindo barulhos vindo de fora do meu quarto. Minha cabeça lateja de dor pelo consumo exagerado de álcool na noite passada. Nem sempre bebo tanto assim, afinal, não preciso da bebida para levar alguém para minha cama, mas ontem eu nem me dei conta da quantidade. Pessoas aleatórias iam me oferecendo e eu ia aceitando, porque não sou homem de recusar as coisas.

Olho para meu lado, vendo uma mulher, que se não me engano é trans, mas ainda não fez a troca de sexo. Ela era linda. Longos cabelos loiros e seios fartos. E logo do meu outro lado, vejo um garoto bem efeminado, vestido com uma saia xadrez de colegial e meia arrastão. Ele ficava sexy demais com aquela roupinha.

É, meu cardápio varia um pouco.

Me levanto, indo para o banheiro e tomando um banho quente, fazendo ir embora o cheiro de bebida e de sexo, trazendo de volta meu perfume natural.

Enrolo uma toalha na cintura, voltando para meu quarto e vendo que ambos já tinham se acordado.

— Bom dia, gato! — O garoto que não lembro o nome falou, se aproximando de mim e me entregando um cartão com um número de telefone. — Me liga qualquer dia. — Ditou, pegando suas roupas restantes e indo embora junto com a loira, que acenou para mim, sorrindo maliciosamente. Se não me engano... acho que eles são um casal. Enfim, não me importa. E não repito figurinha.

Deixo o cartão na gaveta da cômoda, junto com outros inúmeros cartões que recebo. Estou fazendo coleção. E isso não é nem brincadeira.

Saio do quarto, logo sentindo um cheiro gostoso vindo da cozinha. Ah, sim... O garoto delicioso que veio morar aqui. Ele era sem dúvidas uma perdição, mas me parece tímido demais, ou explosivo demais. Eu não sabia dizer especificamente. Ele parecia um doce, mas tinha um tique muito grande com organização que chega até a irritar, mas isso não o torna menos gostoso. Ele é uma delícia e o meu tipo preferido. Não sei explicar, mas eu tenho um tesão da porra por caras nerds.

Mulheres nem tanto. É normal. As mulheres são inteligentes por natureza. Mas ver um cara estudando, todo concentrado, ou lendo, ou qualquer coisa do gênero, eu me mato por um desses. É sexy demais, na moral.

Fazia uma semana que Arthur havia vindo morar aqui. Meu pai havia avisado que eu iria dividir o apartamento com alguém. No começo, eu odiei, mas depois que esse garoto entrou pela porta, nem sei quantas ereções eu tive no dia a cada coisa que ele fazia. E depois que descobri que ele já era formado em Física, mesmo sendo tão novinho, e que agora já estava iniciando suas aulas em Matemática... eu não sei nem como eu não o joguei em minha cama.

Quando o cara é Físico e estuda Matemática, já dá para ter noção do quão inteligente e estudioso ele deve ser, porque eu não entendo nem o básico de nenhuma matéria. Cheguei até repetir duas vezes no fundamental. No ensino médio eu passei pegando cola dos amigos coloridos que eu colecionava. Bons tempos...

Além de inteligente, ele ainda é organizado e cozinha bem pra caralho! Como pode?! Algum defeito ele tem que ter. Ah, se tem. Eu só ainda não descobri qual.

Chego na cozinha, vendo Arthur inclinado no balcão, tomando um café e lendo um livro da grossura do meu... deixa para lá.

Ele usava óculos de grau, e os cabelos estavam perfeitos. O meu nem sob reza braba fica daquele jeito tão arrumadinho. E eu teria preguiça de arrumar, já que sempre vem um assanhando meus cabelos, mas do que já são bagunçados.

Porra, eu queria arrancar a roupa dele e jogá-lo nu naquele balcão. Eu sei, mas quem tem feitiche vai entender meu lado. É difícil controlar. É a vida e eu que lute.

— Bom dia, paixão! Lendo o quê? — Exclamo, com o meu bom humor matinal hiper mega raríssimo.

— Bom dia. Meu nome é Arthur. E estou lendo um livro, caso não tenha percebido. — Rebateu, doce como desde o primeiro dia. Sorri, me servindo com café e procurando pelo meu hambúrguer congelado, porém, não achei.

— Onde está meu hambúrguer? — Questiono, agora ficando chateado. Não se mexe com o hambúrguer de um homem.

— Procura no sutiã da garota que saiu agora. — Rebateu, frívolo, sem nem me olhar. Suspiro, assentindo.

— Ok, querido. Vamos conversar. — Digo, me sentando no banco alto à sua frente. Ele me encarou, totalmente desinteressado. — Qual é o seu problema comigo? Por acaso eu te tratei mal? Desde do dia que chegou você me trata com essa ignorância. — Ele suspirou, fechando o livro e ajeitando os óculos de grau.

Foco, Diogo. Foco!

— Certo. Você me incomoda porque eu vivo arrumando sua bagunça dia a dia e ainda sou obrigado a ver gente pelada entrando e saindo do seu quarto, e na maioria das vezes não consigo dormir direito porque parece ter gente morrendo no seu quarto não sei que horas da madrugada! Acha pouco o meu mal humor?! — Exclamou, irritado. Dou de ombros.

— Não posso fazer nada se alguns convidados são escandalosos... — Murmuro, admitindo para mim mesmo que isso também me incomodava um pouco. Mas entre quatro paredes eu nem consigo pensar direito, então... Foda-se.

— E não tem outro lugar para você fazer suas festinhas? Eu preciso acordar cedo para estudar, mas não consigo dormir as horas recomendadas pelos médicos porque você e seus “amigos” ficam gritando como loucos! — Ditou, o que me fez suspirar.

— Eu até tenho, mas eu gosto de acordar sabendo que já estou em casa. Lide com isso. Se quiser, traga seus amigos também, eu não me importo. — Ele bufou, revirando os olhos e pegando um pano, limpando uma sujeira inexistente no balcão. O encarei confuso, tentando entender o que ele estava fazendo. — O que está fazendo?

— Limpando, não está vendo? — Rebateu, continuando a esfregar o balcão com aquele pano úmido com algum produto de limpeza.

— Está tentando limpar a cor do balcão ou o quê? Arthur, isso está limpo. — Falo, tentando segurar sua mão para fazê-lo parar, pois isso já estava me incomodando, mas ele negou. Percebi seus olhos marejados, o que me deixou ainda mais perdido. — Olha, eu vou tentar diminuir a visita dos meus amigos, tudo bem? Não precisa ficar nervoso. — Ele largou o pano, pegando seus livros e saindo às pressas de casa.

Qual é o problema desse garoto?!

NO QUARTO AO LADO - (ROMANCE GAY) Where stories live. Discover now