Find Me - Camren (Concluída)

Nova York

Los Angeles, 20 de maio de 2024
Camila caminhava pelo aeroporto de Nova York, arrastando sua mala. Havia acabado de descer do avião, contrariando todas as recomendações médicas que ela deveria seguir. Mas, sinceramente, não se importava. No último mês, é difícil pensar em uma coisa com que Camila havia se importado. Não estava nem aí se iria se machucar. Em sua concepção, não havia nenhum sofrimento maior do que o de perder Lauren. Entrou no táxi, seguindo para a casa dos Jauregui. Seu telefone tocava pela milésima vez, mas ela clicou no botão vermelho novamente. Havia rejeitado todas as ligações feitas por seus pais, Ariana, Shawn e qualquer outra pessoa que sabia que reclamaria de sua decisão. A latina viu o carro amarelo estacionar em frente à casa de sua ex-namorada. Camila desceu do táxi e seguiu em direção à porta da casa dos Jauregui. Ela tocou a campainha e esperou do lado de fora. Michael abriu a porta e surpreendentemente avistou a nora, que achava que ainda estava indefinidamente adormecida. Seus olhos brilharam ao encontrar a latina parada em sua porta, depois de achar que ela também não resistiria.

-Camila! Você está acordada! - ele disse enquanto a envolvia em um abraço apertado. A garota retribuiu, descansando sua cabeça no ombro de Michael. - Vem, entra!
-Obrigada.

Camila disse enquanto entrava na casa. Pisar novamente naquele lugar lhe trazia lembranças fortes demais para suportar. A latina deixou suas lágrimas escorrerem, enquanto se recordava do Natal de 2019 que havia passado em Nova York com a família de Lauren. Ela caminhou lentamente pelos cômodos, até chegar na sala de estar. Era como se sua mente estivesse projetando a decoração de que se lembrava na sala dos Jauregui. As lembranças espancavam o coração e cabeça da latina. As enxaquecas voltaram e ela respirou fundo, tentando evitar que a dor tomasse conta total de seu corpo. Ela avistou Michael se aproximar do pé da escada e gritar o nome da esposa. Ela logo apareceu, parando no meio da escada. Clara acelerou a velocidade ao ver que Camila estava em sua sala, aparentemente bem. O corpo dela se chocou com o da latina em um abraço carinhoso. A mãe de Lauren colocou as mãos no rosto da Camila a encarando por um tempo, ainda não acreditando que ela estava ali.

-Quando você acordou, meu amor? - ela perguntou preocupada.
-15 dias atrás.
-Você podia ter voado até aqui mesmo tendo levantado faz pouco tempo?
-Na verdade, não. - ela disse enquanto se sentava no sofá. Os pais de Lauren se sentaram em poltronas em sua frente. Ela passou a língua nos lábios antes de continuar. - Mas eu precisava vir aqui falar com vocês. Ver como estavam, porque eu sinto tanta falta dela. Imagino que com vocês seja dez vezes pior.
-Está sendo difícil, sabe? - Michael disse.- Perdê-la foi a coisa mais dolorosa do mundo. - Clara concordava com a cabeça enquanto o marido falava.
-Eu entendo. - a jovem respondeu. - É por isso que estou aqui. Eu quero pedir desculpas por tudo. Por vir até aqui te incomodar, por me estressar com ela, por bater a porcaria do carro. Por tudo. - a mãe de Lauren percebeu que a latina estava perdendo o controle e se aproximou dela.
-Ei, não precisa se desculpar, meu amor. Você nunca incomoda. Pode vir quando quiser, já te dissemos que você é parte da família e sempre vai ser. - Camila abaixou o olhar enquanto brincava com os próprios dedos. - Mila, olha para mim.- a latina levantou o rosto. - Nós não te culpamos por nada, está bem? Foi um acidente. Não precisava ter vindo até aqui para pedir desculpas.
-Exatamente. - Michael também se levantou e caminhou até Camila. - Nós te amamos e estaremos aqui por você. Camila, você está na família desde que te vimos pela primeira vez.

O rosto de Camila foi tomado pela maquiagem que escorria junto com suas lágrimas. Ela foi abraçada pelos dois e se sentiu grata por tudo que havia recebido e aprendido com eles. Ela também os amava como família e precisava ouvir deles que não a culpavam pela morte de Lauren, mesmo que ela se culpasse. A latina acreditava que ouvir dos pais da morena que foi um acidente a faria se sentir melhor, mas não foi realmente o que houve. O sentimento de culpa se amenizou, mas nada seria capaz de fazer com que ela seguisse em frente. Ela agradeceu pela hospitalidade do casal, mas logo se retirou, indo para seu hotel. Camila teria que aproveitar um boa noite de sono para conseguir aturar as broncas e os sermões que viriam de Ariana e seus pais por ter desobedecido as ordens médicas.

Los Angeles, 22 de maio de 2024
Ariana abriu a porta da casa de Camila, acompanhada por Dinah. Já era algo próximo de 1 hora da tarde, mas a casa parecia estar vazia. As duas subiram as escadas e abriram a porta do quarto da latina, que estava deitada na cama, coberta pelos lençóis até a cabeça. Sem gentileza alguma, a mais alta abriu as persianas, fazendo com que a luz entrasse pela janela, despertando a cubana de seus sonhos. Ela abriu os olhos, sentindo sua cabeça queimar com a claridade. Sua cabeça latejava e nada poderia fazer com que passasse. Tirou o rosto de dentro dos cobertores, avistando o motivo da claridade. Cobriu-se novamente quando viu as duas amigas. Fechou os olhos com força por conta da dor que lhe atingia. Ariana puxou as cobertas, fazendo com que Camila virasse o rosto na direção do travesseiro, cobrindo a vista com a fronha.

-Minha cabeça dói. - ela disse, franzindo o cenho.
-É claro que dói. - Ariana respondeu. - Você descumpriu as ordens médicas e embarcou em uma viagem de 5 horas.
-No que estava pensando, Cabello? - Dinah disse em um tom elevado.
-Dinah, pelo amor de Deus, fala baixo! Minha cabeça vai explodir!
-Chega, Mila. Senta. - Ariana disse, puxando a amiga pelas mãos. Camila sentou com as mãos nos olhos. - Nós conversamos com seus pais e achamos que você deve procurar um psicólogo.
-Por que eu deveria?
-Porque você sofreu um acidente de carro, estava em coma até 2 semanas atrás e perdeu o amor da sua vida, talvez? - Dinah respondeu irônica. Camila levou as mãos até a cabeça, massageando-se para tentar espantar a enxaqueca.
-Se eu procurar um, vocês vão embora e me deixam dormir? - Ariana concordou com a cabeça. - Tudo bem. A primeira coisa que farei amanhã será marcar uma consulta. Felizes?

Jogou seu corpo novamente na cama. Ariana respirou fundo, triste por como tudo havia mudado. Pegou um remédio para dor de cabeça em sua bolsa e estendeu a mão, vendo a latina pegar e engolí-lo sem água. Camila permaneceu com a expressão fechada enquanto tentava dormir. Ari fez um sinal para que Dinah fosse embora, deitando ao lado de sua melhor amiga. Passou a mão sobre os cabelos da cubana, que ao sentir o contato, jogou seu corpo sobre o de Ariana, aconchegando-se. A latina deixou que as lágrimas que segurava escorressem e molhassem a camisa da melhor amiga, que permaneceu ali, tomando todas as mágoas da amiga, mesmo quando também precisava de um ombro para chorar.
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Espero que vcs tenham gostado
Beijos delusionals, bia💕