125° Capítulo

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Algumas Semanas Depois

Narração: Vitória

Me encontro aqui no Outback, com o Eliel. Eu, ele, a mãe dele e o filho dele. Sim, já é pai e eu não me importei não.
O menino está pintando o 7, falando altão e eu rindo horrores. A mãe dele um amor de pessoa, só o pai que não veio.

Ficando com ele, eu conheci um menino evangélico numa igreja que andei freqüentando ele era um amor de pessoa até ele ter uma crise de ciumes ao ver minhas fotos, das lojas. Eu hem, larguei de mão esse louco; comigo são assim os caras do mundão me tratam super bem, os varão querem me desacatar. Tô fora! Tô legal deles. Esses dias meu pai me apresentou um novo membro de onde ele frequenta, eu tive ranço antes mesmo de conhecer. Depois do meu digníssimo marido, eu não vou por escolhas de ninguém nunca mais!!!
Eliel: Come cara, está toda distraida aí.
Vitória: Já estou satisfeita.
— Essa menina não comeu quase nada, a costela está toda aí.
Eliel: Ela é assim, aí depois reclama de fome.
Vitória: Quero mais não gente, podem comer.
Já comi bastante, chega estou barriguda.

Antes da 00h fomos embora, mãe do Eliel, mora na Cidade de Deus. Fomos para lá de carro, ele deixou ela e o filho em casa e ficamos de role pela favela.
Eliel: Preciso te contar uma coisa. -Diz num tom apreensivo.
Vitoria: Pode dizer.
Eliel: Não sei se você vai me entender... Tô sem graça!
Vitória: Estou ficando nervosa já, conta logo menino.
Eliel: Então, tu sempre pergunta pelo meu pai e eu sempre evito de dizer porque ele é traficante.
Vitória: Por que você não falou antes?
Eliel: Eu não gosto de ficar expondo a minha vida assim, todas as vezes que eu falei, as pessoas se aproveitaram de mim.
Vitória: E você achou mesmo que eu fosse alguma mercenária? Valeu!! Tenho cara né!?
Eliel: Claro que não, não me interprete mal.
Vitória: Não Eliel! Você achou mesmo que eu iria me aproveitar do dinheiro do seu pai que é traficante? Me poupe! Me leve embora agora. -peço, falando num tom de ignorância.
Era só o que me faltava, no fim eu querer me aproveitar do dinheiro de traficante. Ai dá um tempinho! Eu não quis nem dinheiro de assalariado, vou querer de bandido?

Quando eu digo que têm homens que não vale a pena eu não estou mentindo. E justamente são esses que são enviados para mim. Por isso eu não quero mais ninguém, eu juro! Telefone dele tocou, ele respondia em poucas palavra como Uhun, já é, valeu...
Eliel: Vai ficar bolada mesmo?
Vitória: Só me leva por favor! -Digo olhando na direção oposta dele.
Ele ligou o carro e foi seguindo, eu nem prestei atenção no caminho, estava com a cabeça distante, pensativa e assim estou desce cedo.

Fico pensando em como as coisas mudaram de uns anos para cá, eu achava que eu era feliz, mas eu me enganei, por fora era madura, linda sorridente e por dentro uma guera fria acontecia dentro de mim, apodrecida, triste, infeliz... Eu posso dizer que agora eu sou feliz, faz bem um ano e meio que conheci a vida e comecei a viver. Homens para mim é apenas um complemento, mulher que é mulher, não precisa de homem para viver e muito menos se pendurar!

Eliel me chamava e eu longe...
Eliel: Parabéns marrentinha, está bolada comigo, mas mesmo assim vou te parabenizar.
Vitória: Obrigada, mas você errou.
Eliel: Me desculpa vai, deixa eu fazer parte do seu dia? -Dizia puxando minha mão- Para de fazer doce...
Sabe quando a gente quer ceder, mas não consegue e quando está por falar, trava... Orgulho é uma merda!
Eu cedi depois de muito ele insistir e me explicar alguns pontos do que ele falou.
Eliel: Vai ter operação, nem tem como eu te levar.
Vitória: Sério? Deus me livre!
Eliel: Mas aí tu fica a vontade, separei uma casa para você ficar tranquila.
Vitória: Pode ser. -Falo um pouco receosa- Vamos né!?

Eu já estava praticamente na casa desci do carro e em alguns passos a mais chegamos. Eu tenho um medo danado dessas coisas, bala não tem olho não.
Tirei minha sandália e prendi o cabelo.
Vitória: Essa é a sua casa?
Eliel: De vez em quando eu fico aqui, quando quero paz.
Sou muito observadora mesmo, casinha ajeitosinha, a porta nem diz que seria tão isso. Ele me chamou até o quarto e eu fui, quando foquei bem chega fiquei sem graça. Que coisinha mais linda!! Eu nunca tive uma homenagem assim. A cama enfeitada na cor que eu mais gosto, rosa. Até meu nome tinha, coisa mais linda!!! Fiquei completamente encantada!
Ele me abraçou, me desejou parabéns novamente e me beijou.
Vitória: Obrigada! Eu nunca tive algo assim, obrigada mesmo!
Eliel: Você merece minha gatinha mais neurótica que eu já conheci.
Pense numa pessoinha sem graça e que sorria de tudo, era eu!

Vivi faz 21; bora comemorar 🎈🎉

Vivi faz 21; bora comemorar 🎈🎉

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Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now