132° Capítulo

5.3K 475 17
                                    

Serafim chegou possesso, ajeitei minha blusa rapidinho já que a piranha vagabunda rasgou. Expliquei a ele tudinho do que aconteceu como eu estava muito alterada, tomei um fora, principalmente por ter caído em porrada no meio da rua.
Serafim: Contigo eu resolvo em casa! -Falou sérinho- E tu garota, qual foi?
Fiquei calada...
Ele não fez nada com ela, só mandou ir para casa. Eu não aguentei, fui pilotando juntinha ao lado dele e falando à beça, tendo dr mesmo.

Chegando em casa eu aloprei.
Mayane: Se você não botar essa garota pra ralar, quem sai sou eu! NÃO VOU ACEITAR DESAFOROS DE PUTA!!! -berro indignada.
Serafim: Quem manda nessa porra sou eu!!!
Mayane: FODA-SE! ENTÃO TOMA AS DEVIDAS PROVIDÊNCIAS. -retruco alterada- Não vai né, estou indo embora desse inferno, nunca mais você ver minha cara.
Serafim: Mayane, para de graça cara, vem aqui amor, eu vou resolver isso com calma.
Mayane: Eu quero ela fora daqui! -Digo bem séria.
Serafim: Tá cara, agora para de cena.

...

Hoje eu e minha sogra fomos passear, só nós duas desestressar que eu mereço. Coloquei as crianças para a escola e ficamos andando o dia inteirinho por Bangu, minha sogra é farofeira à beça.
Paramos para almoçar no shopping.
Vanda: May, quando vocês casarem tu não pensa em sair daqui com ele não?
Mayane: Já conversei sobre, ele não aceita sair daqui.
Vanda: Serafim pensa que vai ter essa vida de rei até quando?
Mayane: Eu falei para ele, uma hora a ficha dessa ilusão cai, eu espero mesmo que um dia ele pense em largar essas coisas.
Vanda: Eu já lavei minhas mãos, graças a Deus viu o filho crescer, e o neto será que vai acompanhar?
Mayane: Nem fala uma coisa dessas, eu tenho tanto medo que aconteça alguma coisa com ele... Eu morro junto!
Vanda: Deus me livre, o único homem da minha casa... Deus guarda muito a vida do meu filho, sou grata!
Mayane: Amém! Também sou, que guarda por muitos anos.
Ao terminar do almoço, tomamos um Milk Shake e ficamos passeando pelo shopping, só para olhar mesmo. Insisti para minha sogra ir no salão, muito chatinha não curte essas coisas, mas eu não sosseguei enquanto não coloquei ela sentada naquela cadeira. Vai ficar digna de uma rainha. Aproveito também e fiz uma hidratação nas madeixas e tirei a porcelana, deixar a unha respirar por um tempo, pintei bem simples com um nude e estava ótimo!

Saímos do shopping e minha sogra pedia um carro no aplicativo. Chegou tão rápido.
— Uber? Dona Vanda?
Vanda: Sim, vem May.
Nos sentamos atrás e conversando.
Mayane: Veio rapidinho. -Falo desconfiada.
Vanda: Ainda bem, porque esses táxis são o olho da cara.
Eu achei estranho, mas fiquei quieta, o carro não parecia ser Uber nem aqui e nem na casa do caralho.
Minha sogra falando à beça eu acabei me distraindo, não demorou muito ele parou o carro e mirou uma pistola para trás, na nossa direção.
— Desce do carro. —ordena o homem.
Eu não me desesperei, desci com as coisas tranquila e minha sogra também. Surgiu dois caras de trouca ninja no rosto.
— Essa é a mulher e a mamãe do Serafim né?! Vamos dar um sustinho nele para aprender. —Diz um dos caras — Se ele pensa que é esperto, se engana! Temos a ficha dele todinha.
— Dona Vanda e Mayane, correto?
Vanda: Pelo amor de Deus, não faça nada com a gente.
— Ainda não, fica tranquila tia.
Nos colocaram num cômodo e fechou a porta.
Vanda: Vão matar meu filho May, isso é uma emboscada para ele. -Dizia desesperada.
Mayane: Não é não sogra, fica tranquila.
Eu tentava passar tranquilidade para ela, mas só eu sei como está o meu coração, um medo, um desespero interno danado.
Ficamos bem umas 4h ali dentro, minha sogra começou a passar mal e aí sim eu me descontrolei.
Vanda: Mayane, a insulina... -Dizia com fraqueza- Está aqui no meu peito.
Mayane: Ai meu Deus, me ajuda!!! SOCORRO!!!

Achei a seringa que estava dentro de uma bolsinha com dinheiro. Fiquei receosa em aplicar porque eu não sei nada sobre isso, nada mesmo. Mesmo fraquinha minha sogra me indicou aonde aplicar. Ela foi melhorando aos poucos, mas agora era eu quem estava passando mal dessa vez, chorei muito.  Nunca vivi um momento tão desesperador como esse.
Mayane: A senhora está bem?
Vanda: Estou melhorando...

Bati muito na porta, dei só porradão a ponto de machucar a minha mão e nada de alguém aparecer. Se a insulina estivesse na bolsa, minha sogra teria morrido nos meus braços, sem socorro... Eu estou em choque, eu só quero sair daqui e ver meus filhos.

...

Desci do carro na porta da minha sogra, acabada. Fiz o que eu mais queria que era abraçar os meus filhos. O que passei eu não desejo a ninguém, essas cinco horas de desespero foram horríveis, parece que isso dez valer tudo o que já passei nessa vida todinha, foi o pior...
Eu vi minha sogra morta naquele chão e em meus braços, eu nunca tinha visto isso na minha vida, crise de pessoas diabética, eu estou traumatizada!!!

Serafim deixou de pagar o batalhão e resultou nisso, esse foi o susto que quiseram dar nele que quase o fez perder o que ele tem de mais valioso que é a mãe. Os inimigos sabem muito bem quem ele é, quem ele tem e por onde andomos e sabem mais do que deviam...
Serafim: Fica assim não amor, vai ter volta! O que é deles está guardado.
Mayane: Não tem como... Sua mãe quase morreu cara, eu nunca mais saio dessa favela para nada.
Serafim: Isso foi dado, mas fica tranquila, isso não vai acontecer mais. -Diz abraçado comigo.
Mayane: Olha aonde estamos chegando Serafim, sequestro. -Digo apavorada ao analisar tudo- Você já imaginou se fosse o seu filho com a Rayssa, que carrega o seu neto?
Serafim: Eles não são loucos! Isso vai ter volta
Mayane: A melhor coisa que você devia fazer e abandonar essas porra toda aí, enquanto ainda é cedo.
Serafim: Não me pede o que tu sabe que não tem como. -Diz sério- Tu sabe melhor que ninguém que agora não dá.

Não dar é uma coisa, agora você não querer, já é outra!
Para mim isso bastou.
O que será que vem mais pela frente?

Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now