Capítulo 36

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(Na mídia a música que Gabriel estava escutando )

"E se eu te mostrar meu lado sombrio, você ainda vai me abraçar esta noite?"
Pink Floyd

Estava totalmente enjoada dentro do avião, não sei se era o voo ou minha ansiedade misturada com nervosismo. Olhei para o lado Gabriel escutando música em seus fones e jogando um joguinho tipo Candy Crush no celular. Peguei um de seus fones e coloquei no meu ouvido. - Ele me olha e continua a dar atenção para seu jogo idiota.

- Bryan Adams? Está mesmo apaixonado hein. - Puxo assunto, pois sei que dele não vai sair nada. - Don't tell me it's not worth fighting for I can't help it, there's nothing I want more - canto um pedaço da música para implicá-lo.

- E você decide o que uma pessoa está sentindo pelas musicas que ela escuta?

Acho que não ficou muito feliz com meu comentário.

- Maioria das vezes da certo. - Dou de ombros.

- Então descubra o que eu estou sentindo. - E começa a procurar uma música na playlist.

- Não funciona assim. Tem que ser algo natural, sem ser forçado. - Ele me olha com cara de quem quer me jogar daquele avião. - Mas, eu sei que está com raiva, e nem precisei de uma música para isso.

- Mas você é o bichão mesmo hein.

- O que aconteceu?

- Serio?

- Sei que não é só por causa daquilo, você não estava assim mais cedo. Ou então tem sérios problemas de bipolaridade.

- É muita raiva de você acumulada. - Me olha sério e depois da um sorriso, já estava começando acreditar que seria mesmo. - Estou brincando, mas ainda estou bravo com você.

- Então, o que é a outra coisa?

- Não quero falar sobre isso.

- Por favor Gabriel, eu estou ficando louca aqui nesse avião. E você desse jeito vou achar que é alguma coisa relacionada.... mamãe mudou de ideia?

- Não! Claro que não, não é nada disso.

- Ata. - Suspiro.

- É a Anne. - Olho para ele desconfiada. Faço sinal para que ele continue. - Não sei se é uma boa ideia conversar com você sobre isso, vocês são amigas.

- Por isso mesmo que sou a melhor pessoa para você conversar.

- Acho que estou gostando dela.

- Disso eu já sabia.

- Como assim? Está tão na cara? - Me olha confuso.

- A para né Gabriel, conheço mais você que a mim mesma.

- Certo. Então, já tem uns dias. - Ele faz uma pausa e suspira.- Bastante dias que não conversamos. Sei lá, eu to sentindo falta dela.

- E por que não procurou ela?

- Se ela tivesse sentindo minha falta teria me procurado.

- E se, ela tiver pensando a mesma coisa? - Ele me olha confuso.

- Alguns dias atrás eu liguei para ela, mas ela ignorou.

- Procure ela pessoalmente. Anne é meio complicada, acha que você só vai brincar com ela.

- Por que ela pensa isso?

- Sério? Olha, sua reputação não é muito boa na faculdade, quando se trata de relacionamentos.

- Nunca tive nada sério com ninguém... Não podem tirar conclusões de como eu seria por base em....

- Ter pegado metade da faculdade? - Ele abre a boca para falar alguma coisa e desiste. - Mas ela tem que entender também, e separar as coisas, aquilo foi passado. Você não estava namorando, tinha o direito de ficar com quem quisesse. O que ela não quer, é ser só mais uma garota da faculdade que você "pegou".

- Ela não será isso.

- Então fala para ela.

-Eu... eu não sou muito bom com isso.

- É só dizer o que sente.

- É o mais difícil. - Gabriel dá um sorriso totalmente sem graça.

- Eu sei. - Mudo de expressão ao me lembrar de Samuel.

- Ei... - coloca sua mão sob a minha. - Sabe que se quiser conversar sobre isso estou aqui.

- Sim, eu quero. Mas não agora, estamos falando de você. - Ele revira os olhos.

Ficamos conversando por mais algum tempo sobre Anne e sobre outras coisas relacionadas a Gabriel, que mal percebi que estávamos chegando ao nosso destino.

- Estamos chegando. - Digo um pouco apavorada.

- Sim, estamos.

Ao chegarmos o avião vai aterrizando, concentro em minha respiração para diminuir o nervosismo. Aos poucos os passageiros vão saindo e pegando suas bagagens, eu e Gabriel logo atrás fazendo o mesmo.

Fomos para dentro do aeroporto empurrando nossas malas e em um momento, meu olhar se cruza com aqueles olhos verdes marejados, um nó se forma em minha garganta ao ver minha mãe parada nos esperando. Não sabia que sentia tanta, mas tanta saudade dela até que à vi, minha querida mãezinha que tanto amo e que deixei para trás sem dar satisfações, com medo de seu julgamento, com medo de perdê-la como perdi meu pai, com medo que ela nunca mais me olhasse como está olhando agora, e ali estava, meu mundo todinho, meu conforto que procurei todo esse tempo. Não percebo que estou chorando até que um soluço sai da minha boca. Deixo minha mala onde está e saio correndo de encontro aos seus braços.

Não lembrava como era gostoso e reconfortante esse abraço, não lembrava de como era a sensação. Era tudo que eu mais precisava naquele momento.

- Minha Diana... - Diz com a voz embargada por causa do choro.

-Mãe... eu.. eu.. - Digo ainda abraçada a ela em meio aos soluços.

- Eu sei, minha filha. Eu sei. - Diz acariciando meus cabelos, Gabriel aparece ao nosso lado e puxamos ele para um abraço em família.

*-----------------*

Oi!!!

Finalmente consegui terminar mais um capítulo!

Antes de tudo gostaria de me desculpar pelos capítulos pequenos, mas infelizmente não estou com muito tempo para escrever.

Muito emocionante esse encontro de Diana com a sua mãe, não foi?

Estou com muitas matérias da faculdade atrasadas e estava colocando em dia, ainda não consegui colocar tudo, mas resolvi escrever um capítulo para vocês! Espero que gostem.

Queria indicar um livro que estou lendo e gostando muito: Minha melhor versão da prazerlollita

Não deixem de comentar e avaliar, isso me da mais motivação para continuar escrevendo. 🌟

Obrigada a todos! ❤️

O PolicialWhere stories live. Discover now