34° Capítulo

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Narração: Mayane

Peguei a Clarisse na casa de uma coleguinha dela aqui perto de casa, a pé mesmo. Povo fica tudo olhando, deve achar que eu estou na pior, na merda. Um dia desses uma sem noção das redondezas me chamou no WhatsApp e perguntou se eu estava solteira, eu fiquei tão incrédula que até respondi para matar à curiosidade dela, cara de pau duas vezes, uma por não ter afinidade comigo para fazer esse tipo de pergunta e outra por ter arrumado meu número, coisas tão íntimas. Cega... Cega elas vovó!

Comprei um açaí e fui direto para casa, está aquele tempo abafado de primavera que o corpo só pede ar condicionado e banho gelado, amo! Quando abri a porta do quarto me deparei com o George dormindo à beça de roncar, o gato não pode sair que os ratos fazem a festa mesmo, meia hora que fui na rua...
Clarisse: Meu paaai... -Disse toda boba e surpresa.
Mayane: É, deve estar muito cansado tadinho. -Falo sendo irônica, sem que ela percebesse.
Não o acordei não, muito pelo contrário até fiz fiz silêncio, deixa ele mimi.
Aposto que se jogou na casa da prima e não aguentou as crianças, dá nem pra descansar.
Sentiu falta de casa né!?? Huumm...

Tomei um banho e me sentei na cama, só então ele acordou.
George: Pô, foi mal aí, tô cansadão... -murmurou deitado, levantou não tá o folgado.
Mayane: Tranquilo, aliás a casa é sua!
George: Qual foi May, só vim tirar uma pestana cara, a casa é tua e eu já vou ralar já.
Mayane: De boa, fica a vontade aí...
Não me importei não porque as portas da minha casa sempre serão abertas para ele, que além de tudo ele é o pai da minha filha e eu jmais vou negar abrigo. Ele está me fazendo uma falta enorme, tem noites que eu durmo com a intenção todinha nele, uma saudade me invade de uma forma que sabe, nem eu imaginava que fosse sentir assim e que me fizesse tanta falta, mas suas escolhas tem seus motivos, talvez era simplesmente a hora de tudo acabar... Eu gosto dele, é um sentimento forte que eu não sei exatamente explicar são anos juntos né, em meio a tantas adversidade, mesmo com todas as diferença, idas que sempre tinham vindas a gente se gosta!
...Ele quis assim. Que assim seja!

Larguei o livro no móvel ao lado da cama, apaguei a luz só deixando a led da sanca acesa e me deitei, respondendo no WhatsApp.
George: May, tu sabe a hora?
Mayane: Hora de você parar de cair no papo dos outros e voltar para casa. -Falei mesmo, nem sei de onde saiu coragem.
Ele levantou a cabeça e me encarou.
George: Como eu vou voltar se tu não me mostra o contrário?
Mayane: Contrário de quê? Você não confia em mim, prefere acreditar nos outro cara... -Falo prendendo o choro- Do que em mim que nunca vacilei contigo, sempre te respeitei, fui mulher pra caralho contigo.
George: Mayane, já deu a gente pô! Tu num percebeu não que a gente se afastou? Eu sei que é difícil pô, pra mim também é e eu achei melhor dar ultima forma mesmo.
Mayane: Eu sei que não é isso, eu sei! Para de inventar motivo George, você mesmo entra em contradição.
George: É papo reto, sou sujeito homem cara, vou mentir para quê?
Mayane: Está mentindo, insinuando que eu tenho algo com o pai do Cleyton.
George: E não tem não? -retruca sérinho.
Mayane: Já entendi cara, tá bom, eu tenho que entender que acabou, mas é difícil. -Digo, me sentindo a mulher mais fraca do mundo, comecei a chorar- Pior, e eu não fiz nada...
Ele nem ligou, foi como se minhas palavras e meus sentimentos para ele não fossem nada. Vergonha!

Eu chorei de verdade, sentindo o fim machucar meu peito, eu não queria aceitar que ele tenha tanta convicção desse termino, eu me rendi literalmente para ele e que eu recebi em troca foi culpa. Para mim o que mais machuca não é ele não querer voltar e sim me dar fama sem eu ter deitado na cama. Gera ódio! Mas, também quando eu deitar, eu vou desforrar a porra toda!!!!!!!!

Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now