20ºCapitulo

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Há muitas coisas que eu posso ser, e certamente há imensas que o Harry pode ser, mas quando discutimos é como se tudo se duplicasse e fosse ainda pior convivermos um com o outro. 

Portanto enquanto eu estava no banco de trás a tentar perceber o que há de errado com o meu professor, e que tipo de  suspeitas tem o Harry sobre isso, atirava os chocolates para a minha boca. Eu via o Harry a beber o seu chá de olhos postos na estrada. Eu não tinha propriamente medo de andar com ele de carro. Mas já tínhamos alguns sustos pelo eu temperamento nervoso, e eu sou provavelmente a miúda mais medrosa do mundo. 

Provavelmente ele acha que eu estou amuada, e provavelmente eu estou, mas eu não encaixo o facto de ele não falar comigo, e depois ele atirou-me o facto de eu ser terrível para ele em esconder o meu segredo. Mas não é propriamente fácil dizer-se ao rapaz de quem gostamos que temos porra de um problema na cabeça. 

Eu posso sentir que evoluímos, eu posso olhar para o inicio da nossa historia e ver que ele está melhor, que eu estou melhor e que ambos estamos a aprender que batalhas escolher. Mas o no entanto ele dizer que eu tinha razão em ele não me querer ali magoou-me. Mas fui eu que o disse primeiro lugar, eu só estou mesmo muito chateada. 

-estas acordada?-ouço-o murmurar, mas não respondo. 

-sabes?! és a rapariga mais frustrante, teimosa e absolutamente chata do mundo. Não fazes nada do que te digo, ages como se estivesses sozinha na porra do mundo, quando não estas. Somos um casal de merda noventa por cento do tempo, mas no tempo restante eu posso dizer que nunca fui tão feliz caralho. E apesar de toda a bagagem que vem contigo e de toda a merda que aturas por aquilo que fiz, eu posso dizer que somos perfeitos um para o outro. Mas ou parar de agir como se fosses uma maldita universitária solteira independente, ou isto vai ficar difícil. E agora para de fingir que estas a dormir.- ele resmunga. 

E talvez seja por isto que eu o amo tanto, ele tem tanto de idiota arrogante, de como amoroso, e quero dizer-lhe uma serie de coisas para me defender, mas prefiro ficar calda. 

Encosto a cara ao vidro e deixo-me ir, novamente, muito lentamente. 

-anda lá dorminhoca. 

-hum.- sinto-me ser agarrada e quando abro apenas um olho estou nos braços do Harry. 

-nem penses em ir a algum lado comigo, sem os chocolates.- murmuro e volto a fechar os olhos. 

-certo. 

Ele atira-me de novo para dentro do carro  e eu embato nos estofos de cabedal com força. Pego no balde dos chocolates e volto para a porta, ele está á minha frente de braços cruzados, um sorriso na sua cara. 

-como uma grande e independente mulher que és, não precisas de colo, não é?- a sua voz grave a enviar arrepios por todo o meu corpo. 

-és o diabo.- resmungo e levanto-me sonolenta, caminhando para os elevadores. 

Ele vem atrás de mim, no escuro da garagem, e para mesmo atras de mim quando chamo o elevador. 

-então miúda independente, não vais pelas escadas, para provar o teu ponto de vista?- ele ri-se quando entramos no elevador. 

Olho para as paredes espelhadas e vejo-me infinitas vezes, giro a cabeça e vejo infinitos Harry's, é tão bonito que quase paro de respirar, se eu pudesse desenhar alguma vez o meu tipo de rapaz eu teria ido pelo Harry. Mesmo quando ele está ocupado a ser um idiota. 

-para quê isso?- murmuro ainda obcecada com o que vejo no espelho. Estou viciada nele. 

-isso o quê?- a voz rouca dele. Olho para ele e vejo-o a olhar para o meu reflexo no espelho. 

Vision 2 - PrisonersWhere stories live. Discover now