-tu estas a estudar o que exatamente Soph?- ela mostra-me uma fileira de dentes brancos.

-estou em arquitetura. E tu?- meto a ultima grafada de bolo na boca.

-Eu estava em literatura, mas já acabei, estou a escrever um romance agora.- vejo quando os olhos dela rapidamente passam pelo Harry e tento ignorar. Eu gostava que ela não fosse tão cordial, poderia soca-la nesse caso.

-isso soa fantástico.- eu não me admirava nada que o livro dela fosse sobre o Harry, eu escreveria um livro sobre ele também.

Eu não sei se o Harry tem a noção de como fascinas as pessoas á volta dele, o seu sorriso raro em publico, o seu ar concentrado, o seu ar durão. A maneira como a beleza exótica dele cativa as mulheres, como as palavras roucas dele jogam contra tudo e todos, sendo capaz ed fazer cair cuecas. Mas nunca ninguém o conheceu como eu conheci, a não ser talvez estar rapariga linda que foi a sua primeira namorada, mesmo que ele nunca tenha dito isso, ele chamou-a de amiga.

O meu telemóvel treme e vejo rapidamente.

***Pai:  Estou a fazer escala, tu podes vir buscar-me por volta das sete da manhã? Eu amo-te***

Rapidamente digito uma resposta.

***Eu:  Vamos estar lá pai, apenas descansa. Eu amo-te.***

-Sim eu queria uma coisa destas á imenso tempo, o meu pai tem uma editora, eu espero á altura.- tento não revirar os olhos.

Espanta-me a maneira como pessoas ricas tem tudo de mão beijada, quando se eu tentasse escrever um livro eu levaria seculos para o conseguir publicar. Mas se o teu pai é riso, então tu podes ter o que tu queres rapidamente.

Mostro as mensagens ao Harry, e sorrio para a Nina que me dá um sorriso fraco. Ela está triste, triste por não ter o contacto que o Harry tem comigo.

-Nós temos de ir andando, eu vou deixar o meu donativo á saída.

O Harry levanta-se assim como eu e a Nina, ela parece desesperada.

-Oh, mas é tão cedo ainda, vocês podiam ficar para dançar...ou...tu provavelmente tens algumas pessoas para falar...- ela nervosamente tenta arranjar uma desculpa.

-Eu preciso de levar a Sophia para casa, o seu pai chega amanhã.- As mãos do Harry esfregam as minhas costas.

-claro, foi um prazer Sophia.- ela aperta a minha mão de forma educada.

-posso voltar a ver-te Harry?- ela pisca e os seus olhos brilham.

-eu não acho que isso seja uma boa ideia.- o Harry encolhe os ombros.

-porque não, nós somos amigos.

-nós eramos bons amigos, mas nós tínhamos doze ou treze anos.

-tudo bem.- resignada ela abraça-o.

-Adeus, foi bom ver-te.- O Harry diz-lhe, ao que ela acena com a cabeça.

Quando chegamos ao carro sinto-me tremer de frio, o meu casaco foi esquecido no outro carro, onde agora vem os seguranças que eu não vi durante toda á noite. O estranho deste sitio é que mesmo a seguir ao grande e opulento hotel, encontra-se uma das zonas mais debilitadas de toda a cidade. Crianças sozinhas nas ruas escuras, pessoas de aspetos mal tratados, é apenas estranho como a nossa sociedade se íntegra, porque é que uns tem tanto quando viveriam tão bem com menos, e porque é que há famílias que tem de manter as suas crianças nestas condições. Eu sei que é hipócrita vindo da namorada de um empresário milionário, mas sinceramente o Harry ganha bem mais do que precisa, e é por isso que nunca me entra na cabeça para que é que uma pessoa precisa de tanto.

Vision 2 - PrisonersWhere stories live. Discover now