Um show que muda tudo

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Ao meu lado, diversas meninas com camisetas, faixas e as Army Bombs. Elas cantavam os nomes de cada um deles como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Ninguém parecia querer sentar, eu entrei na onda e fiquei em pé, vendo cada detalhe do palco, das luzes... As meninas que estavam atrás de mim reclamavam da minha altura na frente delas, mas eu estava me sentindo bem com meus quase 1.75.

Apagam as luzes, os Army Bombs começam a fazer um show de luzes interativas que me fez tirar os olhos do palco e focar na multidão. Olhei pra minha lanterninha e a mesma estava seguindo fluxo de cores. O palco se abre, os 7 entram como se estivessem prontos pra arrebentar o público de maioria feminino do Madison Square.

E no palco, eles tomam uma proporção gigante. Correm, dançam, interagem... Fico hipnotizada segurando minha Army Bomb e tentando cantar as músicas que aprendi ao longo do dia. Mas o máximo que consigo, é arriscar uns passos de dança bem de leve já que o espaço não permitia muita coisa. 

Quando começa "Mic Drop", Suga vem pra frente, olha pro lado do palco e me vê. Arranco minha boina e coloco pra trás e vou fazendo com a mão igual a ele. Acho que ele percebeu, pois veio exatamente onde eu estava e me provocou com aquela cara que ele fez pra mim na noite passada. As garotas ao meu redor gritaram tanto que acho que perdi a audição pro resto do show.

Outro que era só gritaria quando se aproximava do nosso lado, era o V. Gente, ele não sabe guardar aquela língua dentro da boca? Isso deveria ser proibido pra menores. Nem vou citar todo os comentários que elas gritavam pois, seria muito impróprio.

O show se aproximava do fim e eles voltam ao palco com calças jeans, camisetas e com alguns souvenir nas mãos. A medida que cantam, eles jogam toalhinhas para a plateia. Suga novamente se aproxima de onde eu estou, pega sua toalhinha e me joga. Mas foi só eu tentar pegar que umas 5 garotas voaram na minha mão. Resultado: perdi a toalhinha e vi alguém rindo muito em cima do palco.

Show terminado. Sento no meu lugar e aguardo por Sejin. Uns 2 seguranças começam a esvaziar o local já que as meninas se recusavam a ir embora e claro, o segurança também veio até mim pedindo para sair. Abro minha bolsa e saco minha credencial. Ele olha, passa o QR code na minha credencial e pede desculpas me deixando ficar no lugar. O grito de raiva das garotas que estavam do meu lado me fez arrepiar, fui chamada de "bitch" pra baixo. Sejin chega e me leva para o backstage.

-Lena, os rapazes estão relaxando e irão se arrumar para uma pequena coletiva de imprensa. Gostaria de tomar algo ou descansar?

-Não, obrigada. Estou bem. Poderia andar por aqui e ver a estrutura de show de vocês? Fiquei muito interessada na questão das army bombs. Aquilo dá um efeito fantástico.

-Claro, vou pedir para lhe acompanharem até a sala de controle.

Enquanto aguardo, vejo um entra e sai de maquiadoras e gente no camarim principal. Não entendo nada do que falam, mas 15 minutos depois, os 7 saem. Todos arrumados e perfeitos. Todos me cumprimentam, sorriem e são arrastados por uma série de staffs para longe.

Sejin volta e diz que ele mesmo irá me levar pela tour nos bastidores. Olhamos cada detalhes de equipamento do PA, vamos na sala de controle e fico extasiada com tudo. Por que ainda não usamos no Brasil essas lanternas. Ele me explica que cada grupo tem a sua.

Uns 20 minutos depois, Sejin responde ao rádio em coreano e sai apressado. Fico ali parada e olho pro palco vazio sendo desmontado. Hora de fazer merda.... Meu demônio interior diz, vai lá no meio do palco e olha. Afinal, é o Madison Square Garden! Pronto! Lá fui eu pulando cabos e desviando de roadies desmontando equipamentos de luz e som quando do nada, alguém me chama. Me viro e lá está RM rindo.

-Quer virar idol, Lena? 

-De jeito nenhum. Não levo jeito pra frente de palco, apenas para os bastidores. Só queria ver como é a sensação de olhar o Madison Square desse ângulo...

RM se aproxima, me pega pela mão e me leva por toda a extensão que foi montada para o show deles. Me mostra onde cada câmera é posicionada que é para onde eles tem que olhar para terem bons takes de filmagem para o telão. Me mostra as linhas de marcação do palco para evitar quedas. Os pontos de apoio da segurança deles para, caso vejam algo suspeito do palco, eles podem sinalizar a segurança. Muitos detalhes. RM explica que eles já foram ameaçados de morte e por isso, todos ficam meio nervosos com grandes públicos. Mas faz parte da vida deles. Uns os amam, outros tem preconceito e odeiam.

Continuamos andando e Suga chega. Vejo ele de longe nos observando quieto.

-Oi, Suga! -O cumprimento em um lento inglês.

-Hey, sweetie! Alta!!  Quer virar o Empire States? - diz Suga com seu inglês ruim.

-Gosto mais de mim alta!

-Assim fica mais difícil te beijar!

Corei na hora. RM começou a rir e avisou a Suga que pra ele, minha altura de salto alto não era problema. Suga olhou torto pra ele e disse algo em coreano que não entendi, mas fez RM cair em risos.

Mas a noite estava longe de acabar, RM me convida para ir a uma festa de comemoração do show no hotel deles, algo informal para todo o staff com música e bebidas. Um pouco receosa do convite, acabo aceitando. Suga me manda por uma máscara no rosto, segundo ele, para me disfarçar com as meninas do staff.

A Produtora 1 - Unidos pela MúsicaWhere stories live. Discover now