18ºCapitulo- POV Harry

53.7K 1.7K 303
                                    

Abraço-a contra mim e tiro-lhe o álbum das mãos poisando-o na mesa ao lado. Eu não sei o que fiz para a ter no meu caminho, mas eu não vou deixa-la ir por algo que ela não pode controlar. Eu não a vou deixar nunca, nem que para isso tenha abdicar de algo de mim mesmo, para manter a pequena rapariga feliz ao meu lado.

-eu amo-te Harry como eu nunca amei ninguém.- ela agarra a minha camisa no seu punho e olha para mim.

Os olhos dela continuam rasos, mas ela tem um sorriso na sua cara enquanto fala, ela é tão bonita porra.

-eu amo-te Sophia Ella.-ela ri-se com a menção do seu segundo nome.

-sabes eles queria chamar-me apenas Ella.

-wow, isso é estranho.- pensar na Soph sem ser a Soph, é de longe uma das coisas mais estranhas de sempre.

Ela levanta-se do meu colo e vai até á janela panoramica. Eu sei como ela gosta disto, do vidro que a separa do mundo, do vidro por onde ela pode ver tudo, mas ela não pode ouvri, ela apenas assiste ao caminhar apressado das pessoas lá em baixo, a sua cabeça a trabalhar no que cada pessoa vai fazer a seguir.

Levanto-me e vou ter com ela, ombro a ombro e olho para onde ela está olhar, é apenas a estrada principal que leva algumas pessoas para casa, ou para outro sitio qualquer.

-ás vezes imagino que estou olhar lá para baixo, mas que se fechar os olhos e os abrir outra vez, vou estar na praia, na mesma janela, só que a ver a rebentação da agua, quilometros de areia desertos, uma estante de livros e algumas telas, e tu. E isso eu sei que é tudo o que eu preciso, eu adoro a correria da cidade, mas eu adoro estar sossegada, passear descalça na areia, e sentir a água a envolver o meu corpo, e eu não nado há tanto tempo. Eu gostava disso, de fechar os olhos, ter esta janela de vidro e ver o mar, a areia, e ter um pinhal mesmo atras.

As palavras dela parecem mel a fluir através de mim, e quase que consigo imaginar, uma casa perto da praia, longe de tudo, o som das ondas á noite, e a chuva no inverno, eu quase posso ver e sentir, se eu fechar os olhos eu posso perceber o que está ela a tentar dizer, eu posso ouvir a rebentação das ondas, os raios de sol a queimarem a minha pele, e a feliz gargalhada dela a correr descalça pela praia.

E de repente eu percebo que não sei como vamos chegar, nem as paragens que vamos fazer, nem quantos obstaculos enfrentar, mas sei que vamos acabar no sitio que ela acabou de descrever, a correr juntos com os pés envoltos em areia e a gritar o quanto nos amamos, e agritar que somos livres, e que não há sombras do passado capazes de nos derrubar, porque juntos podemos contruir um futuro melhor.

Por agora só posso sonhar com isso, mas algures perdido no mundo, está o sitio onde vamos ficar o resto das nossas vidas.

Quando abro os olhos, vejo-a a olhar para mim com um sorriso na cara. Ela percebeu que eu tambem estava a ver aquilo. Ela tem um dom fantastico para me transmitir sensações para me levar mais alto, para descobrir partes de mim que ou julgava perdidas, ou que nem sequer sabia que existiam.

Numa outra vida, eu podia ser outra qualquer coisa, e ela tambem, eu podia ser inacessivel, ou talvez fosse ela, talvez noutra vida nós estivessemos em situaçoes diferentes, em que nenhum de nós podia ter o outro, separados por alguma limitação social, e acho que é por isso que estamos juntos agora, a porvar ao passado que o presente une as coisas que um dia alguem separou. E eu sei que quero passar o resto da minha vida ao lado desta linda rapariga, acordar e ver os seus lindos olhos, ouvir a sua voz esganiçada quando lhe fizer cocegas, e ouvi-la rir quando a fizer voar.

-para de olhar para mim.- ela pede.

-não consigo.- admito por ser verdade.

-eu nunca pensaria ouvir-te dizer isso á uns três meses atras.

Vision 2 - PrisonersWhere stories live. Discover now