68ºCapitulo

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-e porque?- ele ergue o sobre olho.

-eu entendi ok? Fiz asneira, da grande, mas parar de falar comigo magoa-me.- sussurro a ultima palavra.

-ai sim?! Talvez agora tu possas ver o que tu me fazes, sem falar comigo, impedindo-me de entrar.- ele esfrega círculos lentos na minha bochecha.

-mas eu não queria...

-não. Tu querias, tu sabias perfeitamente o que estavas a fazer meu amor.- a sua voz é rouca, ainda mais do que costume, enviando um profundo arrepio por mim.

-eu só... eu pedi desculpa Harry, podemos parar com isto?- peço. Sinto que estou a ser oprimida por qualquer coisa só que não sei o que é.

-eu sei que pediste desculpa, mas de que servem as tuas desculpas, se da próxima vez vais voltar a fazer o mesmo? Do que me serve o teu pedido de desculpas? Hum?

-para de estar tão zangado, chega, eu entendi.- afasto a sua mão da minha cara.

-eu não estou zangado Sophia, estou triste. Triste porque te amo como nunca amei alguém ou alguma coisa e tu simplesmente não consegues falar comigo.

-eu disse-te, estava com medo, e...

-o medo não é uma desculpa para tudo, sobre tudo quando te sentes tão posta de parte quando não te conto as coisas

-e não contas!- grito.

-não grites.- ele manda.

Vira-se e caminha de novo para o escritório, deixando-me a falar para o boneco. Como se não importasse, como se ele nunca tivesse cometido erros.

-Harry!- chamo e agarro o seu braço virando-o para mim.

-não ajas como se tivesses muita razão. É obvio que menti, ou omiti, que podia ter agido de uma maneira diferente, mas já olhaste para ti?- ele revira os seus olhos,

-diz-me Sophia, que coisas são essas que faço que te dessagra...

-oh talvez de todas as vezes que chegaste a casa bêbado, quando assustaste o inferno para fora de mim na noite em que me recusei a ficar contigo depois de ter sido atacada, quando ainda á uns dias chegaste bêbado a casa, quando paraste o elevador... Meu Deus Harry, eu percebi a porra do teu ponto, mas podes parar? Podes pôr-te no meu lugar, eu perdoei-te, porque é que tens de fazer isto desta maneira. Não sabes quando parar? Até quando vais deixar as coisas assim? Diz-me! Porque acredita em mim, eu amo-te, mas eu não vou ser um acessório na tua vida.- rebento.

Tudo está branco quando acabo de falar, não há lágrimas, não há uma resposta dele, apenas se ouve os sons de respiração de ambos. Rápidos movimentos de respiração, densa eletricidade, e raiva.

-eu não vou voltar a beber Sophia, eu disse-te.- ele abana a sua cabeça em negação.

-e eu não vou voltar a omitir nada!- puxo.

-Não! A porra maior é que vais Soph, eu sei que não vou voltar a fazer uma coisa, mas sei que tu vais. Pedes desculpa e depois pensas que...

-Isso não é justo Harry! Estas a pedir-me que acredite em ti, quando não estas a acreditar em mim?

-soa-te hipócrita? Hum soa Sophia?- raiva sobe nele.

-nenhum de nós aqui é perfeito Harry, então para de agir que estas certo ou assim, eu errei pedi desculpa e não falas comigo por cinco dias, eu nunca te fiz isso, por mais porcaria que fizesse, porque no fundo, mesmo no fundo talvez seja verdade que existe sempre alguém na relação que ama mais o outro...

-não vás por ai Sophia, porque depois da merda que fizeste se eu não te quisesse estarias fora.

Abano a cabeça em incredibilidade.

-tu devias ouvir-te.- murmuro.

-e estou a ouvir-me.

-ouve Harry, é bastante simples, se achas que não és capaz de lidar com isto diz-me ok? Porque a sério, se eu te tivesse posto fora da minha vida de cada vez que erraste nós estaríamos juntos por um longo tempo. Não me podes pedir margem para errar e afastar-me ao meu primeiro erro. Eu não sou perfeita, e vou errar, talvez mais que tu, e se não és capaz de lidar com isso apenas diz-me.

Os seus olhos piscam, e vejo relâmpagos neles, é como se eu estivesse a rachar o gelo depois de cinco dias angustiantes, ele parece meter-se no meu lugar, consciência a passar nele, posso ver enquanto ele pisca desorientado, e olho para todo o lado menos para mim.

-não funciona assim.- ele murmura.

-porque? Porque é que podes fazer o que fazes e eu não!

-porque sou assim, porque foi assim que sempre fui... tu não.

-Harry, eu não sei o que raio vês em mim, mas sou tão humana como tu, tenho sentimentos, vou errar, e vou cair, ou vamos errar, ou até mesmo cair os dois, e não nos ajudarmo-nos quem vai faze-lo? Não estou disposta a passar mais cinco dias a ser ignorada.

-como é que posso ter a certeza de que não vais voltar a faze-lo?- ele cospe.

-não podes, é a vida, a vida é feita de riscos. Queres dar cabo de nós porque fiz uma grande asneira? Vou faze-las a vida toda, contigo ou sem ti Harry.- Os meus olhos não saem da cara dele.

-Não quero dar cabo de nós, mas agora eu não consigo confiar em ti, porque não confias em mim e ...- um sorriso brilha nos seus lábios quando ele se dá conta da confusão das suas palavras.

-há sempre o risco, nada vai ser como planeamos, nunca. – cruzo os meus braços. Sinto que está quase, que estamos a falar e num bom caminho para resolver as coisas.

-Tu estas a dar-me a volta não estas?- um sorriso torto ameaça a sua cara.

-talvez, mas mais que isso, estou a ser sincera contigo.

Lembro-me de a minha mãe se zangar comigo e de no fim, eu a fazer rir, parece que estou a ter um déjà-vu.

-foste imprudente Sophia, algo muito mau podia ter acontecido enquanto tentavas armar-te um super-homem, se eu não tivesse chegado a tempo, se o Louis não me tivesse dito que o Dean tinha sido visto, talvez eu chegasse a casa e tu não estarias cá. Tu pensaste nisso?- os seus lábios mexem-se devagar.

Ele tem razão, eu sei que sim, mas tudo o que eu queria era acabar com tudo isto. As vezes eu ajo sem pensar, sou imprudente, e a parte de mim que devia ter gritado perigo não gritou, em vez disso gritou "Harry" implorou para que eu fizesse o que tivesse de ser feito por este homem lindo á minha frente.

-eu sei Harry, eu fiz um monte de asneiras, mas estou a tentar limpa-las, mas única forma é se me deixares tentar fazer de maneira diferente para a próxima.

-Merda.- ele diz e de repente estou nos seus braços, ele envolve-me num abraço, estou apertada e mal respiro, mas é algo ainda mais profundo e intimo que um beijo enquanto o abraço de volta, e cheiro o seu perfume e sinto o cheiro a maçã voar á minha volta, enquanto cada pedaço de mim grita para o agarra e nunca mais o largar.

-tu não estas totalmente perdoada, e ainda estou de pé atras, mas posso tentar perceber-te melhor. Posso dar-te outra chance, tal como fazes comigo.- ele sussurra no meu cabelo.

 

Vision 2 - PrisonersWo Geschichten leben. Entdecke jetzt