27ºCapitulo

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Andei de volta até a casa, e podia jurar que um sentimento de perda se abatera sobre mim, eu estava a ficar mais perdida a cada passo que que dava até casa parecia como uma angustiante jornada. Eu não admiti para mim, mas eu tive medo, eu tive medo quando eu vi o Harry agarrar-me, e o meu corpo estava reagir a isso agora, depois de toda a adrenalina se ter ido, ficou apenas o sentimento de vazio, a bater dentro de mim, a lembrar-me que ele era fisicamente mais forte.

Quando rodei a chave de casa, podia dizer que esta estava vazia, não havia a presença dele, ele ofuscava qualquer sítio onde fosse, ele preenchia a mente das pessoas e eu não podia evitar em senti-me uma crescente nessa estatística.

Larguei a minha mala em cima do sofá e decidi que precisa de fazer algumas limpezas, eu não limpava isto desde o grande incidente, ao que se dava melhor o nome de o Harry me ter deixado.

E enquanto eu varria, esfregava, e mantinha o meu corpo ocupado, para fora de todas as vezes em que o Harry se tornou violento, eu tive um pequeno descanso, mesmo sabendo que parte da culpa de ele me ter agarrado e mantido presa no lugar fosse principalmente por ele não querer que infligisse mal em mim mesma. Eu tinha provado uma quantidade ridícula de vezes ao rapaz que tinha o meu coração como era imprudente e desleixada comigo mesma, mas isso nunca lhe deu o direito de me prender no lugar e eu sei que ele está mal, mas não posso evitar saber que tenho parte da culpa. E eu odeio ser a culpada.

Quando entrei no quarto para fazer a cama dele, onde tínhamos dormido parei subitamente, o cheiro dele a tomar conta dos meus sentidos, o perfume dele a fazer-me tremer e ficar excitada, o cheiro másculo cortava qualquer réstia de bom senso em mim. Eu precisava dele, como os pulmões de oxigénio,  e era mesmo isso que ele era, uma profunda lufada de ar, a cada segundo ele preenchia a minha cabeça, e desde que o conheci mais ninguém existiu tudo o resto foi a preto e branco desde que eu tivesse as cores suficientes para nós. Mas parecia-me que as tintas de estava a diluir, a pouco e pouco.

O meu telemóvel tocou pela nona vez e talvez por estar no meio do cheiro dele eu tivesse atendido.

-sim?- a minha voz saio ofegante.

-tu estas em casa?- a voz rouca fez-me contorcer. Eu podia dizer que nós tínhamos uma grande tensão sexual entre nós, mesmo com toda a nossa atividade.

-sim.- a palavra saiu-me meio partida no fundo.

-tu estas molhada.- ele sussurrou. Não uma pergunta, uma confirmação.

Eu senti as minhas bochechas ficarem vermelhas porque ele tinha razão, mas principalmente porque eu estava com raiva de mim, eu estava com raiva dele, mas bastou-me tê-lo por um bocadinho, apenas o perfume e eu fiquei assim.

-Harry...eu preciso de desligar.- eu senti o meu estomago rodar.

-porquê?

-porque estou a limpar.- eu desligo, porque eu estou mesmo, mesmo ocupada, e porque sei ao que isto nos vai levar. Ele vai aparecer aqui, ter sexo escaldante comigo e depois vamos fingir que estamos bem, é o de sempre, mas agora eu estou ocupada a sentir-me a mim mesma, a pensar em mim.

Vou até á cozinha e vejo Mr.Whitte a dormir em cima do balcão da cozinha. Para ele é tudo tão simples, ele gosta de mim e eu gosto dele, e para minha sorte ás vezes ele não parece gostar do Harry o que me dá um grande confidente.

Eu pego num banco e junto-o aos balcões do laiva loiças, eu preciso de limpar a porcarias de cima dos armários altos antes de nada. Enquanto abro as portas dos armários a que geralmente não chego fico sem ar ao ver o pequeno bar de merdas na minha cozinha. Tudo desde vodka a uísque, há toda uma porcaria de bebidas de que nunca ouvi falar. E é como uma pequena faca no meu coração. Uma pequena de muitas facas no meu coração.

Vision 2 - PrisonersWhere stories live. Discover now