135° Capítulo - 5 Anos depois

5K 472 27
                                    

Narração: George

Caminhando pelos corredores, os cadeados se abriam em meio aquele estrondo de ferro. A cada passo que eu dava era uma porta aberta em que eu passava, e eu já podia imaginar que em alguns segundos eu já chegava ao grande portão que dá até a rua.

Caralho eu nem podia acreditar que enfim eu iria sair dali, até que o advogado me disse, mas porra, fui iludido durante tantos anos que eu nem levava mais fé. Vários amigos tiveram sua liberdade e só eu restava, fiquei frustradão, morreu até um cara na sela e os caralho nesse meio tempo, e eu lá permanecia, parecia ser eterna...
Pela misericórdia...
... Acabou o sofrimento
Acabou o tormento
A liberdade cantou porra!!!

O portão, o último em que eu passaria se abriu e eu saí com o pé direito, me benzendo e agradecendo a Deus primeiramente por ter me blindado de tudo de ruim que tem ali dentro, só quem passou sabe. Cadeia não é lugar de recuperação não!

Só os que fecharam comigo desde o início estavam ali; minha prima, minha filha e minha mulher que carrega meu moleque.
Clarisse: Pai!!! Como eu esperei por esse dia... -Diz ao me abraçar, chorando.
George: Acabou filha, agora eu vou cuidar de vocês daqui de fora.
Minha filha cresceu pra caralho e eu mal pude acompanhar, estive presente, mas era de longe.
Eu nunca mais volto para esse lugar, papo reto.
George: Qual foi amor? -Digo abraçando minha mulher, minha barriguda.
Me deu uma assistência do caralho, desde o princípio, bancou legal sem reclamar, mesmo grávida, fechou juntinho comigo, sem palavras...
Lili cantou e eu vou poder ver meu filho nascer.
Francine: Ai irmão, que bom que você saiu dessa... -Dizia chorando- Agora crie juízo, pelas crianças pelo menos.
George: Eu vou pô, eu vou mudar!

Fomos embora daquele lugar; eu olhava em volta e passava um filme de tudo o que passei ali dentro, é uma experiência foda que mesmo sendo ruim, vai ser inesquecível.

Cheguei no meu favelão e tudo estava no mesmo lugar, único que perdeu fui eu, somente eu. Casa arrumadinha, tudo ajeitado, gostei de ver a última vez que eu estive aqui minha casa estava irreconhecível, um lixo.

Tomei um banho para lavar toda aquela crosta ruim de cadeia, lavar a alma mesmo daquela energia negativa que se impregnou em mim durante quase seis anos. Ali dentro tu cria vários estados, tu vira um tremendo bipolar. Uma hora tu quer matar um, quer fugir, quer praticar várias loucuras, mas noutra hora já está com a mente relax, imaginando sair dali, deixar de fazer as parada errada, se precaver de não perder a liberdade de novo... É foda pra caralho! Eu ainda fui esperto vendi cachorro quente pra caralho, melhorei meu empenho e por ser também réu primário favoreceu na minha saída, senão era mais alguns anos.
Nunca mais papo reto, vou pensar para caralho agora e fazer por onde de não cair na mesma mais uma vez.

Enrolei a toalha na cintura e puxei minha mulher, colocando-a no meio de minhas pernas.
George: Tá grandona né? Vai explodir rapá. -Digo pondo a mão na barriga dela.
Joana: Só se for de amor! -Sorriu.

Beijei aquela barriga por vezes consecutivas. Meu moleque veio para pôr sentido e razão na minha vida, igual a minha princesa.
Joana: Tem que ir visitar sua avô, ela está muito mal.
George: É, vou ver, mas meu papo agora é contigo. -Digo roçando minha barba no pescoço dela.

O pai voltou, agora fodeu!!!

O pai voltou, agora fodeu!!!

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now