Dive - Erling Håland

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Você é um mistério
Eu viajei o mundo
E não há nenhuma outra garota como você, nenhuma
Qual é a sua história? (Qual é a sua história?)
Você tem uma tendência de iludir as pessoas?

Você é um mistérioEu viajei o mundoE não há nenhuma outra garota como você, nenhumaQual é a sua história? (Qual é a sua história?)Você tem uma tendência de iludir as pessoas?

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48 horas antes do Der Klassiker.

Carol Viana.

Deveria ter escolhido ir para aquela maldita cidade de avião, seria apenas uma horinha, mas não, tinha escolhido ir de carro, quase sete horas! Certo, se quisesse protelar mais, teria escolhido uma viagem de doze horas em um ônibus, mas não era pra tanto, metade desse tempo já me bastaria, e também gostava bastante de dirigir, não era exatamente um problema.
Viajava para Dortmund, todas as vezes que o Bayern enfrentava o time da cidade, principalmente depois que Mats Hummels, fez o favor de carregar minha amiga para o inferno, nos conhecemos em um bar em Munique, logo que tinha chegado na cidade para fazer meu mestrado em economia, foi fácil, ela também era brasileira e torcedora do Bayern, foi mais do que natural que ficassemos amigas rapidamente.
Fecho minha mala, pensando se realmente queria ir para lá, eram os únicos dias de folga que teria, já havia combinado com ela, o jeito era seguir o acordo. Jogo a pequena mala de qualquer jeito no porta malas e dou partida no carro logo em seguida, tomando a minha rota habitual e já tão conhecida.
Deixei que apenas a estrada e o som das músicas tivessem espaço em minha cabeça, funcionava com frequência, principalmente por não ter muitos problemas com o que lidar, apenas poucas coisas das quais logo conseguia me livrar rapidamente. Entre uma música e outra, algumas olhadas no velocímetro, para não ultrapassar muito os 100 km/h, não estava com a menor vontade de morrer num acidente de carro tão cedo, e também não era mais nenhuma novidade pegar a Autobahn correndo igual louca.
Todas as vezes eram iguais, Lívia nunca deixava a placa do meu carro com o acesso liberado na portaria do condomínio, suspiro pesado, abrindo o vidro, recebendo uma rajada de ar frio no rosto.
- Boa noite, como posso ajudá-la? - O simpático senhor de todas as vezes me pergunta.
- Boa noite, gostaria de ir até a casa 15, meu nome é Carol.
- Um momento, por favor. - Ele me pede e apenas sorrio para ele, fico tamborilando os dedos no volante enquanto esperava a liberação do portão. - Senhorita, ninguém atende.
- O senhor poderia tentar outra vez, por favor? - Ele concorda, pelo meu celular e ligo para minha amiga. - Onde você está? - Pergunto assim que ela atende.
- Em casa, estava dando banho no Beethoven. - Ela ri.
- Primeiramente, pare de fazer bullying com seu filho, segundo, libera meu acesso, vim dirigindo desde casa.
- Aí tá bom. - Ela desliga na minha cara.
O portão se abre em minha frente.
- Vielen Danke. - Digo ao homem e sigo em frente.
Aquele condomínio era quase um labirinto, sigo com a velocidade reduzida pelas ruas até chegar na frente da bela construção de coloração acinzentada, estaciono meu carro ali e saio logo pegando minhas coisas e seguindo pelo caminho de pedras. A porta estava destrancada.
- Lívia? - Pergunto assim que fecho a porta atrás de mim.
- Aqui em cima, estou terminado de vestir o Ludwig. - Subo as escadas, e vou primeiro até o quarto que já considerava meu, largando minha mala ali e indo até o banheiro lavar as mãos e o rosto, para só então seguir para o quarto ao lado. - Finalmente!
- Como vocês estão? - Pergunto para ela.
- Estamos bem, como foi de viagem?
- Me controlei na estrada. - Dou risada. - Está perdendo a graça correr.
- O peso da responsabilidade. - Mostro a língua pra ela. - Estava pensando em pedir comida pra gente, Mats deve chegar logo, o treino terminou agora pouco. - Olho no relógio involuntariamente, os ponteiros marcavam 18:45.
- Acho uma ideia ótima. Agora deixa eu pegar esse bebezão aqui, que senti saudades dessa coisinha mais gordinha, não é Ludwig? - Penso que ele iria chorar ou estranhar, pelo contrário, ele me abraçou. - Pensei que ele ia chorar.
- Você fala com ele todos os dias por chamada de vídeo.
- Isso é verdade, mas é diferente.
Continuamos conversando e colocando as fofocas em dia que nem percebemos o tempo passando, até que a porta da sala se abriu e Mats adentrou o ambiente.
- E aí, Judas Judas! - Ele revira os olhos e uma segunda pessoa entra atrás dele. Erling Håland.
- Carol, pensei que viria amanhã. - Ele me abraça. - Deixa te apresentar...
- Haaland. - Digo. - Prazer Carol.
- Prazer. - Ele sorri, Ludwig se joga do meu colo para o garoto. - Oi, bebê. - Com jeito ele pega Ludwig de meus braços.
- Ele ama o Erling. - Lívia diz ao meu lado. - Olá pra você também. - Resmunga com Haaland. - Não sabia que você iria vir, acabei pedindo comida, a Carol gosta de umas coisas que eu sou péssima em fazer.
- Nunca vou me conformar que você não sabe fazer carpaccio de salmão.
- Ela sabe fazer outras coisas, bem até de mais. - Mats solta um risinho, percebo que Haaland estava mais preocupado em brincar com Ludwig do que na conversa sobre a comida.
- Eu como qualquer coisa, não se preocupa. - Disse distraído.

Coletânea de Contos - Jogadores de futebol. Where stories live. Discover now