Capítulo 178 - Um Dedo

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Quando o arcanjo se deu conta, os pés da Pietra tocaram seus ombros.

— Nem pen-

Interrompendo Amtiel, Pietra utilizou os ombros dele para se atirar para cima, enquanto ele recaiu ao chão. Quando seus pés tocaram o solo, ela rolou e pegou seu machado de volta.

O demônio atirou uma esfera de energia concentrada na direção do selo da Peste. Com reflexos rápidos, Pietra brandiu seu machado contra o poder, ricocheteando a esfera de volta para seu invocador, matando-o junto com outros pequenos demônios com a explosão.

— O que achou, Amtiel?! — ela gritou, sorrindo.

Enfurecido, ele se levantou do chão e gritou de volta: — Você irá arrepender-se por ter feito isso comigo, Peste!

— Puft, você é chato. — Ela fez uma careta. — Aposto que os rapazes teriam gostado.

Novamente os raios estalaram na espada de Amtiel, e ele girou seu corpo disparando os raios em forma de corte, eletrocutando e rasgando os corpos dos demônios que restavam.

— Você me chamou para isso? — questionou Pietra, com a sobrancelha erguida.

No momento em que Amtiel abriu a boca para responder, uma nova fenda rasgou no ar, e junto com ela veio um poder opressor, carregado de sede de sangue. O arcanjo e Selo tiveram seus olhos atraídos imediatamente para esta ruptura. Amtiel deu um salto para trás e ficou com sua espada em posição defensiva. Já Pietra, deixou o machado repousado em seu ombro e encarou a fenda com uma expressão séria.

Da ruptura, saiu outro demônio, este também pequeno e esquio; estava envolto de um manto negro onde seu fim ondulava como se fosse feito de sombras, suas manoplas também eram negras (pareciam ser de couro) e portava espada de lâmina vermelho-sangue, fina e longa. Seu rosto era ocultado por uma máscara feita de ossos que tinha um sorriso macabro com dentes afiados entalhado; ela cobria até a lateral de seu rosto e o manto de sombras ocultava o resto da cabeça; haviam chifres, espessos, que pareciam crescer a partir da máscara, fazendo uma curva para trás da cabeça. Detinha dois olhos negros e, no meio da testa, havia um terceiro, este com a esclera laranja como se ardesse em chamas e a íris amarela que brilhava intensamente.

— Vocês devem ser Amtiel e Peste, correto? — disse o demônio, com uma voz grossa e aveludada.

— Não sabemos quem é você — respondeu o arcanjo.

— Precisamente. Chamo-me Ro'resh. — Ele apontou sua espada para direita, colocou a mão esquerda sobre o peito e inclinou para frente em uma sútil reverência. — Sou um dos Dedos de nosso orgulhoso Imperador, Lúcifer. Devo admitir que ter a hipótese de encontrar-me com um de seus discípulos e irmãos deixa-me um tanto quanto entusiasmado.

— E por que meu querido mentor quer tanto dizimar Trost? — questionou Pietra. — Mandou um de seus Dedos, afinal.

— Ah, não, não. Destruir Trost é um dever para os demônios inferiores. No entanto, cabe a mim a exclusiva responsabilidade de confrontar ambos.

O arcanjo e o Selo se entreolharam rapidamente. Ro'resh manteve-se sem se mover.

Silêncio. O ar se impregnou de sede de sangue e poder desolador, fazendo com que nenhum anjo, demônio e humano chegasse perto dos três.

Ro'resh deslizou seu pé. Amtiel ergueu sua espada apontando-a para o céu e depois a abaixou tão rápido quanto, direcionando para o demônio. As nuvens cintilaram por um instante e um raio desceu em seguida, recaindo sobre a criatura sombria em estrondo alto. Por entre a poeira gerada, Ro'resh, incólume, saiu deslizando com os pés pelo chão. Em seguida, ele viu pequenos brilhos verdes em sua volta, como se fossem vaga-lumes, então, como uma sombra, suave e silencioso, afastou-se rapidamente para longe deixando um rastro negro no ar, e aqueles brilhos geraram uma poderosa explosão.

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