Triste canción de amor - Lucas Pratto

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"Ele é como o mare ela como a luaE na lua cheia fazem amor

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"Ele é como o mar
e ela como a lua
E na lua cheia fazem amor.
E na eternidade os dois
Juntaram suas almas para dar vida
esta canção de amor triste."

O amor poderia resistir a tantas viagens? A tantos desencontros? A tantas coisas erradas? Qual poderia ser a maneira de que tudo isso se encaixasse? Até que finalmente estivessem um para o outro como deveria ser?
Mais uma quinta-feira em que Lucas iria viajar, e só voltaria domingo, quando ela, também estaria voltando, iriam se ver apenas algumas horas, e isso não era mais suficiente, estava desgastando ainda mais a relação que já vinha aos trancos e barrancos. Ele a amava, contudo, não dava para continuarem assim.
- O que foi amigo? - Bruno Zuculini perguntou vendo a expressão de Pratto não muito boa.
- O de sempre. - Respondeu simples, bebericando seu mate.
- Vocês precisam dar um jeito nisso, desde que ficou essa bagunça na sua vida, você não tá jogando nada. - Rafael Borré comentou ao seu lado.
- Sei disso Rafa. - Ele abaixa o olhar para seus pés que agora lhe pareciam a coisa mais interessante de sua vida. - Vou resolver.
- Vamos deixar o rapaz em paz. - Enzo Perez passa o braço sobre seu ombro. - Ele fica sentimental quando falam sobre isso.
Pratto apenas negou com a cabeça, e passou sua pequena cuia para Lucas Martinez que havia acabado de esticar a mão em sua direção.
- Se servir de consolo, se, vamos ressaltar, SE, fosse uma mulher, ficava com você só por causa disso. - O rapaz arranca risada de todos ali e um dedo médio do atacante. - Nossa, quanta falta de educação. - Ele revira os olhos e devolve a bebida.

Pensar que teria que voltar em dois dias, já lhe deixava extremamente desanimada para ir, especialmente este final de semana, ela sabia que o veria apenas cinco horas, o suficiente para lhe deixar ainda mais triste com a volta, tanto cansaço para praticamente nada. Estava cansada, esgotada e nada feliz.
- Julia, porque você não fica? - Raíssa perguntou para a amiga.
- Eu prometi, tenho que cumprir. - Julia deu de ombros.
- Promessas podem ser quebradas. - A outra argumenta.
- Não para mim. - Julia se joga no sofá. - Dói, gostava quando podíamos passar mais tempo juntos. - Ela cruza os braços sobre o peito.
- E você vai sustentar uma relação num passado?
- Você não entenderia, Raí.
- Então me explica, me faz entender. - Julia respirou pesado. - Nem você sabe, é doentio.
- Eu o amo, ok?
- Julia, você está doente. Perdeu peso, não dorme direito, não come, o seu rendimento no serviço caiu. Você precisa de ajuda, me deixa te ajudar.
- Estou bem. - Ela sabia que Raíssa tinha alguma razão em suas palavras. - Agora, vamos, por favor.
- E se não te levar?
- Chamo um Uber. Goste você ou não, eu vou. - Ela se levanta indo para a porta. - Você vem?
- Tá bom, mas juro, é a última vez.
- Não tenho a menor dúvida. - Raíssa não entendeu o que exatamente a amiga quis dizer aquelas palavras.

Bart, a recebeu saltitante na sala, latindo e pulando sobre seu peito, era assim todas as vezes que chegava em casa, a seguia para todos os lados, assim como ele, ela também sentia falta do cachorro. Tomou um longo banho antes de começar a arrumar suas coisas no armário para só então deitar-se na cama, o bulldog deitou ao seu lado. Lucas odiava quando ele subia na cama, sabia que Julia era a responsável por tal costume do cachorro, mas havia desistido de reclamar, afinal, Bart, era sua companhia muitas vezes.
A mulher pegou no sono tão rápido que não se deu conta, acordando apenas no meio da tarde do sábado, pelo menos ali, conseguia dormir um pouco mais, sentindo o cheiro de seu amado. Saiu da cama apenas para ir buscar uma camiseta dele para vestir, procurou a que ele mais usava, de sua banda preferida, que de preta já se encontrava acinzentada. Sorriu, sentindo-se abraçada.
- A roupa do papai me engole. - Ela ri para o cachorro.

- Como que vou fazer alguma coisa faltando três minutos pro fim e mais uns acréscimos!? - Lucas reclamava enérgico para Franco Armani. - Gallardo está de sacanagem comigo. - Ele sentia vontade de socar as paredes. - Aí, eu perdi um gol, e fico me sentindo mega culpado achando que a gente perdeu o título por incompetência minha.
- Pratto, relaxa. - Armani tenta apaziguar um pouco o que acontecia ali. - Isso aí é o fantasma daquela final.
- Basicamente, mas antes eu já estava na merda. - Senta na cama. - Me passa a térmica. - O goleiro lhe entrega. - A última vez que eu marquei foi sei lá, em maio do ano passado, quando pegamos o Athletico Paranaense.
- Daqui a pouco nasce, não se preocupa. - Armani coloca a mão na barriga do companheiro.
- Não tem graça. - Lucas fecha a cara.
- Estou tentando te animar. - Diz com cautela.
- Agradeço. - Lucas deixa suas coisas sobre o criado mudo e se deita. - Boa noite.
- Boa noite. - O goleiro responde e apaga as luzes do quarto que dividiam.

Julia ouviu o barulho de chaves na porta, era um pouco antes das oito da manhã, Lucas havia chegado, sorriu, contudo continuou ali na cama, deitada sobre os travesseiros dele por apenas um segundo, queria assusta-lo, sentindo seu coração acelerado. Lucas, não pensou duas vezes antes de jogar sua mochila no sofá e subir dois degraus de cada vez até o topo da escada e dar longos passos até o quarto.
A primeira coisa que estranhou foi a ausência da mala de Julia, depois a ausência da própria Julia, sua cama parecia exatamente como quando saiu. Sentiu alguma decepção, ela não tinha vindo.
Tudo teria dado certo se Bart, não estivesse latindo energicamente para a porta que levava a sacada do quarto.
Ele a avistou, apoiada no parapeito, com seu hobby esvoaçando ao vento, os cabelos tinham o mesmo destino, ele observou, sentindo seu coração aquecer. Como pode ser tão idiota ao ponto de considerar terminar com ela, há três dias?
Lucas se aproximou, abraçando-a pelas costas e deixando um beijo em seu pescoço, Julia se virou, seus olhos estavam... Molhados? Lucas não compreendeu.
- O que foi? - Perguntou, secando a parte de baixo daqueles olhos castanhos que amava.
- Precisamos conversar. - A mulher se desvencilhou dos braços firmes do jogador.
- Certo. - Sentia-se nervoso, não era possível que ela tivesse tido a mesma ideia que ele alguns dias antes.
- Isso aqui está tudo errado, não está funcionando. - Se sentou na cama e Lucas pôde observar que ela estava usando apenas uma bela lingerie.
- Concordo. - Diz.
- Precisamos acertar os ponteiros. - O olhar dela estava pregado ao seu e queimava. - Não estou aguentando mais ficar pra lá e pra cá, vendo você apenas algumas horas, estou exausta, olha pra mim, estou péssima. - Ele já havia notado os quilos a menos que ela estava, mas não quis dizer nada que pudesse magoa-la.
- É difícil para mim também. Há muito tempo não entro com a cabeça no jogo, apenas querendo que tudo acabe o mais rápido possível e que eu possa voltar pra casa e te encontrar aqui. - Ele segura o rosto da mulher.
- Estamos os dois se prejudicando, não vale a pena. - Mais algumas lágrimas escorrem dos olhos dela.
- Não chora, você me parte ao meio. - Ele diz beijando as pequenas gotas que escorriam pelas bochechas de Julia. - Vamos arrumar as coisas.
- Estamos dizendo isso têm vários meses, há quase um ano e tudo continua exatamente igual, bom, talvez pior. - Ela segura as mãos dele. - Não estou pronta para dizer adeus, contudo, parece o melhor a fazer.
- Então, não me diga adeus. - Os olhos dele também estavam marejados, aquelas palavras o atingiam de forma dura. - Fica, por favor. - Ele beija os dedos dela.
- É o melhor para nós dois. - Ela solta a mão dele e se levanta.
- Julia. - Ela se vida para ele. - Casa comigo?
- Lucas, eu... - Ela não sabia o que responder, estava disposta a acabar com aquele namoro. - Eu... - Lucas esticou a mão para que segurasse.
- E não solta nunca mais.
Julia a segurou, como se sua vida dependesse apenas daquilo, se jogando nos braços fortes do jogador. Eles selaram aquele momento com um beijo terno, que dizia muito mais do que qualquer outra coisa.

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