25ºCapitulo

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Musica- Beyoncé- Crazy in love; 50 Shade Of Grey

Eu gostaria de prolongar a sensação de calor no meu corpo e maneira aconchegante como eu estava embrulhada em lençóis quentes, mas alguma coisa despertou a minha inconsciência e a verdade é que havia um segundo corpo que não estava na cama. Eu tentei focar-me novamente na minha respiração convencendo-me a mim mesma que tudo estava bem e que provavelmente o Harry tinha abandonado a cama para ir á casa de banho, mas por alguma razão o meu estado sonolento apenas me fez sentir mal. Havia alguma coisa a chamar-me para a sala, e eu não sabia o que era.

Eu balancei as minhas pernas para fora da cama e cocei os meus olhos devido ás poucas horas de sono que eu julgara ter. Eu aporei os meus ouvidos para perceber a voz do Harry, sussurrada, o rouco da sua voz, não tão discreto para mim como ele provavelmente gostaria, mas eu não estava interessada agora.

Os meus pés queixaram-se do contacto gelado com o chão de madeira do quarto enquanto eu espreitava para a fraca luz que ele tinha ligado na cozinha. O espaço open space a dar-me uma vista dele mesmo junto á porta, o mais longe possível de mim.

Eu vi a sua figura escondida pelas sombras enquanto as suas calças de pijama lhe pendiam nas ancas, mas o que me chamou a atenção foi o facto de o meu telemóvel e o de Dean, que eu descaradamente tinha tirado estarem nas suas mãos.

-ele não tem um histórico? Nenhum outro local onde ele tenha dado aulas?- o tom zangado de Harry fez-me arrepiar.

-eu quero todo o seu maldito currículo segunda na minha secretaria e se confirmar eu quero a minha namorada fora do programa á primeira hora de terça, nós estamos a falar a mesma língua?... ótimo, eu aprecio o facto de estar a colaborar comigo e eu não me vou esquecer.

Ele desliga o seu iphone e vejo-o enquanto ele vai até ao sofá, o seu notebook na mesa enquanto ele anota alguma coisa do telemóvel do Dean para lá, e eu posso ver a sua cara nada feliz. Mas a sua cara nada feliz, apenas faz o pequeno ser curioso dentro de mim querer saber o que se passa. E eu conheço bem demais o meu namorado, eu sei que ele não partilha esse tipo de coisa comigo mim, então eu tenho de descobrir o que se passa pelos meus próprios meios.

O que ele quereria dizer com fora do programa? Ele estava a referir-se á minha universidade, ao meu curso de arquiteta? Eu tinha o meu exame final em maio, e eu não iria ceder a um dos seus caprichos pela minha segurança. Eu esforcei-me a minha vida por isto e eu não o vou deixar arruinar isso.

E naquele momento eu sabia que ia ter aquele computador nos meus joelhos, eu ia finalmente descobrir o que sabia o Harry que não me queria contar.

A luz fraca de uma manhã nublosa e tardia em Oxford fez-me contorcer no aperto do Harry e eu tinha a vaga ideia de ele se ter deitado tarde, muito depois de eu ter feito aquilo que ele mais detesta que faça. Eu havia espiado o meu namora, mas eu não estava em nada constrangida com isso. Eu ia começar a perceber o que se passava, com ele, ou sem ele.

Eu levantei-me devagar, para não o acordar, eu estava zangada com ele, por ele nunca confiar em mim para as coisas mais básicas. Mas eu não o podia confrontar, pelo menos não por agora, eu e o Harry tínhamos diferentes pontos de vista, e eu tinha testado o seu limite a semana passada, mas eu tinha visto como ele aprendeu a controlar o seu mau génio.

Enquanto eu tirava algumas roupas da máquina de secar eu podia fechar os olhos e sentir o facto de a minha raiva crescer por ele não e contar, mas estranhamente eu vinha a sentir-me cada vez mais poderosa em relação a conhecer alguma informação. Eu tinha a voz do Dean, um lenço com sangue em nova York, um pai descabido e maldito do Harry, e eu tinha uma amante irritada, eu era inteligente, eu era mais inteligente do que a média e o que me estava a dar cabo do sistema nervoso e a subir a minha raiva não era o Harry, era o facto de a minha cabeça não estar a fixar as coisas e perpetua-las como sempre fizera. Eu sempre achei o meu dom uma coisa má e eu nunca me gabei dele, mas eu sempre fora certa em certas coisas, eu sabia tudo e eu podia reviver tudo, eu podia saber o que esperar do futuro, ou até mesmo ir ao passado, mas o acalmou essa parte de mim, deixando-me normal e mortiça, a minha cabeça tão descontraída que as visões foram-se esvoaçando, já não havia nada.

Vision 2 - PrisonersWhere stories live. Discover now