❎ - - - - - - CAPÍTULO DEZESSETE - - - - - - ❎

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Respiro fundo, encarando Diogo fixamente

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Respiro fundo, encarando Diogo fixamente. Ele tinha uma personalidade forte e eu sei que iria insistir mesmo se eu o negasse. Aquele beijo me desestabilizou de todas as formas, quebrando barreiras que eu construí para me proteger, mas eu continuava com medo. Passei por dois relacionamentos com términos traumáticos e com Lucas foi uma dor dupla na qual eu não esperava. Então, ainda mais com um homem como Diogo, tão ativo no sexo, me deixa em dúvida, com um pé atrás.

- E então? Você aceita? - Diogo questionou, preocupado com meu silêncio. Puxo o ar para meus pulmões, o máximo que consigo, o soltando lentamente.

- Eu... tenho uma condição... - Murmuro e ele me olha esperançoso.

- Pode falar.

- Se... eu aceitar ficar com você... Não importa quanto tempo, se você sentir vontade... de ficar com outra pessoa... me avise. Termine comigo, converse. Eu vou entender. Mas se fizer pelas minhas costas... eu vou acreditar que só quis brincar comigo. - Ele sorriu, negando.

- Não precisa ficar preocupado, Arthur. É difícil acreditar, mas eu realmente quero você. Mais ninguém. - Respiro fundo, tremendo.

- Então... tudo bem... - Balbucio, fechando meus olhos em seguida, não acreditando que realmente falei isso.

- O que disse? Eu não ouvi. - Diogo brincou, rindo. Bufo, revirando os olhos.

- Eu aceito! - Falo, em alto e bom tom. Ele sorriu, me abraçando fortemente. - Diogo... você sabe que eu não estou pronto para... enfim...

- Óbvio que eu sei, Arthur. Para de pensar nisso, ok? Eu espero o tempo que for. Sinceramente... já passei da fase de ficar de cama em cama. Eu também quero aproveitar o que temos agora e... bem, conseguir me formar. Acho que já sei no que quero construir o meu futuro. Bem... o nosso agora. - Eu sorri, orgulhoso.

- E o que você quer fazer?

- Não ria de mim, mas eu quero administrar um bar, com muita bebida, música, comida... Um lugar onde as pessoas possam se divertir, relaxar... Sabe? - Eu ri, voltando a me sentar.

- É realmente a sua cara. Se for te fazer feliz, eu apoio. - Falo, dando de ombros. Ele sorriu, se sentando ao meu lado.

- E... não vai nem me dá um beijo pelo meu avanço? - Questionou, me deixando vermelho de vergonha.

- Aqui não, Diogo... tem muita gente. - Falo, tentando me esquivar da situação. Mas Diogo segurou meu rosto, me puxando em sua direção e me roubando um beijo, me deixando mais envergonhado ainda.

- Você fica muito fofo quando está corado, sabia?

- Ah, é hora da minha aula. Te vejo mais tarde! - Falo, me levantando às pressas e correndo para a minha sala, ouvindo Diogo rindo, o que me fez revirar os olhos, sorrindo discretamente.

- Olha só, alguém foi atingido pela flecha do cupido. - Thomaz brincou, se sentando na carteira atrás de mim, o que me fez suspirar. Isso me trouxe lembranças de Brian. Sei que é errado comparar as pessoas, mas eu simplesmente não consigo não me sentir com medo. Eu não queria confiar e depois receber um tapa forte na cara pela pessoa que depositei todos os meus sentimentos e principalmente minha confiança.

Eu aceitei namorar com Diogo, mas não sei se ainda quero ter amigos. Bem... parando para pensar, ru nunca tive um. Então... prefiro continuar assim.

- Ei, não vai falar comigo? - Thomaz questionou, se fazendo de magoado por eu não ter o respondido.

- Já acabamos o trabalho. Por que eu falaria com você? - Rebato, frio. Ele suspirou, se levantando e puxando uma cadeira para o meu lado.

- Sei que você não é essa pessoa ruim que todos dizem que é. E... se alguém te fez mal no passado, que te fez ter medo de socializar, eu entendo. Mas quer um conselho? Quanto mais fugir disso, mais você irá sofrer e se corroer com um passado que já acabou. Você é melhor que isso, Arthur. Seja lá o que tenha acontecido, vai se sentir muito melhor quando superar. - Declarou, o que me fez ter certeza que todos hoje amanheceram inspirados para me deixarem sem palavras. - Quando se sentir mais seguro, pode me procurar para conversar, tudo bem? - Falou, em um tom calmo, tocando meu ombro amigavelmente e seguindo de volta para seu lugar ao ver que o professor entrava na sala.

Encaro Thomaz por cima do ombro, vendo ele sorri fracamente para mim, abrindo seu notebook para iniciar a aula. Suspiro, fazendo o mesmo, não conseguindo compreender meus próprios sentimentos.

Resolvo transformar isso em uma equação matemática, na tentativa de desvendar quais seriam a possibilidade do meu fim nesse resultado.

Eu sou o valor numérico a ser trabalhado. Já sei o quanto vale e em que local se encontra. Thomaz é a incógnita da equação, que eu não sei qual será o seu valor.

Analiso minhas anotações, sentindo que faltava algo. Resolvo adicionar mais um valor, que representa Brian. Faço o cálculo. O resultado me assusta.

Brian tinha valor 3, mas foi cortado quando caiu na fração por repetição do número. Thomaz era a incógnita X que eu queria encontrar e eu me dei o valor de 81. No fim, X era igual a 9, que, coincidentemente, era a raiz quadrada de 81.

Nem a Matemática está do meu lado hoje...

NO QUARTO AO LADO - (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora