Acordo, meio perdido. Tateio a cabeceira até encontrar meus óculos de grau, conferindo as horas e arregalando os olhos ao ver que já eram onze horas.
Eu perdi minha aula de matemática prática...
É agora que eu choro?
Suspiro, me remexendo, e logo sinto uma leve ardência entre minhas pernas, me lembrando da noite inesperada que tive com Diogo. Definitivamente inesperada!
Me forço a levantar da cama, tomando um bom banho e me vestindo. Ao menos hoje não tinha nenhuma apresentação de trabalho na faculdade mas eu ainda queria matar Diogo por não ter me acordado.
Arrumo a cama e saio do quarto, ficando surpreso ao ver Carlos arrumando a mesa.
— Bom dia, seu Carlos! Que surpresa. — Falo, chamando sua atenção. Ele sorriu, usando o avental da cozinha, o que o deixou engraçado, de certa forma.
—Desculpa a invasão. Mas... eu queria conversar com Diogo e resolver essa birra dele com o Thomaz. Então tomei a liberdade de chamá-lo aqui para almoçarmos. Tudo bem por você? — Perguntou, o que me fez sorri largamente.
— Está brincando?! É uma ótima ideia! — Carlos sorriu, e logo a campainha tocou, o que me fez sorri, correndo até a porta, a abrindo e vendo Thomaz, sorrindo sem jeito.
— E aí, maninho? A pele está ótima. — Brincou, o que me fez ri.
— Idiota! Entra. — Falo, dando espaço para ele passar. E antes que eu fechasse a porta, Diogo apareceu, cheio de sacolas.
Ele sorriu ao me ver, o que me deixou corado de imediato ao lembrar do que fizemos.
— Dormiu bem? — Diogo questionou, em um tom baixo. Assenti, envergonhado. Ele sorriu, depositando um selinho em meus lábios e entrando.
Sorri, fechando a porta e voltando para a cozinha.
— Ah, você chegou... — Diogo murmurou, olhando friamente para Thomaz.
— Não. Ainda estou lá na esquina. — Thomaz rebateu, com um tom seco. Diogo encheu o peito de ar, já pensando em rebater, mas puxei seu braço, negando com a cabeça.
— Não começa, Diogo. — Aviso, vendo ele suspirar.
— Só porque você pediu. — Falou, passando por Thomaz e entregando as sacolas ao Carlos.
— Diogo, esse almoço não é para brigas. Já esqueceu o que conversamos? — Carlos alertou, em um tom sério. Diogo apenas suspirou, ficando em silêncio, mas inquieto.
— Como está a Samy, Carlos? — Thomaz questionou, o que me deixou perdido por não saber quem é “Samy”.
— Bem, eu acho. Ela anda meio quieta demais... — Carlos falou, e Thomaz o olhou surpreso.
— A sua também?! O Mike nem come direito. Será que eles comeram alguma coisa que fez mal na praça? — Thomaz questionou, preocupado. — Eu levei ele no veterinário, mas ele disse que meu cachorro não tinha nenhum problema.
— Não sei, Thomaz. Nunca vi Samy tão retraída como agora.
— Quem são esses de quem tanto falam? Vocês ficam me obrigando a falar as coisas, então falem para mim também. — Falo, vendo os dois rirem.
— São nossos cachorros. Eles nos deram um baita susto um dia desses. — Carlos falou, e eu sorri.
— Por acaso estão passeando com cachorros juntos, agora?! — Diogo interveio, olhando seriamente para Thomaz.
— Ah, é. Desculpa não ter levado você. Geralmente escolhemos os cachorros mais educados. — Thomaz rebateu, deixando Diogo mais puto ainda.
— Ok! Que tal servirmos o almoço? — Falo, interrompendo a discussão.
— Boa ideia, Arthur. Pode me ajudar? — Carlos pediu e eu assenti, levando os pratos para a mesa, vendo Carlos tirar do forno uma belíssima lasanha. Aquela que você come primeiramente com os olhos de tão bonita e cheirosa que estava.
— Nossa! Parece estar deliciosa! — Thomaz falou, lambendo os lábios.
Nos juntamos à mesa. Diogo ao meu lado e Thomaz e Carlos à nossa frente.
— Espero que gostem. — Carlos falou, enquanto nos servia.
— Você que fez?! — Thomaz questionou, surpreso.
— Sim. Ser pai solteiro me obrigou a ter uma noção mínima de culinária. — Brincou, o que me fez sorri.
— Só pela cara já vi que está perfeita. — Falo, e então começamos a comer. A reação foi a esperada. Estava simplesmente perfeita!
— Nossa... isso está simplesmente divino! — Thomaz falou, gemendo de satisfação. Eu ri, concordando.
— Pode vir mais vezes aqui se quiser, seu Carlos. — Brinco, e ele ri.
— Que bom que gostaram.
— Ainda não entendi o porquê ele está aqui. — Diogo falou, encarando Thomaz.
— Qual é o seu problema comigo, garoto?! — Thomaz questionou, irritado.
— Você quer que eu faça uma lista?! Não se faça de sonso! Você é um interesseiro, isso sim. — Thomaz riu, desacreditado.
— Olha, melhor eu ir embora, não dá para ficar no mesmo ambiente que esse idiota. — Falou, já se levantando.
— Não! — Carlos ditou, segurando a mão dele e olhando bravamente para Diogo. — Dessa vez não vou permitir que isso se repita. Diogo, já conversamos, não se faça de besta e peça desculpa por sua falta de educação! Não te criei dessa forma e não vou permitir que destrate as pessoas sem motivo nenhum! — Exclamou, em um tom sério.
— Diogo... por favor. — Murmuro, o olhando. Ele bufou, sem saída.
— Tudo bem! Desculpa, ok?! — Resmungou, mas não foi nenhum pouco convincente.
— Diogo, o que foi que eu te fiz?! — Thomaz questionou, chateado.
— Conheceu o meu pai! — Rebateu, se levantando e saindo do apartamento. Chamo por ele, mas ele simplesmente me ignorou.
— Eu vou falar com ele. — Carlos falou, se levantando, mas Thomaz interveio, negando.
— Não vai adiantar. O problema dele é comigo. Eu vou conversar com ele. Pode ser? — Thomaz me olhou, como se pedisse minha permissão, o que me deixou confuso até.
— Claro... — Falo, o vendo sorri fracamente, olhando para Carlos.
— O almoço estava maravilhoso, Carlos. Muito obrigado pelo convite. — Falou, agradecido. Carlos sorriu levemente, balançando a cabeça.
— Não precisa agradecer, Thomaz. Até senti falta de fazer comida para tantas pessoas. — Comentou, risonho.
— Bem, obrigado mesmo assim. Eu... vou lá falar com ele. — Thomaz falou, saindo do apartamento. Carlos e eu nos entreolhamos.
— A sobremesa está no congelador... — Carlos comentou, o que me fez sorri.
— E ninguém tocou nela ainda... — Falo, pegando a colher menor.
— O primeiro pedaço é meu! — Exclamou, correndo para a cozinha e eu fui atrás, ambos rindo.
Enquanto Thomaz e Diogo se matam lá fora, nós devoramos a sobremesa aqui dentro.
ŞİMDİ OKUDUĞUN
NO QUARTO AO LADO - (ROMANCE GAY)
Romantizm"Arthur já não acredita mais no amor e na reciprocidade. Depois de desilusões traumáticas, ele desistiu do amor. Mas Diogo vai lhe provar o contrário, e que o arco-íris só aparece depois da tempestade". PLÁGIO É CRIME!!! CRIE, NÃO COPIE :3