❎ - - - - - - CAPÍTULO OITO - - - - - - ❎

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— Sabe, Arthur

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— Sabe, Arthur... eu me preocupo muito com o futuro do meu filho. Ele é o único menino que tenho, então... É normal eu querer protegê-lo. — Sorri, assentindo.

— Quem dera todos os pais pensassem como o senhor... — Murmuro, vendo ele me olhar atento.

— Você... não convive com seu pai? — Nego, suspirando profundamente. Ainda era um assunto delicado, mas hoje em dia já não doía tanto quanto antes.

— Meu pai... foi embora quando eu me assumi. — Explico. — Ele traiu minha mãe, começou a beber, e engravidou outra mulher. Disse que... não iria errar na educação do novo filho como ele diz ter errado comigo. — Falo, me segurando para não chorar. Carlos sorriu fracamente, pousando a mão em meu ombro.

— Pois seu pai é um dos maiores idiotas que eu nem preciso e nem quero conhecer. — Falou, chamando minha atenção. — Eu te conheço há poucos minutos, Arthur, mas já notei o futuro brilhante que você vai ter. É um menino de ouro, e sei que Diogo pode aprender muito estando com você. Mesmo que... vocês não estejam realmente namorando. — Comentou, o que me fez olhá-lo rapidamente.

— Como o senhor...?

— Eu conheço o filho que tenho, Arthur. Ele é um péssimo mentiroso. Se você fosse realmente namorado dele, acredito que Diogo te agarraria a cada cinco segundos. — Arregalo os olhos, agora não sabendo ao certo o que dizer.

— Senhor Carlos, desculpa fingir tudo isso, mas o Diogo...

— O Diogo insistiu para que você fingisse ser o namorado perfeito dele. Eu sei. Ele já tentou isso outras vezes. Está tudo bem. Deixe ele pensar que eu não sei de nada. Eu me divirto com isso. E também tenho certeza que ele jamais vai ser ator. — Brincou, o que me fez ri.

— É muito bonito o senhor se preocupar com ele dessa forma. Ao menos eu tenho minha mãe. Ele é o meu anjo da guarda. — Carlos sorriu fracamente.

— Infelizmente, Diogo não teve essa sorte. — Comentou, e eu o encarei, com certa curiosidade.

— O que houve? Se é que posso perguntar...

— Eu tive Diogo... no meu primeiro relacionamento. Naquela época, não tinha muita informação sobre educação sexual, nem nas escolas, nem em lugar nenhum. Internet era limitada, então... acabei engravidando minha namorada do colegial.

— E... o que aconteceu? — Questiono, ansioso.

— Ela tentou abortar, inúmeras vezes... — Falou, fechando os olhos e respirando fundo antes de continuar. — Mas eu a impedi todas as vezes. Eu era jovem demais, uns 13 anos... Mas eu sempre prezei pela vida de um ser humano. Ainda mais por Diogo que não teve culpa de nada. Eu que fui inconsequente. Depois que Diogo nasceu... ela me entregou e foi embora, viver sua juventude como se nunca tivesse colocado um filho no mundo.

— Então... Diogo nunca conheceu a mãe dele? — Carlos negou, suspirando.

— No começo, ele ficou muito mais tempo com a minha mãe do que comigo, afinal, eu continuei estudando, queria dá um futuro descente para ele. Mas acabei... me ausentando muitas vezes. Talvez... isso o tenha dado liberdade demais. Eu não quero que aconteça com ele o que aconteceu comigo, Arthur. Eu quero que ele faça a escolha certa. Que ame alguém de verdade e não saia por aí se divertindo inconsequentemente.

— Entendo... — Murmuro, cabisbaixo. Carlos suspirou, se recostando no sofá e cruzando os braços.

— Desculpe me intrometer, mas sua mãe me contou sobre seu relacionamento. Foi por isso que saiu da cidade?

— Hm... sim. Eu não queria olhar para eles toda hora e todo dia...

— Eu entendo. E sei que Diogo vai ser impertinente às vezes. Mas... eu quero te pedir que tenha um pouco de paciência com ele. Diogo... não sabe falar de sentimentos. Talvez porque eu nunca tenha ensinado isso a ele. — Sorri, negando.

— Ao menos o senhor está com ele. Não o abandonou. E se preocupa com ele. É isso que mais importa. — Carlos sorriu, assentindo.

— Cheguei! E andei pra caralho se quer saber! — Diogo exclamou, entrando no apartamento com uma sacola cheia de cerveja. Carlos e eu nos entreolhamos, sorrindo. — Aqui. — Ofereceu a cerveja, mas me levantei, pegando das mãos dele e levando a bebida para a geladeira.

— Agora não. Eu fiz o almoço, e é bom estarem com fome. — Falo, vendo Carlos se levantar, se sentando à mesa.

— Bom, eu estou morrendo de fome. — Diogo me puxou para o canto, olhando desconfiado para Carlos.

— Como você sobreviveu ao interrogatório dele? — Questionou, o que me fez ri.

— Você é muito exagerado.

— Não sou não. Fala a verdade. Como foi com ele? Ele te ameaçou? — Reviro os olhos, negando.

— Foi tudo bem, Diogo. Relaxa um pouco. — Falo, voltando para a mesa.

— “Bem”?! — Ouço Diogo questionar, confuso, se sentando ao meu lado.

O almoço foi até divertido, com Diogo fingindo namorar comigo e Carlos vez ou outra rindo, o que acabava me fazendo ri também.

NO QUARTO AO LADO - (ROMANCE GAY) Where stories live. Discover now