May: Seu amor! -estendeu o braço me entregando o celular-

O olhar de todos eles se direcionaram pra mim, Mayra me olhava com desgosto e os meninos me pressionavam a dizer algo.
Peguei o celular e me afastei.

- Oi. -falei com a voz estremecida-
Thiago: Tô te mandando mensagem, porra. Quem foi que atendeu? -falou impaciente-
- A Mayra. -prendi o choro- Tô no hospital com a minha mãe.
Thiago: O que aconteceu? Quer que eu vá ficar contigo?
- NÃO! -falei um pouco mais alto- Ér.. não precisa.
Thiago: Fala a verdade porra, aonde você tá? -bufei- Se tu tiver me tirando como otário você vai... -desliguei-

Eu não estava com cabeça pra aturar esse garoto, desliguei o celular e coloquei no bolso, voltei pra perto deles mas dessa vez sentei do lado dos meus avós.

Vô: Achou que ia esconder esse namorico por muito tempo, mocinha?
- É complicado... -deitei no ombro dele-
Vó: Mais conplicado que foi com sua mãe e seu pai impossível. -riu fraco-

Meu pai.. Meu pai tá aqui. Como eu pude esquecer disso?! Levantei rápido, puxei a Eduarda pra andar até a recepção.

Duda: Que foi, garota?
- Cala a boca. -sussurrei- Eu queria saber qual o quarto do paciente Lucas Muniz!

A rececionista me encarou, desviou a atenção pra tela do computador, digitou algo e voltou a me olhar.

Xx: Esse caso é particular! Não posso ceder informações.
- Eu sou filha dele. -tirei a identidade do bolso- Olha aqui! Filiação Lucas Muniz.
Xx: Só posso liberar sua entrada com a autorização do médico ou da esposa do paciente. Desculpe! -bufei sem paciência-

Duda: Deixa isso pra lá garota. -me puxou pra longe- Tá ficando louca? Sabe muito bem que ele não pode receber visita de qualquer pessoa.
- EU NÃO SOU QUALQUER PESSOA, SOU FILHA DELE!! -me alterei-
Duda: Para com isso!! -me sacudiu- Ficar gritando não vai te levar a nada.

Eu preciso pensar numa forma de descobrir qual é o quarto do meu pai, tenho tanta saudades.

Duda: Quando sua mãe voltar pro quarto a gente...
- A BOLSA! -interrompi ela-
Duda: Para, para, para! Que mané bolsa, garota?
- Na bolsa da minha mãe tem um crachá de passe livre pro quarto do meu pai. Lá tem o número e o andar do quarto!
Duda: Heloísa, não inventa moda.. Eu não vou compactuar com isso! -falou séria-

Encarei ela tentando fazê-la ceder mas nada aconteceu.
Vou ter que apelar.

- Vc não quer que eu te perdoe? -seu semblante sério se desmanchou- Não quer que eu esqueça toda essa merda que vc fez com meus irmãos???? Então me ajuda!!

Ela ficou em silêncio.

- Eu não tô pedinda pra vc matar ninguém!! Só quero cobertura pra ninguém me atrapalhar. -falei impaciente- Para de ser idiota.

Ela pensou um pouco. Pareceu não gostar muito da ideia mas eu não estava nem aí.

- Vai ajudar ou não? -fiz ela olhar pra mim-
Duda: E se.. -interrompi ela-
- Deixa de ser cagona. -puxei ela- Não vai dar nada errado se vc fizer o que eu mandar.

Empurrei-a pra dentro do elevador sem ligar para os olhares curiosos que nos atingiam na sala de espera, apertei o terceiro andar e esperei as portas se fecharem.

- Presta atenção! Vc vai ficar próximo a porta do quarto da minha mãe, se alguém se aproximar vc enrola a pessoa até eu achar esse bendito crachá.
Duda: Isso não vai dar certo. -falou nervosa
- Já tinha esquecido o quanto medrosa vc é! -revirei os olhos-

Arrastei ela pro andar da maternidade, pedi que ele ficasse de olho na porta e fui em busca do tal crachá.

- Cadê essa merda! -falei já cansada de procurar-

Quando eu tava quase desistindo da busca quando achei um papel enrolado jogado no fundo da bolsa.

"Lucas Muniz - Quarto 537, quinto andar"

Coloquei as coisas na bolsa de pressa e saí do quarto com cuidado sem ser vista.

Duda: Que demora hein! Tava quase morrendo aqui, toda hora passa alguém. -se apoximou- Achou?
- Ele tá no quinto andar. Vamos pela escada pq lá é área restrita!

Puxei ela pro lado da escadaria e subimos de pressa até o sexto andar.

Duda: Olha isso é perigoso! -falou com medo-
- Ninguém vai morrer, relaxa. Eu só quero ver meu pai!

A cada passo que eu dava meu coração palpitava mais rápido. Era ansiedade, medo, saudade, não sei.. mas existia uma angústia dentro de mim. Talvez seja por ter ficado tantos meses sem ver ele. Aah que saudade do meu turrão! Por mais que ele vacile amo esse cara mais que minha propria vida.
Depois de subirmos toda aquela escadaria, eu já estava suada e morta de cansaço, aquele andar não tinha tantas pessoas mas tinha um clima pesado, quase de morte, sabe?!

- É aquele quarto ali! -apontei pro quarto no fim do corredor- Senta naquele banco e disfarça o máximo possível, se alguém se aproximar, fala que está perdida, precisa voltar pra recepção, sei lá.. Depois eu me viro!

Ela assentiu aflita. Minhas mãos suavam incessantemente, parece até que eu fique afastada dele durante anos.

Duda: Eu não sou boa com mentiras, isso não vai dar certo! Vamos descer, por favor.
- Por favor digo eu né?! Vc mentiu pra todo mundo durante meses agora que meter dessa de falsa atriz?? -ela ficou quieta- Se vc quiser descer pode ir lá, não vou prender ninguém cmg!

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CAPÍTULO NÃO REVISADO. PERDOEM OS ERROS!!
DESCULPEM A DEMORA!!

Do Asfalto ao Morro 2 Where stories live. Discover now