9. Capítulo 9

5.4K 606 97
                                    

Agora que a adrenalina da briga com Draco deixava seu corpo, Harry podia sentir sua mão latejar, o pano que Hermione enrolara apressadamente para estancar o sangue agora se encontrava encharcado e brilhando em um tom de vermelho vivo, ele evitava movimentar sua mão cortada, pois acreditava que poderia sentir os pequenos cacos de vidro adentrando ainda mais os cortes.
Como já estava mais calmo podia ver o quão sem sentido aquela briga fora, ele não precisava se irritar daquele jeito, Draco dissera aquelas coisas da boca para fora certo? Ele só estava com ciúmes, não queria de verdade dizer aquilo, ou pelo menos era isso que Harry esperava.

Hermione estava extremamente elétrica e preocupada enquanto dirigia até o hospital, encarando Harry a cada dois segundos para conferir se ele estava bem, até que não aguentou mais se manter quieta.

- Harry, você está bem mesmo? você está tão calmo, não vai desmaiar vai?
-O garoto de olhos verdes não conseguiu segurar uma risadinha com a preocupação da amiga.

- Eu to’ bem Mione, não vou desmaiar nem nada do tipo, foi só um corte na mão

- Por Merlin Harry! Não ria, eu não posso te deixar sozinho por vinte minutos que você destrói a sua mão.

- Me desculpe, prometo tomar mais cuidado – o ar de riso não deixava o rosto de Harry, a amiga sabia exagerar as vezes.

Finalmente chegaram ao hospital, onde Hermione foi arrastando Harry até a ala de pronto socorro, ele imediatamente foi levado ao pré-atendimento onde lhe mediram a pressão e lhe instruiram a aguardar pela senha que foi entregue.

- Como é possível que lhe peçam para esperar com essa mão toda ensanguentada? Eles não tem noção? Se fosse madame Pomfrey sua mão já estava novinha em folha. – Hermione andava de um lado para o outro sem parar.

- Mione calma, é só uma mão, podem ter casos piores, alguém pode ter levado um tiro ou sei lá, e além do mais, só faltam cinco números para a nossa senha, se acalme por favor.

Hermione continuou em pé batendo o pé apressadamente, porém parou de andar para lá e para cá. Apesar de sua mão latejar incessantemente Harry preferia manter a calma a surtar.
Cerca de dez minutos de passaram e finalmente sua senha foi chamada, Harry foi levado a uma pequena sala, onde uma enfermeira lhe informou que o doutor já viria.
Ela mal saiu pela porta quando um homem alto, aparentemente forte, loiro e pálido feito os Cullen entrou na sala. Ele provavelmente era o doutor, já que se encontrava todo vestido de branco.

-Boa noite senhor... Potter certo? – disse ele lendo uma ficha – Eu me chamo Carlisle Cullen e vou cuidar dessa sua mão hoje, tudo bem?

Ele disse, e Harry apenas começara a tirar a faixa que havia ganho no hospital para estocar seu ferimento.

-Eu cuido disso. -Interrompeu o doutor loiro e pálido, pegando a prancheta preenchida com os dados de Potter. -Harry. Parece um corte feio, como se sente?

-Bem.

-Acho que vai ficar bem. -Disse Carlisle. -Posso examinar? -Perguntou Carlisle

- Hmm... okay vá em frente.

O doutor estendeu a mão para pegar a de Harry e tirar o pano que a envolvia.

- Uou, você conseguiu se cortar bem feito hein? Como fez isso? – disse ele passando tranquilidade à Harry, provavelmente para não assustá-lo.

- Bom, eu meio que me distrai e coloquei o copo com muita força na pia.

-Entendo, quanta força em Sr. Potter! – disse o doutor com um sorriso no rosto – Para sua sorte não foi nada sério, só precisaremos tirar esses pequenos cacos e dar alguns pontos. Já tomou anestesia alguma vez?

- Não que eu me lembre Sr. Cullen.

- Okay, então eu precisarei que após os pontos o Sr. Fique aqui no Hospital por pelo menos 20 minutos sim? Para termos certeza que você não terá nenhuma reação alérgica.

-An... tudo bem.

Apesar de ter passado grande parte de sua vida no mundo trouxa, Harry estava devidamente confuso, os Dursley’s nunca o levaram à um hospital, e por mais que ele tenha se machucado feio várias vezes em hogwarts, tudo fora resolvido com algum feitiço proferido por madame Pomfrey, ou com alguma poção.
Hermione provavelmente sabia algum feitiço para resolver aquilo também, mas ela não arriscaria o amigo a não ser que não tivesse escolha.
Harry viu o doutor aplicar uma agulha nele e segundos depois sua mão parou de latejar e ficou dormente, o Sr. Cullen cutucou alguns pontos de sua mão e perguntou se doía.

- Isso sr. Potter, é o efeito da anestesia. -Harry observou com atenção o doutor higienizar sua mão, retirar os cacos e por fim dar os devidos pontos e sair da sala. O lembrando que deveria esperar ali por vinte minutos que ele voltaria.
Ele esperou por dez minutos, até perceber que tudo isso lhe deixara com uma cede monstruosa. E se levantou para procurar um bebedouro onde pudesse se saciar.
Ele encontrou um logo no corredor em que estava porém não havia água, ele dobrou vários corredores mas todos os que encontrava estavam sem água e quanto mais ele pensava em sua cede mais ela aumentava.
Por fim encontrou sua última fonte de esperança, um bebedouro no final do último corredor, andou as pressas até lá torcendo para que houvesse água, mas mais uma vez, não saiu nada. Harry suspirou decepcionado e decidido a voltar e esperar até em casa para se saciar colocou as mãos no bolso prestes a recomeçar a caminhar. Porém suas mãos esbarraram em algo, e uma ideia que Hermione com certeza reprovaria pairou sobre sua mente.
Ele analisou o corredor para garantir que não havia ninguém, retirou sua varinha do bolso, apontou para o bebedouro e:

- Aguamenti! – pronunciou o feitiço e um jato se água saiu da varinha de Harry direto para  o bebedouro.
Harry bebeu até se sentir saciado, em seguida balançou a varinha encerrando o feitiço.
Ainda de varinha na mão ele se preparou para sair do local como se nada tivesse acontecido, mas algo o fez parar e quase deixar sua varinha cair.

Edward estava ali parado, boquiaberto com o que Harry acabara de fazer, como ele podia ser tão sorrateiro ao ponto do garoto de olhos verdes não percebe-lo? Seus pensamentos estavam inebriados com o desespero de alguém o ter descoberto, e antes que pudesse ter certeza do que fazia apontou sua varinha em direção a Edward, torcendo para que ninguém mais aparecesse pelo corredor.
Edward levantou suas mãos de maneira calma, como se estivesse se entregando.

- Vai me atacar Harry? – perguntou ele inocentemente.

- N-não... eu acho, er... me desculpa, mas você não podia ter visto isso. – disse ele ainda empunhando a varinha na direção de Edward.

- Eu entendo, todos temos segredos, e eu prometo guardar o seu, se você confiar em mim é claro. -ele falava com a tranquilidade de quem parecia entender o que Harry passava naquele momento – Eu também possuo segredos Harry, e não gostaria que ninguém os descobrisse, você pode confiar em mim.

A varinha foi se abaixando levemente, até voltar para o bolso de Harry, antes que ele pudesse abrir a boca o doutor Cullen adentrou o corredor.

- Ah! Ai está você Sr. Potter, eu estava te procurando – seus olhos então se movem para Edward – Olá filho, vocês se conhecem?

- Me desculpe Sr. Cullen eu sai para buscar água mas já estava voltando para a sala. – Sua voz estava seca, quase como se tivesse gritado horrores, provavelmente era o medo de Edward falar algo aterrorizando seu corpo.

- Sem problemas, sinto muito, mas estamos sem água faz algumas horas, e eu estava lhe procurando para dizer que se o senhor estiver se sentindo bem pode voltar para sua casa, eu lhe espero em três dias para retirarmos os pontos, okay?

- Sim obrigado por tudo doutor – disse Harry e saiu praticamente correndo, deixando um Edward extremamente intrigado o observando ir embora.

The Moon and the Cold Skin [Edrry] - Vol. 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora