Capitulo 46

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**Sam**

Já estava saindo do hospital, aquele ar de liberdade era prazeroso, fechei os olhos por um momento e respirei fundo sentindo o ar entrar em meus pulmões. Entrei dentro do UBER e pedi para que me levasse no centro para eu resolver algumas coisas. Andar de muletas não é uma coisa muito confortável. Mas, como não tinha ninguém para me ajudar (Devo ressaltar que é escolha minha) vou caminhando na farmácia mais próxima para comprar os remédio que a doutora receitou. Em seguida passo em uma loja de eletrônicos e compro um celular novo, de qualquer forma o meu antigo estava um caco de velho, precisava comprar outro já fazia um tempo, comprei também no mesmo lugar um chip. O pouco que me movimentei já estava me sentindo totalmente exausto, dessa vez tive que ligar em um táxi já que não tinha baixado o app do uber ainda. E fui direto para minha casa.

Estava exatamente como deixei, uma bagunça. Porém agora um pouco mais empoeirada e fedendo comida podre. Isso mesmo, havia umas frutas, resto de pizza, entre outros tipos de comida em cima da mesa e dentro da geladeira e para minha infelicidade estava tudo uma carniça. Começa a me dar enjoo esse "cheiro" mais que depressa vou abrindo todas as janelas da casa para entrar um arzinho fresco e juntando todas as comidas podres em um lixo, na verdade joguei tudo que estava na geladeira fora.

- Quando voltar vou precisar contratar alguém para arrumar essa bagunça para mim. - Falo algo comigo mesmo.

Sento no sofá e começo a organizar meu celular novo, logando meu iCloud que automaticamente tudo do meu antigo celular passou para o novo. Comprei também minha passagem para Portland pela internet para o próximo voo que será daqui duas horas, e pedi um almoço pelo Ifood, pois também preciso comer.

Das poucas roupas que estavam limpas, coloquei algumas na mala, meu almoço chegou e consegui comer só um pouco, meu apetite não estava muito bom, não sei se é por causa dos remédios ou se é a ansiedade para ver Diana. Fui tomar um banho rápido e já chamei um uber para me levar até o aeroporto.

Um pouco adiantado? Talvez.

(...)

**Diana**

Como combinado os meus amigos estão chegando para passar o ano novo aqui comigo, estava bastante feliz, depois de tanto tempo algo estava me deixando um pouco animada.

Eu não tinha contato para Gabriel que Anne viria, acabei contando hoje e ele está quase dando um treco de nervosismo. E eu estou me acabando de rir dele, não para de tagarelar um minuto, pedindo minha mãe para passar umas 3 camisas para ele escolher a melhor, querendo ir no barbeiro fazer a barba e cortar o cabelo.

Eu e mamãe como sempre estamos preparando a comida, Gabriel não é muito de ajudar na cozinha. As vezes o cheiro me dava enjoo e eu ia para a parte externa da casa e me deitava no sofá. Já está visível que meu corpo estava mudando, me sentia um pouco desconfortável com isso, mas ao mesmo tempo grata de saber que aquela vidinha estava se desenvolvendo bem até agora. Alguns momentos, eu ficava pensando que o meu descontento não é culpa da criança, mas sim a minha insegurança de ser mãe, medo de não conseguir, e também por causa de Sam, com toda a situação em um geral. Na verdade, eu sempre quis ser mãe, mas nunca mãe solteira (tenho certeza que maioria das mulheres não querem isso). Eu tinha aquela fantasia do casamento, entrar na igreja toda vestida de branco e criar meu filho ou filha junto com a pessoa que escolhi passar o resto da minha vida. Mas infelizmente nem tudo é como a gente pensa.

Outra coisa que estava me incomodando, é que um tempo atrás eu tive várias crises depressivas, além dos problemas emocionais que já carrego dentro de mim. Algumas vezes esses sentimentos ruins estão mais controlados, mas o que eu estava sentindo era muito mais que o normal, não sei se são os hormônios da gravidez. Única coisa que eu sabia é que não queria passar aquela sensação ruim para meu bebe. Eu fiz tratamento com um médico aqui da cidade um tempo antes de voltar para Seattle, mas parei, não gostava de tomar aqueles remédios eu me sentia estranha. Mas agora não posso pensar apenas em mim, tenho uma prioridade maior e por isso já marquei uma consulta com meu médico psiquiatra logo após o réveillon, infelizmente estou achando que devo voltar com meu tratamento. E se tiver que voltar, dessa vez não terei escolha.

O PolicialWhere stories live. Discover now