Coletânea de Contos - Jogadores de futebol.

Gordo não, gostosinho. - Lucas Pratto

Marcela tentava se concentrar na matéria que estava estudando, farmacologia era sua pior disciplina naquele semestre, estava sendo terrível decorar todas aquelas coisas, estava admirando todos os médicos que sabiam para o que servia qual, era impossível!

- Saco! – Reclama fechando pela quinta vez seu livro. – Parece um dia ótimo para fazer uma faxina. É isso mesmo que farei. – Ela se joga na cama ao lado do namorado que a observava em silêncio aquela cena, sem que a moça fosse de fato faxinar a casa.

- Eu acho que você precisa relaxar meu amor. – Ele a envolve em seus braços fortes e cobertos de pelos.

- Eu preciso decorar essa merda de matéria! – Praticamente grita. – Que ódio, que ódio. – O homem ao seu lado ri. – Não é engraçado Lucas, você não deveria estar sei lá, treinando ou qualquer coisa do tipo? – Ele dá de ombros.

- Gosto de ver você estudando. – Coloca um sorriso nos lábios. – Posso treinar a qualquer momento, mas isso – ele aponta para a mesa bagunça em sua frente – falta muito pouco tempo para acabar.

- As vezes só queria te encher de soco, quebrar esse seu nariz protuberante e depois te mimar muito, como o princeso que você é.

- Podemos pular a parte agressiva e ficar com os mimos que eu realmente mereço por te aguentar todos os dias.

- Vai embora da minha casa, argentino tóxico. – Ela ri e se vira para lhe beijar os lábios.

- Você quer mesmo? – Ele começa a dizer entre selinhos. – Porque eu posso ir mesmo. – Ela apenas balança a cabeça. – Então.

- Para de falar, inferno. – Ela o emburra de lado, ficando por cima dele e encarando seus olhos verdes, enquanto tira sua camiseta branca.

- Estou sendo atacado por uma estudante de medicina estressada. – Ele ri, enquanto abria o sutiã da moça.

- Você mesmo disse que preciso relaxar. – Diz puxando a camiseta dele.

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Marcela estava morando no país a pelo menos cinco anos, havia optado por cursar a faculdade ali, pois o custo era menor que em seu país natal. Ela e Lucas haviam se conhecido em um barzinho com música ao vivo, há cerca de um ano e alguns meses, logo quando Lucas havia retornado para Argentina, depois de alguns anos no Brasil, foi o que poderia se chamar de amor a primeira vista, seus olhares se encontraram apenas uma vez naquela noite, antes de um sorriso aparecer no rosto de ambos. Ele havia ido até ela naquela noite ao som de Born To Be My Baby, do Bon Jovi.

Marcela, havia demorado para saber que o carinha do barzinho era um jogador, ela nunca imaginaria que tal coisa fosse verdade, mas também não poderia negar que não fazia a mínima ideia sobre futebol, achava aquilo a maior perca de tempo, gastar preciosas duas horas assistindo vários homens correndo atrás de uma bola, enquanto poderia estar estudando sobre qualquer coisa, havia sido uma amiga próxima que lhe tinha dito, e Marcela com todo seu ceticismo, não havia acreditado na moça. E agora estava ela, sempre no Monumental para vê-lo jogar, estava se tornando uma ótima torcedora do clube, inclusive havia passado a provocar alguns colegas de turma que torciam para os rivais.