➝ capítulo trinta e quatro

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V Í C I O S   E

V I R T U D E S


Durante o caminho Kessie não fala nada, e Chim faz o mesmo completamente concentrado na direção. Depois de deixar o monte, os dois entraram no carro apressadamente e seguiram caminho antes que mais pessoas chegassem. A vantagem deles dois é que o lugar em que estavam era completamente distante da casa onde estavam se abrigando, então quem quer que encontrasse os corpos ali não poderia chegar até eles facilmente. Kessie refletia em seu próprio mundinho as ações de Chim naquele lugar. Ela sabia o que ele fazia e já tinha visto do que o rapaz era capaz. Mas desde que criou um certo tipo de vínculo com ele, Kessie não esperava por esse tipo de coisa. É claro que ela estava completamente equivocada e pode perceber isso com o que aconteceu a pouco com os dois.

Chim parecia mais um assassino a sangue frio, Kessie podia vê-lo de outra forma agora. Ela estava presa naquele rapaz com um sorriso encantador e forte que a protegia das burradas que ela fazia. Kessie se sentia confusa agora com o que estava fazendo ali com aquele grupo de assassinos. Por um bom tempo que esteve com o grupo a jovem não estava pensando muito nesse lado dos rapazes, mas ela precisava admitir para ela mesma que isso era algo subentendido. A ideia inicial de Chim não era matar o homem daquela forma. Ele queria extrair mais informações, mas a atitude de Kessie o deixou confuso, ele não sabia se ela estava tendo apenas um lapso de bondade ou se realmente estava "horrorizada" com o que ele estava fazendo. Chim gosta de ser claro com tudo e com o ato de matar, ele queria mostrar para Kessie que ele podia fazer aquilo sem remorso, era só mais um para ele. Com o breve envolvimento dos dois, Chim não queria deixar nenhum tipo de ponta solta. Ele tem orgulho do que é e do que faz, se Kessie gosta dele ela teria que se adaptar ou desistir de vez.

Alguns minutos depois os dois chegam até a vizinhança que estavam se escondendo. O sol já estava se pondo, os dois acabaram demorando mais do que o planejado e Chim estava preocupado com isso, ao contrário de Kessie que continuava a viajar por seus próprios pensamentos.

— Tudo bem? — Chim pergunta ao parar o carro na garagem.

— Sim... — Kessie responde vagamente.

— Diga logo o que te incomoda Kess. — Chim desliga o motor do carro mas continua sentado em seu lugar esperando por uma reposta de Kessie.

— Não é nada. — ela se vira para ele, com um olhar confuso. — Eu só... — ela suspira. — ...Aquilo foi desnecessário.

— Aquilo? - ele arqueia as sobrancelhas. — O tiro?

— Sim, o tiro.

— Aquilo era inevitável Kessie. Me falando alguma coisa ou não, ele iria morrer.

— Porque? — Kessie parecia questionar mais profundamente as ações do rapaz agora.

— Porque eu quis assim... — Chim fala tirando o cinto.Ele abre a porta do carro saindo primeiro. Kessie faz o mesmo e o segue até a entrada da casa segurando se braço.

— Você não sente nenhum remorso? — os olhos de Kessie pareciam penetrar nos de Chim com mais profundidade agora causando um desconforto entre os dois.

— Não Kessie, nem um pouco.

Ela solta o braço do rapaz e ele abre a porta da casa. Os dois entram em silencio encontrando Suga na sala. Chim sobe as escadas direto sem falar nada e Kessie vai até a cozinha com uma expressão de irritação. Ela sabia que ninguém ali a entenderia, afinal eram todos iguais, por isso estavam juntos.

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