46ºCapitulo

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As minhas costas sentiam o lençol quente, a minha nudez envolvida no cheiro do Harry, no cheiro do sexo. Eu estou a tentar descobrir até que ponto eu estou chateada, e ele está chateado. Sei que é uma pergunta difícil, mas se ele estivesse no meu lugar ele ia fazer o mesmo. Eu não estava assustada com aquilo, eu só não queria ser impotente quando nós estamos ligados daquela forma, até tudo bem. Ele pareceu calmo quando eu lhe disse não.

Mas a maneira como ela já o fez deixa-me triste, demasiado triste. Eu senti isso como ciúmes, em como ela já teve o seu corpo em outras mulheres, em como elas gemeram o nome dele, e porra eu sei que perguntar com quem foi ir longe de mais, mas eu estava a puxar até rebentar, e rebentou.

Lentamente caminho até á casa de banho do quarto, fecho a porta e ligo o chuveiro, olho para mim no espelho e não vejo o porque de o Harry dizer que fico linda depois disto, porque a sério? Os meus lábios estão inchados, o meu cabelo parece um ninho e o meu pescoço tem uma marca perto da clavícula.

Assim que testo a água entro para dentro e deixo que o quente me relaxe os músculos, e me aqueça. Os meus pés ardem de estarem frios e em contacto com a água quente, deixo a minha testa na porta transparente de vidro e suspiro enquanto me lavo. O shampoo de maçã do Harry está tão perto que não evito em coloca-lo em mim. Adoro a maneira como ela não se importa com o cheiro frutado do shampoo.

Quando estou enrolada na toalha e alegremente depilada nas pernas e axilas deixo a casa de banho. O Harry está no closet a puxar umas calças de fato cinzentas pelas suas pernas longas, nada a cobrir o seu torço.

Deixo a toalha cair enquanto ele ainda está lá dentro e rapidamente puxo roupa interior para mim. Uma t-shirt é puxada pelo meu tronco assim como umas calças de fato de treino. Tento secar o meu cabelo com a toalha mas sem grande efeito, sei que ele vai começar a atirar para cima de mim.

Quando ele sai do quarto o meu coração bate rapidamente, a minha pele arrepia-se e a minha respiração e cortada. Pisco os olhos com força para visão dele, um faro cinzento com um laço preto. Ele parece completamente comestível e lindo, lindo de morrer por ataque cardíaco.

Os seus olhos apanham os meus, e ficamos por o que parecem eternidade a olhar um para o outro, o meu coração bate desconcertante.

-tu vais trabalhar?- eu não acho que ele vá, não com um laço pelo menos.

-não.- ele é curto enquanto ele vai até á sapateira gigante no lado oposto do quarto.

Uns sapatos Prada são puxados e ele senta-se num banco preto redondo para os calçar. Ele é calmo nos movimentos, e quanto mais calma ele transparece mais eu quero gritar com ele. Ele está a fazer de propósito outra vez, a evitar-me para não me "magoar" porque eu estou seriamente a pensar em atirar-lhe com umas botas timberland camurça na sua estante de sapatos.

-tu estas a fazer de propósito?- eu avanço para ele, pondo-me á sua frente.

-como?- ele pergunta erguendo a cabeça para mim.

-tu ouviste, tu estas a magoar-me de propósito?- cruzo os braços sobre o meu peito.

Sinto-me vibrar de raiva por dentro, cada nervo meu está a pensar no facto de que acabamos de fazer amor, e ele basicamente deixou-me na cama sozinha. Tive culpa, eu puxei por ele, mas agora ele está a ignorar-me, como se ele pudesse estar muito chateado. Ele podia simplesmente dizer-me que não e acabou, que não queria dizer com quem, ele não precisava de me deixar ali sozinha como uma... uma...

-não, eu não estou.- ele levanta-se, fazendo-me dar um passo atras, a sua altura a fazer sombra para mim.

-então não estas a falar comigo porque?- os meus olhos absorvem o esmeralda dos dele. Frios, e inflexíveis.

Vision 2 - PrisonersWhere stories live. Discover now