Bon Voyage, PARK JIMIN • 6

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Me gustas tu

por mclarah

Capítulo 6

Me gustas DF

Meus pulmões demandaram mais oxigênio e minhas passadas foram ficando gradativamente mais pesadas e custosas

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Meus pulmões demandaram mais oxigênio e minhas passadas foram ficando gradativamente mais pesadas e custosas. Olhei para o cronômetro e ainda faltavam pouco mais de dez minutos para encerrar a corrida pelo Bosque de Chapultepec*, uma ótima forma de conhecer mais um lugar e ainda aproveitar para me exercitar.

Além de já estar acostumado a começar meu dia pedalando ou correndo, seja em Seul ou em qualquer outro canto do mundo, eu precisava espairecer.

Precisava de um tempo para pensar longe da "atmosfera Aline", como apelidei o climão que se instalou depois que ocupamos o hotel na Cidade do México, ou no DF* (como os locais se referem à cidade), que ela, curiosamente, já tinha reservado para "outras datas", o que me fazia acreditar que a amiga fantasma não era a única coisa que a brasileira estava escondendo de mim. Não que eu esperasse que ela fosse abrir sua vida inteira para mim em um vôo de 2 horas, mas ela poderia, ao menos, ter poupado o meu trabalho em escolher e reservar um hostel para nós dois, como já tinha uma reserva paga em um hotel na Zona Rosa*.

Foi bem estranho, pois ela se resumiu a falar o nome de uma pessoa que eu mal entendi, mostrou a tela do celular para o recepcionista e, em poucos minutos, estávamos subindo para uma suíte. Quando o cartão magnético destravou a porta, eu não sabia nem onde deixar o meu mochilão, sem contar todo o desconforto dela ao avisar  que iria tomar banho e apertou um bolinho de roupas contra o busto.

Quando saiu de lá, com a toalha enrolada no cabelo, se resumiu a dizer que ia "descansar", não me deixando nem convidá-la pra dar uma volta pelos arredores do hotel. Nota: não eram nem cinco da tarde quando ela se afundou na cama.

Entendi, sem que ela precisasse dizer uma palavra, que eu ficaria com o sofá. Imagine, porém,  a minha surpresa, quando voltei da rua depois de beber algumas cervejas em um bar próximo ao hotel, ao ver um colchão arrumado ao lado da pequena copa. O portal que dava para a cama de casal e o banheiro estavam fechados, mas tive que abri-los (tentei fazê-lo silenciosamente) para escovar os meus dentes, já que o banheiro ficava do outro lado,  quando encontrei Aline quase desaparecendo em meio ao edredom que parecia ser bem macio.

Antes de conseguir fechar os olhos na noite anterior, a mesma frase ficou atravessando minha mente diversas vezes. "Não tem problema, fica aqui comigo.",  foi o que ela respondeu quando planejava me despedir e dizer que ficaria no hostel, pois não queria incomodar. Pelo menos eu fui sincero. Não sei se foi um erro de tradução, afinal, esses probleminhas são bem comuns quando duas pessoas estão se comunicando através de outra língua que não seja a sua materna, pois ela parecia bem desconfortável com a minha presença.

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